por Marcelo Seabra
Como fez recentemente o Homem-Aranha, a boneca do capeta voltou para o lar. Mas só no título nacional, traduzido de forma equivocada. Annabelle Comes Home faz referência à casa dos Warrens, onde ela foi para seu descanso final. Mas ela obviamente dá um jeito de azucrinar novamente. Annabelle 3: De Volta Para Casa (2019) é cronologicamente a conclusão da trilogia, que foi e voltou no tempo nos episódios anteriores, e eles dividem basicamente os mesmos erros e acertos. Com um resultado bem interessante.
Dando a impressão de uma mão forte do produtor James Wan por trás, além de todos os três terem o mesmo roteirista, Gary Dauberman, esta terceira parte segue na mesma linha. Cria-se um ambiente de suspense bastante eficiente e, ao mesmo tempo em que se utilizam de alguns clichês do gênero, pervertem outros, o que resulta numa mistura no mínimo divertida. Se não acrescenta nada, tampouco joga a franquia na lama. O universo criado por Wan segue honrando a relíquia mais macabra dos Warrens, apresentada no primeiro Invocação do Mal (The Conjuring, 2013).
E, por falar no filme que começou toda essa história, aqui temos novamente o casal Ed (Patrick Wilson) e Lorraine (Vera Farmiga). Já conhecidos como exorcistas e envolvidos com o oculto, eles atraem a admiração de alguns e o medo de outros. E a filha deles sofre com isso na escola, sofrendo bullying antes do termo bullying existir – ou não era tão popular quanto é hoje. Judy (Mckenna Grace, a versão mais jovem da Capitã Marvel e da Sabrina da série) é um tanto introvertida e tem em sua babá (Madison Iseman, do Jumanji de 2017) sua única amiga.
Quando os pais viajam em missão, Judy fica sozinha com Mary Ellen e parece que será uma noite bem calma. Mas entra em cena uma amiga curiosa da babá, Daniela (Katie Sarife, da série Youth & Consequences), que vai acordar alguns espíritos do mal. Usando Ed e Lorraine apenas como pontapé inicial, o longa foca nesse competente trio feminino. Mais uma vez, temos a ação acontecendo basicamente dentro de uma casa, e cada cômodo é bem explorado. A luz funciona quando é conveniente, e o público vive alguns momentos de tensão quando o museu do oculto dos Warrens ganha vida. Não falta humor, separando bem os momentos, o que leva a um equilíbrio certeiro.
Além de escrever, Dauberman faz sua estreia na direção e emprega bem os recursos que conhece da franquia. Acrescentando algumas ótimas músicas da época, como as das bandas Badfinger e Bread, ele aproveita para apresentar outras figuras sobrenaturais curiosas, deixando brechas para novos filmes. The Crooked Man já está em produção, e não duvido que o Barqueiro vá ganhar sua aventura solo, aumentando esse universo. Só não pode ser ruim como A Freira (The Nun, 2018) ou A Maldição da Chorona (The Curse of La Llorona, 2019).
Expoente da literatura de terror nacional, Raphael Montes já vendeu estimados 500 mil livros e…
Com apresentação de Jimmy Kimmel (abaixo), que exerce a função pela quarta vez, a 96ª…
por Alexandre Marini Marcelo Seabra me convidou para escrever um pouco sobre minha percepção a…
A partir do final da década de 70 e por todos os anos 80, houve…
Depois das 2h35min da primeira parte, chega aos cinemas essa semana Duna: Parte Dois (Dune:…
Conheça melhor alguns dos indicados ao Oscar 2024: Maestro (indicado a sete Oscars) Esforço gigantesco…