Aos 90 anos, foi-se um ícone do Cinema. Sir Thomas Sean Connery faleceu enquanto dormia, em sua casa nas Bahamas, onde morou pelas últimas duas décadas. Entre vários papéis marcantes, Connery será sempre lembrado como o primeiro e maior James Bond das telas. Não importa a qualidade dos novos intérpretes do espião, foi o escocês quem criou todo um estilo e uma série de bordões imortais.
Depois de uma curta carreira como fisiculturista, Connery chegou a receber proposta para virar jogador de futebol. Mas já tinha 23 anos, achou que teria que se aposentar em pouco tempo. Preferiu buscar trabalhos como ator e despontou no teatro, começando com pequenos papéis até chegar a protagonista. Depois de trabalhar na televisão, foi participar da seleção para a adaptação da obra de Ian Fleming (abaixo) que trazia um espião inglês envolvido com tramas de destruição nuclear e mulheres lindas e fatais.
Os produtores e mesmo o escritor tinham pessoas diferentes em mente para o papel, mas havia dois problemas principais: os escolhidos não topavam um contrato para vários filmes e o orçamento não comportava grandes estrelas. Depois de muitos testes, toparam Connery, que tinha algo de muito másculo. Diz a lenda que o produtor Albert “Cubby” Broccoli foi persuadido pela esposa, assim como Fleming teria ouvido a opinião da namorada.
Assim, Connery despontou para o estrelato, vivendo Bond em O Satânico Dr. No (Dr. No, 1962) e em outras seis aventuras depois. Entre os filmes, ele conseguia encaixar outros papéis, trabalhando com Alfred Hitchcock em Marnie – Confissões de Uma Ladra (1964) e em histórias de outros grandes escritores, como Agatha Christie (em Assassinato no Expresso Oriente, 1974) e Umberto Eco (em O Nome da Rosa, 1986). Ele ainda foi o pai de outro ícone, Indiana Jones, roubando a cena de Harrison Ford.
Mesmo com muito sucesso no Cinema, sendo Os Intocáveis (The Untouchables, 1987 – acima) provavelmente o mais premiado, o ator não escapou de alguns fiascos. Zardoz (1974) foi dos mais marcantes, mas não arranhou uma carreira que ainda teria grandes longas – até se deparar com a adaptação de quadrinhos A Liga Extraordinária (The League of Extraordinary Gentlemen, 2003). A produção foi tão conturbada e o fracasso foi tão grande que o ator decidiu se aposentar para não ter que passar por tudo aquilo novamente.
Fugindo da aposentadoria rapidamente, Connery pôde usar sua tão famosa voz grave, com aquele característico sotaque escocês, na animação Sir Billi (2012). Participações importantes foram oferecidas a ele, como o mago Gandalf de O Senhor dos Anéis e o Arquiteto de The Matrix, mas Connery estava desiludido pelos “idiotas fazendo filmes em Hollywood” e recusou até um quarto Indiana Jones. O mito, no entanto, já estava criado e, no coração dos cinéfilos, ele será sempre Bond, James Bond.
A questão toda gira em torno de ter ou não ter aura, carisma.
Ser ou não ser.
Sean Connery estará sempre entre os agraciados com “aura”.
Para estes, não se pense em Oscars, etc.
AAté porque são eles que trouxeram o cinema até nossos dias.
Mas Connery foi fulminante : “idiotas fazendo filmes” acabaram criando esta necessidade absurda de “divulgação de filmes”, de premiações que são um show patético, tudo destinado a empurrar goela abaixo das platéias as tolices que deixam a gente longe das salas de projeção – porque não temos como pedir o dinheiro do ingresso de volta.
Aqui ficam minhas palmas de sempre a Sean Connery.
Um brilho que incentivou a gente a ir ao cinema ver sua interpretação, um brilho que nos fez, faz e fará, de novo rever cada filme seu. Que presença este ator tinha !!!!!!