por Marcelo Seabra
A dupla que comandou o fraco Coincidências do Amor (The Switch, 2010), Josh Gordon e Will Speck, mais uma vez convocou Jason Bateman e Jennifer Aniston, com a diferença de não ter mais envolvimento amoroso. É bom lembrar que os dois também estrelaram os dois Quero Matar Meu Chefe (Horrible Bosses), com um bom resultado apenas no primeiro. Dá pra concluir que já deu colocar os dois juntos numa comédia. Bateman, simpático como aquele cara legal do escritório, parece sempre se repetir. Vários de seus personagens poderiam ter o mesmo nome, mudando apenas de cenário. Aniston, como coadjuvante, surpreende como uma mulher forte que acaba tendo uma faceta a mais, fugindo da figura da chefona sem coração que quer demitir um tanto de gente na véspera do Natal.
Esse, aliás, é o pontapé inicial para o longa: por não ter atingido a meta altíssima estabelecida pela presidente interina da companhia (Aniston), a filial comandada pelo irmão dela (T.J. Miller, de Deadpool, 2016 – o Papai Noel acima) vai precisar cortar vários funcionários para equilibrar as contas. Para convencer um parceiro comercial (Courtney B. Vance, de American Crime Story) de suas boas intenções e conseguir fechar um acordo que seguraria as demissões, o tal irmão resolve montar, em poucas horas, uma festa de Natal de enormes proporções. O braço direito dele (Bateman – acima), paralelamente, desenvolve um software que poderia ser a salvação da lavoura, e tem um relacionamento complicado com a linda técnica de T.I. (Olívia Munn, de X-Men: Apocalipse, 2016) que comanda.
Não faltam, entre os colegas na empresa, os estereótipos de sempre: o mala que reclama de tudo, o supervisor inseguro que não é respeitado, a gerente do RH que controla todo mundo, a segurança psicótica, o contador tímido que esconde taras bem estranhas, a mãe solteira que só quer conhecer um cara legal… No início, quando os vemos trabalhando, o número de pessoas no lugar é razoável. À medida em que a festa esquenta, o número de funcionários cresce exponencialmente, e o desastre é iminente.
Cheio de boas intenções, falta a A Última Ressaca do Ano humor. Muitas vezes, parece que os três roteiristas o substituem por violência, como se fosse a mesma coisa. Se alguém se machuca, já seria suficiente para divertir o espectador. Sem muita possibilidade de inovar ou oferecer algum aspecto técnico relevante, como fotografia, montagem ou trilha, o longa fica no que se espera, seguindo um caminho previsível desde os primeiros minutos.
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