por Marcelo Seabra
Se colocarmos um desavisado para assistir a Sem Dor, Sem Ganho (Pain & Gain, 2013), ele pode nem perceber que se trata de um longa dirigido por Michael Bay. Depois de descobrir quem assina, é possível perceber a mão de Bay. Mas, aí, você já foi contaminado. Sem robôs ou grandes explosões, ou mesmo aquela câmera nervosa que é marca registrada do cineasta, sobra a oportunidade de contar uma boa história. Exagerada, mas real. Isso é reforçado em mais de um momento, para não deixar o espectador esquecer que aquelas pessoas tapadas realmente existiram.
Mark Wahlberg mais uma vez mostra que tem carisma para segurar um filme como protagonista. Como é mal aproveitado em bobagens como Atirador (2007) e Max Payne (2008), alguns não têm muita confiança nele, esquecendo de belos trabalhos como em Boogie Nights (1997) e O Vencedor (2010), para ficar em dois exemplos famosos. Ele se mostra em boa forma física para encarar o papel de um professor de academia que se cansa da rotina e decide correr atrás do sonho americano, nem que seja roubando-o. Para isso, ele recruta dois colegas que o têm como um modelo de sucesso e inteligência: um é vivido por Anthony Mackie (de Caça aos Gângsteres, 2013), o outro por Dwayne Johnson (de G.I. Joe: Retaliação, 2013). Juntos, eles mostrarão que a estupidez humana não tem limites.
O plano é aparentemente simples: os três fortões seqüestram um cara rico e não muito honesto e apenas tomam posse do que ele tem. É aqui que entra o empresário insuportável de Tony Shalhoub (o detetive Monk, da TV), a vítima. No elenco, servem como um bom reforço Rob Corddry (de Meu Namorado É um Zumbi, 2013), Rebel Wilson (de A Escolha Perfeita, 2012), Ken Jeong (da trilogia Se Beber, Não Case) e Ed Harris (ótimo em Virada no Jogo, 2012). As consequências seguem o estilo Fargo (1996), com pretensos criminosos fazendo burradas que os obrigam a irem mais longe, enfiando o pé mais fundo na lama. Mas não se esqueça: é tudo baseado em fatos, relatados em artigos por Pete Collins para o Miami New Times.
Bay fica no limite entre uma sátira e uma apologia à violência. Mas não deixa de servir como crítica ao capitalismo e ao modo de vida americano, com uma busca cega pelo que supostamente é direito de todos os cidadãos do país. A religião não fica de fora, com espetadas claras que não fogem do crível. Mesmo porque, é bom lembrar, é tudo verdade. Ou quase tudo: alguns personagens são mesclados em um, outros têm o nome trocado por questão de segurança. Justiça seja feita, é o longa mais interessante de Bay – o que não é difícil, numa carreira marcada por Bad Boys, Transformers e grandes destruições cercadas por ação descerebrada. Quem sabe é sinal de um bom (re)começo?
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