O ator é outro, mas a fórmula de Spartacus permanece a mesma

por Rodrigo “Piolho” Monteiro

Sucesso no canal Starz em 2010, a série Spartacus, agora com o subtítulo de Vengeance (Vingança), estreou  no último sábado, dia 10 de março, no canal a cabo Globosat HD, pouco menos de dois meses após o  primeiro episódio ter ido ao ar nos Estados Unidos.  A série traz uma nova abordagem à história do escravo que se torna gladiador e, rebelando-se contra seus mestres, foge, organiza uma espécie de exército e ameaça a hegemonia romana por quase dois anos.

Vengeance é sua segunda temporada oficialmente, e chega cercada de expectativas, principalmente depois das turbulências que enfrentou no ano passado. Após sete episódios exibidos nos Estados Unidos, podemos perceber que algumas das mudanças – sendo a principal delas a substituição do protagonista, Andy Whitfield, morto ano passado devido a um câncer, por Liam McIntyre – não alteraram as características mais marcantes da série. A mudança de foco nessa temporada, no entanto, pode pegar alguns dos fãs de surpresa.

NOTA: A partir daqui, há spoilers para aqueles que não assistiram à temporada anterior, Blood and Sand, ou à minissérie Gods of the Arena.

Se a primeira temporada da série, Blood and Sand, teve seu foco principalmente nas lutas nas arenas, enquanto também abordava as incessantes tentativas de Quintus Batiatus (John Hanna – ao lado) e sua esposa Lucrecia (Lucy Lawless) de deixarem seu papel de coadjuvantes na sociedade romana e ocuparem um lugar de destaque no Senado Romano, Vengeance é uma história de fuga e captura. Guardadas todas as devidas proporções, há, aqui, uma certa semelhança com a segunda temporada de Prison Break.

Ao final de Blood and Sand, Spartacus e seu séquito estão livres. Pelo menos, livres do ludus de Batiatus, deixando uma trilha de sangue e corpos atrás de si. Os escravos estão escondidos nos esgotos de Cápua, realizando ataques aqui e ali para obter comida e novos recrutas, enquanto rechaçam repetidamente as tentativas de captura pelos romanos.

Logo de cara, vê-se que o grupo de Spartacus tem uma cisão. Uma parte do exército é liderada pelo trácio e seu braço direito, Agro (Daniel Feuerriegel), além da amante de Spartacus, Mira (Katrina Law). A outra, composta majoritariamente por gauleses, se agrupa ao redor Crixus (Manu Bennet – ao lado). Os grupos têm objetivos, inicialmente, diferentes: Spartacus quer levar os escravos fugitivos para as montanhas do leste, encontrar navios e se livrar dos domínios romanos, onde, aí sim, poderiam conquistar sua liberdade; já Crixus quer ir para o sul, em busca de Naevia (Cynthia Addai-Robinson, de Flash-Forward, substituindo Lesley-Ann Brandt, que viveu a personagem nas duas temporadas anteriores), escrava pela qual se apaixonara e da qual foi afastado quando Lucrecia descobriu o romance, quando ela costumava usar o gladiador como seu brinquedo sexual.

Paralelamente, vemos a disputa entre aqueles que querem a glória da captura de Spartacus para si. O agora Pretor Claudius Glaber (Craig Parker), responsável pela captura do futuro Spartacus em Blood and Sand, quer o direito da captura para si, visando subir no Senado de Roma. No entanto, ele enfrentará a concorrência de Varinius (Brett Tucker) e, principalmente, do jovem Seppius (Tom Hobbs), ambos com mais recursos e homens do que Claudius. O pretor, no entanto, terá ajuda para compensar essa desvantagem, como Ashur (Nick Tarabay), antigo intendente de Batiatus, um ex-gladiador que culpa Crixus por sua falta de glórias na arena.

Todos os elementos que tornaram Spartacus uma série de relativo sucesso estão lá: as conspirações, a nudez, o sexo, o sangue. Aqueles que já acompanhavam a série verão poucas novidades. Causa estranheza ver McIntyre em cena, no lugar de Withfield, mas até o momento ele vem dando conta do recado. Até porque seu papel exige mais esforço físico do que mental, por assim dizer. Nos primeiros episódios há uma certa falta de cenas nas arenas, se compararmos com as temporadas anteriores. A ação e as conspirações, no entanto, continuam lá e espera-se que façam com que a série renda mais algumas temporadas, ainda que não haja a possibilidade de um final feliz para Spartacus e seus companheiros, caso os produtores decidam se ater ao destino final que foi reservado à figura história real que lhes serviu de inspiração.

Marcelo Seabra

Jornalista e especialista em História da Cultura e da Arte, é atualmente mestrando em Design na UEMG. Criador e editor de O Pipoqueiro, site com críticas e informações sobre cinema e séries, também tem matérias publicadas esporadicamente em outros sites, revistas e jornais. Foi redator e colunista do site Cinema em Cena por dois anos e colaborador de sites como O Binóculo, Cronópios e Cinema de Buteco, escrevendo sobre cultura em geral. Pode ser ouvido no Programa do Pipoqueiro, no Rock Master e nos arquivos do podcast da equipe do Cinema em Cena.

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  • Um filme que retrata mais um episódio da vida pecaminosa da raça humana.
    Mostra como a capacidade do homem é incansável em praticar o mal. O desejo pelo poder e a ganância por riquezas, traz o lado obscuro de uma vida de luxuria e depravação.

    E sobre o ator.
    Parece a meu ver,veio o julgamento divino para ele em retratar uma época de pura escuridão espiritual.
    Seria coincidência a morte desse ato em plena juventude de seus 39 anos de idade?
    Aqui esta a resposta . Gálatas 6:7

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