por Marcelo Seabra
Depois de fazer um curta de três minutos que aterrorizou muita gente, o diretor David F. Sandberg levou sua ideia para o Cinema. Com James Wan (das franquias Sobrenatural e Invocação do Mal) entre os produtores, ele reuniu um bom elenco e expandiu o conceito que criou, sobre um espírito maligno que só aparece na ausência de luz. Quando as Luzes Se Apagam (Lights Out, 2016) também não é muito longo, mas tem tempo suficiente para contar uma história interessante e dar alguns sustos.
No curta homônimo (que você assiste aqui), vimos uma mulher apagando as luzes em casa e se deparando com uma figura sobrenatural. Este é também o pontapé para o longa, com a mesma atriz, Lotta Losten, repetindo sua colaboração com o marido diretor. O curta virou mania no YouTube e, assim como foi com Mama (2015), trouxe outra oportunidade a seu criador. Esta nova produção já é tida pela crítica internacional como o Babadook (2014) deste ano, devido a várias similaridades – até a origem num curta. Como comparações tendem a diminuir uma das obras envolvidas, o melhor é analisar o filme por seus próprios méritos, evitando exageros e expectativas.
A história acompanha uma família que parece ser assombrada pela tal entidade, e aos poucos descobrimos os fatos que a cercam. O jovem Gabriel Bateman vive Martin, um garoto que acompanha de perto a mãe (Maria Bello, de A 5ª Onda, 2016) aparentemente perder a sanidade. Quando começa a perceber que possa ter algo a mais ali, ele recorre à irmã mais velha, Rebecca (Teresa Palmer, do novo Caçadores de Emoção, 2015), que vai reviver algumas memórias dolorosas. O roteiro, adaptado por Eric Heisserer (de Contagem Regressiva, 2013), é enxuto e respeita a inteligência do público e de seus próprios personagens, passando longe das decisões absurdas que costumam marcar o gênero. Há, sim, inconsistências, mas nada que impeça a diversão.
Sempre muito competente, Bello é convincente no papel de uma mulher desacreditada por todos. A pergunta que ela sempre ouve pode se tornar bem irritante: “Está tomando seus remédios?” A questão da doença mental está presente, sim, mas não parece ser uma direção a ser tomada conscientemente por Heisserer. Ele opta por ficar no terreno do terror, e mais uma vez Wan está envolvido em um filme que explora bem cantos escuros e os cômodos de uma casa grande. Se Bateman já se mostra bastante carismático, Palmer vai além, proporcionando, além de beleza, um pouco de profundidade a sua Becca. E outro que merece menção é Alexander DiPersia (da série Good Girls Revolt), responsável por bons momentos, tanto no humor quanto na tensão, como o namorado de Becca.
Claro que Quando as Luzes Se Apagam está longe de ser um candidato a novo clássico. Mas é eficiente e deve permanecer como um dos destaques do gênero no ano, além de colocar holofotes em Sandberg, que atualmente comanda a sequência de Annabelle (2014). Ele demonstra ter potencial para saltos mais altos, e não faltam curtas em sua carreira, caso decida esticar mais algum. Este, nas duas versões, vai fazer muita gente dormir de luz acesa.
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