por Rodrigo “Piolho” Monteiro
Numa manhã nublada em Paris, o corpo de uma jovem é encontrado horrivelmente desfigurado e mutilado em um parque da cidade. O assassino foi bastante cuidadoso, não deixando para trás qualquer evidência de sua identidade ou da de sua vítima. Impossível identificá-la através de seus registros dentários ou impressões digitais e ela não figura em nenhuma lista conhecida de pessoas desaparecidas.
Ao ser apresentado ao caso, o major da Polícia Metropolitana de Paris Louis Daniel (Marc Lavoine) sabe que tem um grande enigma em suas mãos e a coisa piora quando ele relaciona esse assassinato a outro semelhante ocorrido recentemente em Londres. Em um cenário onde agências policiais não trocam informações sobre casos em andamento para não prejudicar as investigações e as jurisdições são delimitadas pelas fronteiras de cada país, Louis sente que a única forma de solucionar esse caso – e outros que cruzam fronteiras dentro da União Européia – seria a criação de uma força-tarefa especialmente para esse tipo de crime.
Assim sendo, logo ele consegue a autorização para liderar uma pequena agência de combate ao crime multinacional, composta pelo alemão Sebastian Berger (Tom Wlaschiha, de Game of Thrones), a francesa Anne-Marie San (Moon Dailly), o irlandês Tommy McConnel (Richard Flood), a italiana Eva Vittoria (Gabriella Pession), a inglesa Sienna Pride (Genevieve O’Reilly, de Episodes) e, como não podia deixar de ser, o americano Carl Hickman (William Fichtner, de O Cavaleiro Solitário, 2013), que parece ser aquele que, na visão de Luis, trará o diferencial ao grupo. Desnecessário dizer que, como em toda série policial em que uma nova força-tarefa ou unidade é montada, cada um dos escolhidos tem uma especialidade que “completa o grupo”: o alemão é um hacker experiente, a francesa é especialista em crimes de tráficos de pessoas, o irlandês tem experiência com armas e táticas e por aí vai. O americano é um excelente ex-investigador do Departamento de Polícia de Nova York especialista em traçar perfis de criminosos que é forçado à aposentadoria após um tiro na mão direita o deixar praticamente inválido, o que faz com que se torne um lixeiro em um parque em Amsterdã, Holanda.
Não há muitas novidades em Crossing Lines, atração criada pelos produtores Edward Allen Bernero e Rola Bauer. Tão logo o novo grupo se une o espectador é apresentado aos mesmos clichês vistos em todas as séries de TV, filmes, livros e etc no qual um grupo de pessoas com experiências diferentes – tanto de vida, quanto profissionais – se unem em um mesmo grupo para um objetivo comum. O que, apesar de ser clichê, não deixa de ser interessante. Os atores interagem de maneira competente e crível e há até a presença de Donald Sutherland (de Jogos Vorazes, 2012), como um advogado responsável por fazer a ligação entre o grupo e seus superiores, para dar mais peso à série. E, claro, aos poucos os segredos e o passado de cada integrante do time vai sendo revelado e uma mitologia própria para a série é construída.
Com dez episódios em sua primeira temporada, Crossing Lines é uma boa opção para fãs de séries como Criminal Minds e suas familiares. A segunda temporada já está confirmada, com 12 episódios, e foram anunciados como convidados Ray Stevenson (visto recentemente em Dexter) e Carrie-Anne Moss (a eterna Trinity de The Matrix). A série está sendo exibida no Brasil desde o dia 4 de setembro, todas as quartas-feiras às 22:00, pelo canal a cabo AXN.
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