por Marcelo Seabra
Depois de uma espera curta, que pareceu ser bem mais longa devido ao sucesso da primeira temporada, chega ao Netflix a segunda temporada de Demolidor (Daredevil, 2016). Mesmo tendo tido a ótima Jessica Jones (2015) no intervalo, outra personagem do mesmo universo que serviu como distração, os fãs do Homem Sem Medo deviam estar bastante ansiosos por essa volta. Ainda mais depois do anúncio dos dois novos personagens que viriam para engrossar o caldo, velhos conhecidos dos iniciados: Frank Castle, o Justiceiro, e Elektra Natchios. Eles vão trazer mais questões bacanas para serem discutidas, como os limites do vigilantismo e a possibilidade de redenção para criminosos.
Como é costume em continuações, essa nova fornada de episódios já começa com bastante ação, uma vez que tudo já foi estabelecido e explicado na primeira. Todas as ideias que tínhamos que comprar já foram lançadas, agora basta acreditar num advogado cego que combate o crime numa fantasia usando seus outros sentidos superdesenvolvidos. Matt Murdock (Charlie Cox) leva sua vida dupla com um pouco mais de tranquilidade, já que o amigo Foggy Nelson (Elden Henson) conhece o seu segredo e o ajuda ocasionalmente. A secretária da firma deles, Karen Page (Deborah Ann Woll), continua linda e dando mole para Matt, mas sempre se mostra uma mulher forte e decisiva em várias situações.
O ritmo se acelera na série após uma chacina de criminosos, que deixa claro que há uma espécie de milícia agindo como vigilante. Em pouco tempo, descobrimos se tratar de apenas um sujeito, um ex-militar que parece em uma missão para limpar Hell’s Kitchen. Depois de aparecer para o grande público em The Walking Dead, Jon Bernthal ganha outra oportunidade para mostrar que é um ator competente, que vai além das linhas do roteiro, trazendo bastante expressividade para seu Justiceiro. É interessante perceber, após três tentativas no Cinema (1989, 2004 e 2008), que esta é a primeira vez que o sujeito é tratado como alguém visivelmente perturbado, aproximando-o da versão dos quadrinhos e afastando-o de vez dessas adaptações canhestras – por incrível que pareça, a com Dolph Lundgren ainda é a melhor. Ou menos pior. As dimensões que conhecemos só tornam Castle ainda mais interessante. E a fidelidade aos quadrinhos, ao lado do tratamento cru das cenas, só ajuda.
Um problema é o fato de ficar parecendo que acabou o fôlego para a temporada no meio do caminho, ao contrário da tensão crescente da primeira. Wilson Fisk (Vincent D’Onofrio) foi fascinante pelos 13 episódios, enquanto Castle dá uma esfriada e acaba sobrando brecha para a entrada de Elektra (Elodie Yung, de G.I. Joe: Retaliação, 2013), uma mulher misteriosa que ressurge do passado de Matt. Uma série de flashbacks vai se alternando com o presente para construir a relação entre eles, numa adaptação simples que não reduz, mas facilita a chegada dela. O cast da apresentação, que não é fixo como nas séries de antigamente, nos revela quem vai dar as caras no episódio e já sabemos um pouco do que nos espera. Apenas um pouco, porque essas produções Netflix têm mostrado muita qualidade e sempre surpreendem.
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