Flashback: Espião enxuto aos 40

por Marcelo Seabra

Aproveitando a ocasião do lançamento do novo filme de James Bond, Operação Skyfall (2012) , relembro o primeiro texto que escrevi sobre o personagem. Ainda na faculdade de Jornalismo, publiquei essas linhas tortas no jornal Impressão. Era junho de 2003, época do lançamento de Um Novo Dia para Morrer (Die Another Day, 2002).

Espião enxuto aos 40

Com 007 – Um Novo Dia para Morrer (Die Another Day, 2002), o agente James Bond alcança a marca de 20 vinte filmes, produzidos ao longo de 40 anos. Com vilões interessantes e mulheres fatais ao seu redor, Bond continua se envolvendo em diversas tramas que, invariavelmente, envolvem o domínio ou extermínio do mundo.

Em sua nova missão, 007 deve descobrir a identidade de um traidor ao lado de duas agentes, além de impedir o início de uma guerra catastrófica entre as duas Coréias. Já tendo sido exibida nos cinemas em janeiro, a produção é prometida para chegar às locadoras em junho, propositalmente o começo do período de férias, melhor época para um filme-pipoca. Segundo Nise Brás, funcionária da rede Blockbuster em BH, já se fala muito no filme, previsto para o dia 11. “Muitos clientes já perguntam se o novo James Bond já chegou, e a pré-venda para locadoras começou faz tempo”, comenta.

“A série é a mais longa e de maior sucesso em todos os tempos, e importante: ela é inglesa, e não americana, ou seja, não é fruto de Hollywood”, observa, em exclusiva, o crítico Rubens Ewald Filho. E completa: “Aliás, curiosamente, durante anos, os filmes de 007 sempre renderam mais no exterior do que nos EUA (os últimos tem sido meio equivalentes)”. Ian Fleming, criador do espião, era inglês, assim como seu personagem.

O primeiro ator a representar 007 causou apreensão no estúdio que bancou a produção, a United Artists: os produtores não confiavam em um filme estrelado por alguém que eles consideravam um “pobre estivador”. Ao ser lançado, o filme faturou 60 milhões de dólares e alçou o nome de Sean Connery ao estrelato. A série oficial, de vinte filmes, já contou com cinco atores no papel principal: Sean Connery, George Lazenby, Roger Moore, Timothy Dalton e Pierce Brosnan, o atual. Vários fatores causam a troca dos protagonistas, desde a falta de aceitação da audiência (Lazenby) a idade avançada, caso de Roger Moore.

A crítica especializada parece concordar que Connery foi o melhor Bond, talvez por ter sido o primeiro e mais carismático. “A série se perdeu um pouco com Moore, se tornando mais gaiata e leve com este. E depois de Connery, o melhor é o atual”, diz REF. De acordo com ele, já se fala em Clive Owen (Assassinato em Gosford Park) para substituir Pierce Brosnan, que passou a viver o agente em 1995, depois de um hiato de seis anos sem filmes da série. Brosnan confirma ter assinado contrato para outras duas produções, pretendendo abandonar a série para deixar o papel para um colega mais novo. Entre os atores já cogitados para o papel estão Russel Crowe (Gladiador), Gerard Butler (Drácula 2000) e Rupert Everett (O Casamento do Meu Melhor Amigo).

Nota: o texto fica como curiosidade. Muita água já rolou desde então, Daniel Craig está em seu terceiro filme no papel e cumpriu muito bem sua obrigação em Skyfall. A crítica completa vem já, já.

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Sobre Marcelo Seabra

Jornalista e especialista em História da Cultura e da Arte, é mestre em Design na UEMG com uma pesquisa sobre a criação de Gotham City nos filmes do Batman. Criador e editor de O Pipoqueiro, site com críticas e informações sobre cinema e séries, também tem matérias publicadas esporadicamente em outros sites, revistas e jornais. Foi redator e colunista do site Cinema em Cena por dois anos e colaborador de sites como O Binóculo, Cronópios e Cinema de Buteco, escrevendo sobre cultura em geral. Pode ser ouvido no Programa do Pipoqueiro, no Rock Master e nos arquivos do podcast da equipe do Cinema em Cena.
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2 respostas para Flashback: Espião enxuto aos 40

  1. DaviEnghaw disse:

    Sobre Clive Owen e Gerard Butler terem sido cogitados eu já sabia, mas Rupert Everet pra mim é novidade. Se os fãs xiitas já chiaram muito com a escolha do Daniel Craig por ele ser loiro, imagina o que não fariam com um gay.

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