por Marcelo Seabra
Desde o incício da produção, o segredo mantido em torno de Rua Cloverfield, 10 (10 Cloverfield Lane, 2016) era algo aparentemente exagerado. Qual seria, afinal, o mistério que justificaria tanto cuidado? Só podemos chutar que será algo no estilo de Cloverfield (2008), longa que, além do título em comum, também traz J.J. Abrams como produtor. Mas as similaridades param nos dois nomes envolvidos, daí em diante são caminhos bem diferentes.
O Cloverfield de 2008 era feito no famigerado estilo “imagens encontradas”, e seguia um grupo de jovens tentando sobreviver ao ataque de um monstro gigantesco. Por algum motivo, um deles mantinha a câmera em punho e registrava tudo. Agora é bem diferente: com a câmera firme, o estreante Dan Trachtenberg faz um suspense que usa mais o aspecto psicológico que seu antecessor, levando a ação para um bunker. É lá que Howard mantém dois convidados, Michelle e Emmett, salvando-os de um ataque químico, nuclear ou algo que o valha. Os três começam aos trancos, com muita desconfiança no ar, até se conhecerem um pouco mais.
A dinâmica entre os três personagens é o que mantém a eficiência do longa. E a grande força por trás dessa receita responde por John Goodman (de Argo, 2012), um grande ator que vai de paizão a vilão em segundos, com as expressões e reações acertadas para cada momento. Mary Elizabeth Winstead (a filha de McLane em Duro de Matar) é o outro trunfo, uma atriz mais jovem que não faz feio frente ao colega veterano. Completa o trio principal John Gallagher Jr. (de The Newsroom), e a voz de Bradley Cooper (de Joy, 2015) faz uma ponta, curiosidade que muitos só notarão ao final, com o cast subindo.
A tensão em Rua Cloverfield, 10 é muito bem construída e nunca sabemos em que acreditar. O cenário, o tal bunker do paranóico Howard, ora é mostrado como um ambiente amplo, onde eles podem se sentir à vontade, ora como um quartinho opressor, o que serve bem à trama. O diretor encontra passagens para colocar bons clássicos da música – ou seria Abrams, já que isso é marca registrada dos filmes dele? E o roteiro, escrito por Josh Campbell e Matthew Stuecken, ambos praticamente novatos, e Damien Chazelle (de Whiplash, 2014), é bem amarrado, evita diálogos expositivos e nem se preocupa em explicar demais. Falar mais seria estragar alguma coisa.
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