por Marcelo Seabra
Depois de alguns adiamentos, finalmente chega às telas nacionais Horizonte Profundo: Desastre no Golfo (Deepwater Horizon, 2016), longa que reconstrói um acidente de enormes proporções em uma plataforma de petróleo no Golfo do México. O diretor Peter Berg novamente recrutou Mark Wahlberg, que lidera um bom elenco para contar como foi o maior desastre ambiental da história dos Estados Unidos, ocorrido em 2010. O fato de sabermos que tudo aquilo realmente aconteceu torna as coisas ainda mais tensas.
Como a parceria havia dado certo em O Grande Herói (Lone Survivor, 2013), Berg se uniu a Wahlberg, também produtor, para dar vida a um artigo do jornal The New York Times. Os autores, David Barstow, David S. Rohde e Stephanie Saul, narram uma história de heroísmo e suspense envolvendo gente comum, profissionais da plataforma Deepwater Horizon que foram para o que pensaram ser mais um dia de trabalho. O roteiro teve uma primeira versão nas mãos de Matthew Sand (de Ninja Assassino, 2009) e um novo tratamento por Matthew Michael Carnahan (de Guerra Mundial Z, 2013).
Enquanto a companhia responsável pela operação tenta lucrar ao máximo, os técnicos contratados são responsáveis pela segurança e manutenção dos equipamentos. Havia 126 pessoas na plataforma, entre executivos e operários, e todos ficaram em risco quando explosões incendiaram o petróleo que era extraído. Wahlberg vive Mike Williams, um técnico de eletrônica que começava mais uma escala quando o acidente ocorreu. O papel do chefe de segurança, Mr. Jimmy, ficou com Kurt Russell (de Os Oito Odiados, 2015), que traz o peso e o respeito necessários, e John Malkovich (de Zoolander 2, 2016) é o engravatado que supervisiona tudo. Apesar de visar a lucratividade acima de tudo, ele não é um vilão raso, o ator lhe confere certa profundidade. Kate Hudson (de Risco Imediato, 2014) e Dylan O’Brien (da franquia Maze Runner) são os outros nomes mais chamativos do elenco.
A forma de Berg apresentar a plataforma é interessante porque conseguimos entender a geografia do lugar, sabendo, por exemplo, onde determinado personagem vai chegar se sair correndo de onde está. É de se surpreender que o diretor consiga fazer tudo parecer muito simples e nem percebemos os milhões gastos na produção até que tudo vá pelos ares. Os efeitos são competentes, servindo à história, e somos levados numa crescente, conhecendo todos a ponto de nos importarmos com eles. No final da sessão, é possível ter uma pequena amostra do desespero daquelas pessoas frente à situação. A experiência deu tão certo que Berg e Wahlberg já estão juntos num novo projeto, Dia de Heróis (Patriots Day, 2016), sobre os ataques à bomba na Maratona de Boston de 2013.
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