Jason Statham encontrou um oponente à altura

por Marcelo Seabra

Novidade nos cinemas ocupando atualmente o primeiro lugar nas bilheterias, Megatubarão (The Meg, 2018) é desses filmes cujo título já explica tudo. Na tela, vemos uma mistura de muita coisa não necessariamente boa já lançada, de Tubarão (Jaws, 1975) a Piranha (1978), com enquadramentos praticamente copiados e situações mais do que esperadas. A arma secreta da produção responde por Jason Statham, um sujeito carismático que conquista o público mesmo se repetindo incansavelmente.

Sem nada no Cinema desde que lançou o fraco Última Viagem a Vegas (Last Vegas, 2013), o diretor Jon Turteltaub assumiu o comando dessa aventura em alto mar que bebe no conceito de King Kong: uma região intocada, protegida pela natureza, guardaria espécies desconhecidas. Entre elas, o mítico Megalodon, um tubarão branco de mais de 20 metros que reinou na Terra há mais de 16 milhões de anos. Statham vive um mergulhador especialista em resgates chamado para salvar a equipe que explorava a tal região no Pacífico e foi atacada por algo enorme.

A questão é que não se sabe quando o tubarão teria sido extinto, o que nos deixa na dúvida se ele realmente sumiu. O canal Discovery até lançou um documentário sobre o assunto, explorando as possibilidades da existência do animal gigantesco. Se a ciência levanta essa peteca, a ficção mais do que depressa se aproveita. O livro de Steve Alten adaptado aqui é de 1997 e deu origem a várias sequências. Além do argumento ter um pé na realidade, o filme não é dos mais exagerados, como por exemplo tudo que Dwayne Johnson anda fazendo. Não vemos ninguém saltando entre andares de um prédio em chamas, o que é um bom começo.

O roteiro de Megatubarão é bem preguiçoso e não faltam conveniências. Clichês e frases de efeito pulam aos montes. No entanto, as relações entre os personagens são interessantes e nenhum deles é burro ou maligno. Numa produção como essa, era de se esperar um vilão (além do tubarão), uma mocinha frágil, entre outros estereótipos. Não é o caso, o que torna a sessão mais agradável. Rainn Wilson (de Shimmer Lake, 2017) e Li Bingbing (de Transformers: A Era da Extinção, 2014) ficariam com esses papéis, mas não são tão rasos. Os efeitos visuais seguram bem as pontas e a tridimensionalidade oferece uma profundidade acertada. Ou seja: o longa entrega o que promete.

A imagem dá uma ideia do tamanho da criatura

Marcelo Seabra

Jornalista e especialista em História da Cultura e da Arte, é atualmente mestrando em Design na UEMG. Criador e editor de O Pipoqueiro, site com críticas e informações sobre cinema e séries, também tem matérias publicadas esporadicamente em outros sites, revistas e jornais. Foi redator e colunista do site Cinema em Cena por dois anos e colaborador de sites como O Binóculo, Cronópios e Cinema de Buteco, escrevendo sobre cultura em geral. Pode ser ouvido no Programa do Pipoqueiro, no Rock Master e nos arquivos do podcast da equipe do Cinema em Cena.

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