por Rodrigo “Piolho” Monteiro
Depois de expandir as fronteiras de seu universo cinematográfico para os filmes de espionagem com Capitão América: O Soldado Invernal e para o espaço sideral com Guardiões da Galáxia, é a vez da Marvel trazer para seus espectadores histórias ambientadas no ambiente da magia. É esse, além de apresentar um dos personagens mais icônicos – ainda que desconhecidos do grande público – o principal papel de Doutor Estranho (Doctor Strange, 2016). Apesar de um defeito aqui e ali, a produção cumpre esse papel com excelência.
Doutor Estranho é, como poderia se esperar, um filme de origem. Ele conta a história do Dr. Stephen Strange (Benedict Cumberbatch, de Além da Escuridão: Star Trek, 2013), um neurocirurgião com uma competência tão grande quanto seu ego e arrogância. Stephen é um médico e jurou salvar vidas, mas a vida que parecer querer preservar, acima de tudo, é a sua. Isso inclui recusar pacientes difíceis quando eles podem manchar sua reputação e mesmo ignorar as habilidades de seus pares, à exceção da Dra. Christine Palmer (Rachel McAdams, de Spotlight: Segredos Revelados, 2015), uma das poucas pessoas às quais Strange demonstra algum traço de respeito e mesmo uma certa afeição.
Stephen está no auge de sua carreira. É um neurocirurgião rico, famoso e, apesar de toda a sua arrogância, respeitado pelos colegas. Como não poderia deixar de ser nesse tipo de filme, o egocêntrico sempre precisa de uma lição de humildade e, no caso de Strange, ela acontece na forma de um sério acidente automobilístico que o priva do que ele considera seu principal bem: a firmeza de suas mãos, que acabam praticamente inutilizadas. Ou, pelo menos, se tornam inúteis para alguém cuja precisão e firmeza das mãos é fundamental para sua profissão.
Na busca por uma cura para suas mãos, Stephen perde tudo: sua carreira, sua fortuna e seus poucos amigos. Chegando ao fundo do poço, ele acaba indo em busca da lendária Kamar-Taj, uma comunidade isolada no Tibet, onde acredita haver a promessa de uma cura. Lá, ele acaba encontrando-se com Mordo (Chiwetel Ejiofor, de Perdido em Marte, 2015) e a Anciã (Tilda Swinton, de Ave, César, 2016). Mais do que uma cura para si, Strange precisa expandir sua mente para não só melhorar suas mãos, mas evoluir espiritualmente e, se possível, ajudar a Anciã, Mordo e o bibliotecário Wong (Benedict Wong, também de Perdido em Marte) a combater a ameaça de Kaecilius (Mads Mikkelsen, de Hannibal – abaixo), um ex-discípulo da Anciã cujos planos megalomaníacos podem acabar com a vida na Terra.
Doutor Estranho é um grande filme de origem. Ele traz todos os elementos que são marca registrada do Marvel Studios, incluindo a escolha certeira do elenco, o clima leve, mesmo quando abordando assuntos mais complexos, uma saudável dose de humor, ainda que, aqui, algumas piadas possam soar forçadas, os já usuais easter eggs e, claro, menções a fatos acontecidos em filmes anteriores. Os efeitos especiais estão muito bem feitos e o 3D se justifica em boa parte do filme, que usa e abusa do conceito de realidade distorcida explorado inicialmente por Christopher Nolan em seu A Origem (Inception, 2010). Às vezes, essas cenas se tornam tão vertiginosas que ficam um pouco confusas, mas nada comprometedor. Tudo acompanhado por uma trilha sonora discreta, apropriada.
O grande problema de Doutor Estranho é que, mesmo com 115 minutos de duração, ele parece curto. Há muita informação a ser passada e o primeiro ato se beneficiaria de mais tempo para seu desenvolvimento, especialmente no que diz respeito à personalidade repulsiva do Strange pré-acidente. Se nos quadrinhos ele era uma pessoa arrogante, repulsiva e nada agradável de se ter por perto, aqui ele só parece um babaca desagradável, nada demais. Por outro lado, a Marvel acerta novamente ao incorporar ao longa elementos de seu universo de maneira bastante orgânica, quase casual, tornando Doutor Estranho um filme que, sim, é parte de um quadro bem maior, mas que se sustenta sozinho sem quaisquer problemas. O roteiro, assinado pelo diretor, Scott Derrickson (de Livrai-nos do Mal, 2014), e Jon Spaihts (de Prometheus, 2012), é bem amarrado e se encaixa bem no universo em andamento do estúdio.
Como de costume, continue sentado em sua cadeira mesmo após a aparição do símbolo da Motion Pictures Association of America na telona, já que Doutor Estranho tem uma cena no meio dos créditos e uma após eles. E sim, Stan Lee, que divide a criação do personagem com o desenhista Steve Ditko (que, na verdade, foi quem teve a ideia para o mago, sendo Stan o responsável por batizá-lo), também está no filme. Como sempre.
Além do Vilão Fraco, a História Também é!!! O Filme é Extremamente Chato!!!! Muito Chato!!! Não é um Filme Ruim… Mas Está Muito, Mas Muito Longe de Ser Próximo de Algo Mediano!!!! Nem as Piadas Funcionam (o que era engraçado saiu nos trailers e spotv, igual a Esquadrão Suicida). Os Efeitos Especiais Foram Excelentes!! Nem Tenho de Que Reclamar!! Algo Que Não Aconteceu Com Guerra Civil, Que os Efeitos Especiais Ficaram a Desejar (e muito)! Colocaram um Diretor de Filmes de Terror no Comando! Mas nos Filmes da Marvel, Isso Não Faz Muita Diferença! Se Era Pra Ter Uma “Pegada” Sobrenatural/Terror, Isso Não Aconteceu!!! Nos Filmes da Marvel, os Diretores Tem um “Script” Que Não Podem Fugir, Deu Certo na Maioria dos Filmes da Marvel (não vou negar, mas existe erros também vide Homem de Ferro 3 e Homem Formiga só pra citar), Mas Não Deu Certo Com Esse!!! Doutor Estranho é Tipo de Filme Que Torço Pra Não Ter Continuação, se Continuar Desse Jeito!!!