por Marcelo Seabra
Como McCarthy não consegue segurar um filme sozinha (ela sempre precisará de um “escada” para depositar suas reclamações), temos no papel principal ninguém menos que Sandra Bullock, oscarizada por Um Sonho Possível (The Blind Side, 2009), mas mais lembrada pelos dois Miss Simpatia (Miss Congeniality, 2000 e 2005). Novamente no papel de uma policial competente mas inábil socialmente, ela é Sarah Ashburn, uma agente do FBI a um passo de uma promoção, ou assim ela acredita. Seu chefe (o desperdiçado Demian Bichir, de Selvagens, 2012) a designa para uma nova missão para que ela, além de provar sua competência, mostre que sabe trabalhar em equipe.
Chegando em Boston para investigar o caso das drogas de perto, Ashburn se vê obrigada a colaborar com a desbocada Mullins (McCarthy), detetive local que tem um irmão metido no submundo. Portanto, as duas têm motivos fortes para capturar o traficante mor, mas antes precisarão descobrir quem ele é. Obviamente, na interação entre as duas, teremos situações que deveriam ser hilárias, apesar de já vistas em diversas outras produções. Bullock ainda consegue trazer certa simpatia para sua personagem, uma mulher travada, cheia de regras, que parece querer ser mais simples e relaxada, mas não consegue lutar contra a sua natureza. Já Mullins é o tipo de estereótipo que você não explica como durou na polícia. A produção se esforça para mostrar que, apesar de anticonvencional, ela é comprometida. Talvez, ela ainda esteja lá por ter um chefe banana que não sabe o que fazer com ela (papel de Thomas F. Wilson, para sempre lembrado como o Biff Tannen da trilogia De Volta Para o Futuro).
O roteiro, de Katie Dippold (da série Parks and Recreation), consegue visitar todos os clichês desse subgênero “policiais-de-personalidades-opostas-que-devem-se-ajudar”, e passa longe da graça que deveria ter. O diretor, Paul Feig, não traz nada de novo, apostando na fórmula que funcionou em seu Madrinhas de Casamento. Afinal, foram mais de US$288 milhões arrecadados pelo mundo. As Bem Armadas já levou mais de US$220 milhões desde o fim de junho, quando foi lançado nos Estados Unidos. A continuação, claro, já está garantida. Ao menos, poderemos tirar esse gosto ruim ao ver a esforçada Bullock na elogiada ficção-científica Gravidade (Gravity, 2013), que chega aqui em outubro.
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