por Marcelo Seabra
Já nem me lembrava bem de Ted (2012), aquele longa engraçado e esquecível sobre um ursinho de pelúcia que cria vida e, depois de alguns anos, passa a beber, se drogar e arrumar mulheres. Eis que chega aos cinemas Ted 2 (2015), sequência que consegue ser mais nonsense que o primeiro. E a boa notícia é que também chega mais longe, emendando uma piada na outra e sacaneando a todos, esquerda e direita, brancos e negros, nerds e burros e, como não poderia deixar de ser, sobra até para o Flash Gordon! A sensação que fica é que o diretor, roteirista, produtor e ator Seth MacFarlane está se desculpando por Um Milhão de Maneiras de Pegar na Pistola (A Million Ways to Die in the West, 2014), aquela horrenda paródia de westerns.
Repetindo o papel de John Bennett, Mark Wahlberg se mostra muito à vontade como o sujeito que não amadureceu como a esposa gostaria, e está separado há algum tempo – ou seja, nem sinal de Mila Kunis, decisão aparentemente tomada pelos roteiristas. John e Ted (voz de MacFarlane) seguem fazendo nada, ou ao menos nada de útil. Continuam indo a festas e se recusando a crescer. Ted, no entanto, se casou e agora pretende ter um filho. Mas como um ursinho de pelúcia conseguiria engravidar uma mulher? E adotar também não será fácil, já que não se trata de um casal convencional.
Vários personagens do primeiro filme estão de volta, como a esposa de Ted (Jessica Barth), Donny (Giovanni Ribisi), Guy (Patrick Warburton) e Sam Jones, o Flash Gordon, como ele mesmo. E há novidades, que respondem pelos nomes de Amanda Seyfried (de Um Milhão de Maneiras), John Carroll Lynch (de Belas e Perseguidas, 2015), John Slattery (o Howard Stark da Marvel) e Morgan Freeman (de Transcendence, 2014). E ainda tem uma ponta engraçadíssima que não vale a pena estragar. Todo esse pessoal foi reunido por um simples motivo: fazer o público rir. O que, sabemos, não é fácil. Mas a missão de MacFarlane é bem sucedida, com piadas que vão do mais chulo (com fluídos corporais, por exemplos) ao mais elaborado, que depende de referências pop para compreender, como acontece em Family Guy.
Sem entrar em detalhes, para não estragar as surpresas, o terceiro ato do filme se passa em uma convenção e traz uma sequência interminável de gags. Warburton é um dos grandes responsáveis, a fantasia que ele usa vai matar de rir os mais aficcionados por heróis. MacFarlane, Alec Sulkin e Wellesley Wild, parceiros em Family Guy, não se preocuparam em criar uma história elaborada ou mesmo crível, mas uma desculpa para despejar uma sequência de piadas, críticas e homenagens. John tem um novo interesse romântico, uma advogada linda, esforçada e um tanto lesada (Seyfried), mas é Ted quem rouba a cena. O urso está mais engraçado do que de costume e já podemos esperar por outra de suas aventuras. Com um custo de 68 milhões de dólares e um faturamento internacional que já bate os 180 milhões, isso é certo.
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