por Marcelo Seabra
Com a moral de quem ressuscitou James Bond duas vezes (em GoldenEye e Cassino Royale), Martin Campbell re-escalou o amigo Pierce Brosnan num veículo para Jackie Chan, o astro das artes marciais que andava meio esquecido. O Estrangeiro (The Foreigner, 2017) é um longa de ação que usa política apenas como desculpa para a pancadaria. E, dentro de sua proposta, funciona muito bem.
No início, conhecemos Chan como um pacato empresário chinês vivendo há anos em Londres. Após passar por uma tragédia, ele começa a cobrar respostas de um político irlandês (Brosnan) que a mídia aponta como referência no assunto e aí as coisas tomam o rumo esperado. Qualquer pessoa que tenha ouvido falar o nome de Chan na vida sabe o que esperar. E o que acontece não é nada muito fora da realidade, o que facilita ao público acreditar que tudo poderia estar acontecendo.
Baseado no livro The Chinaman, de Stephen Leather, o roteiro foi escrito por David Marconi, que tem ao menos uma experiência bem sucedida mesclando ação e política: O Inimigo do Estado (1998). Isso, porque a outra é Duro de Matar 4.0 (2007), o que mostra uma carreira meio irregular. E o texto é realmente bobinho, se apoiando no carisma dos atores, veteranos que sabem segurar um filme. É o que comumente chamamos de uma boa sessão da tarde.