por Marcelo Seabra
O primeiro longa dos Joes tem seus bons momentos, apesar de também não valer os minutos investidos em uma sessão. Mas o segundo vai muito mais longe no quesito estupidez. Dizer que crianças vão gostar é tratá-las com total desprezo, e já imagino alguns usando essa desculpa. Outro absurdo que ouvimos é o tal de “às vezes eu só quero desligar e ver algo assim”. Filmes de ação podem ser inteligentes, como prova Jason Bourne, ou podem ficar no básico, como um Esquadrão Classe A (The A-Team, 2010), que consegue ser despretensioso e divertido. Mas nunca devem ser estúpidos, ou tratar assim os seus espectadores.
Um sujeito dirige Ela Danço, Eu Danço 2 e 3 (2008 e 2010), sequências que não sabemos como conseguiram a luz verde, e segue com o documentário sobre Justin Bieber (Never Say Never, de 2011). Por algum motivo, ele parece ser a pessoa certa para fazer a continuação de um filme que custou caro e não arrecadou nem o dobro do custo. De quebra, ele pode pegar brinquedos que fazem parte da infância de muitos e jogá-los na lama, sem a menor cerimônia. Jon M. Chu é o nome a se evitar. E os roteiristas Rhett Reese e Paul Wernick, que criaram o engraçado Zumbilândia (Zombieland, 2009), inexplicavelmente seguem com essa afronta, que certamente será uma mancha nos currículos deles.
A trama, mais do que batida, deslancha quando os Joes são traídos (o presidente é um Cobra, lembra do outro filme?) e dizimados. Os poucos que sobram se unem para descobrir o que houve. Até aí, tudo parecia correr bem e ainda se podia manter a esperança de que a atração seria digna. É quando começa o festival de chutes, bugigangas fantásticas e inacreditavelmente ridículas, diálogos constrangedores, atuações incômodas e, claro, maletas que controlam com um botão armas de destruição em massa. Eu disse maletas, no plural, porque não é só o “presidente do mundo livre” que tem uma. E é melhor nem mencionar os outros botões das maletas. O competente Jonathan Pryce, em papel duplo, é o único que parece estar se divertindo. Bruce Willis fala oi e garante o cachê como um jogador que entra em campo aos 45 do segundo tempo para participar do bicho.
Espero que o leitor perdoe o desabafo, e o aceite como um alerta. Não sei se a pior perda, após uma sessão de G.I. Joe: Retaliação, é a do dinheiro do ingresso, do tempo investido ou dos neurônios que cometeram suicídio durante. Ah, eu mencionei qual é o plano do Comandante Cobra? Quem descobrir, por favor, me conte.
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Na minha opinião, o pior é ver o ótimo ator coreano Byung-hun Lee, pagando esse mico desgraçado.É só assistir "I Saw the Devil" e "A Bittersweet Life" pra entender do que eu estou falando.