por Marcelo Seabra
A maior estreia no Brasil dessa primeira semana de janeiro traz juntos dois dos protagonistas da Marvel Comics: Chris Pratt (de Guardiões da Galáxia, 2015) e Jennifer Lawrence (a Mística dos X-Men). Com dois fortes status de celebridade no cartaz, a Columbia Pictures conseguiu tirar do papel Passageiros (Passengers, 2016), roteiro de Jon Spaihts (de Dr. Estranho, 2016) que já rodava entre estúdios há dez anos. Ajudou também ter a bordo o diretor do badalado O Jogo da Imitação (The Imitation Game, 2014), Morten Tyldum.
Com grandes filmes de ficção-científica pipocando nas telas (A Chegada em cartaz, Interestelar ainda na memória de todos), chegou o momento para Passageiros. A história acompanha duas pessoas que acordam dentro de uma nave décadas antes do que deveriam. A viagem duraria 120 anos, levando mais de 5000 pessoas adormecidas em cabines para uma colônia distante. Após 30 anos, problemas técnicos despertam Jim (Pratt), e Aurora (Lawrence) logo se junta a ele. Com a companhia apenas do robô-garçom Arthur (Michael Sheen, de Animais Noturnos, 2016), eles pensam no que fazer e acabam achando um problema na nave.
O roteiro demora uma hora para chegar em algum lugar, e não se trata de um lugar particularmente interessante. Situações éticas são colocadas e nunca tratadas com o devido respeito e o tal problema na nave só aparece para que houvesse algum conflito. E as coisas seguem de forma conveniente, com o diretor em modo genérico. A única cena mais relevante, que causa algum espanto, é vista no trailer e envolve uma piscina sem gravidade. Tyldum, sabendo da beleza de Lawrence, não economiza nas cenas de maiô e explora o corpo dela. Sem um roteiro decente, esse é o único talento da atriz que aparece, com alguns poucos momentos mais iluminados de inteligência ou humor.
Comentar todos os problemas do filme traria um texto repleto de spoilers. Por isso, fica apenas o aviso de que eles são muitos, apesar de não serem listados aqui. A química entre o casal não é das melhores e Pratt se mostra incapaz de dar mais dimensões a seu Jim. Nenhuma questão filosófica é trabalhada, como observamos nos bons longas de ficção-científica, aqueles dos quais a gente se lembra. E Passageiros segue como a nave que leva os dorminhocos ao espaço: em piloto automático.
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Pura perda de tempo. Filme não traz nenhuma novidade. Atuações e direcão pífias. Não caiam na armadilha de ficção científica. Trata-se apenas de um medíocre filme de amor , ambientado numa nave espacial.