por Rodrigo “Piolho” Monteiro
Segundo o horóscopo chinês, 2012 é o ano do Dragão da Água. Para os fãs dos quadrinhos, no entanto, esse pode ser muito bem o ano do morcego. Afinal, até o momento, Batman foi a estrela de três longa metragens, ainda que dois deles sejam animações lançadas diretamente em DVD. Baseada na minissérie homônima criada por Frank Miller, Klaus Janson e Lynn Varley, Batman: O Cavaleiro das Trevas Parte 1 (Batman: The Dark Knight Returns Part 1, 2012) é o último desses lançamentos. Chegando diretamente ao mercado de homevideo, a animação atende aos desejos de boa parte dos fãs do personagem que, desde 1989, ano do primeiro filme de Batman – aquele dirigido por Tim Burton – esperam ver a obra-prima de Miller transposta para as telas.
O Cavaleiro das Trevas, ainda que não faça parte da cronologia de Batman, é uma das mais importantes histórias do personagem (se não A mais importante). Ela mostra Gotham City 20 anos no futuro, metade dos quais sem um Batman para defendê-la. Depois da morte de Jason Todd (o segundo Robin), o Homem Morcego decide se aposentar. No décimo aniversário da data, o comissário James Gordon também está às portas da aposentadoria. Harvey Dent, o Duas Caras, passa por uma cirurgia reconstrutora e, após anos de terapia intensiva, está “reabilitado”. Já o Coringa, responsável pela morte de Todd, está internado no Asilo Arkham, catatônico. No meio disso tudo, temos Bruce Wayne, um homem assombrado pelo seu passado e uma voz interna que urge que ele volte à ação. Afinal, apesar de estar livre de seus maiores algozes, Gotham está mergulhada no crime, graças à ascensão da gangue conhecida como “Os Mutantes” e seu líder, conhecido, adequadamente, como “Líder Mutante”. Logo, a voz vence e Batman volta à ativa. Dizer mais do que isso seria estragar a diversão.
Batman: O Cavaleiro das Trevas Parte 1 transpõe para a telinha a primeira e a segunda edições da minissérie. Como toda adaptação, ela tem pontos positivos e negativos. A parte negativa fica justamente pelo fato de o conflito interno pelo qual passa Wayne ter sido bastante amenizado no desenho – em parte talvez pelo roteirista Bob Goodman e diretor Jay Oliva terem cortado a narração que, no gibi, mostra Wayne conversando internamente com Batman. Desperdiça-se, assim, um recurso que poderia também ter sido explorado em outros momentos. Isso pode ser justificado, por outro lado, pelo fato de a animação claramente tentar atender a um público mais jovem, que provavelmente não iria se empolgar caso o filme adquirisse esse tipo de clima. Claro, há também a questão de que muitas das nuances presentes na obra de Miller dificilmente poderiam ser comprimidas nos pouco mais de 70 minutos da animação.
No fim das contas, esta Parte 1 é uma transposição extremamente bem sucedida e consegue equilibrar a necessidade de ser fiel ao original com a de atender a uma audiência mais diversa – ou seja, aquelas pessoas que sequer sabem que se trata de uma adaptação de uma obra específica – de maneira bastante satisfatória. A exemplo de Batman: Ano Um (Batman: Year One, 2011), ela é daquelas obras que tem tudo para agradar tanto aos fãs dos quadrinhos quanto àqueles admiradores ocasionais. Só esperamos que a segunda parte faça jus às expectativas.
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SINCERAMENTE nunca fiquei tão animado em assisti uma animação quando assisto essa saga, é realmente uma obra prima baseada em arte e fidelidade. Amei!!!
Alguém pode me dizer quais filmes assistir antes, pra pegar a sequência certa desse.. ou não é preciso?
Guilherme, a revista O Cavaleiro das Trevas não tem relação com a trilogia de Christopher Nolan. Ela foi adaptada como animação e dividida em duas partes, e ambas têm críticas no Pipoqueiro.