por Marcelo Seabra
Apesar de ter criado diversos personagens e escrito inúmeras histórias, seja de ficção ou não, Edgar Rice Burroughs é sempre lembrado por seu livro mais famoso: Tarzan dos Macacos, publicado em 1912. Chegou a hora de um outro herói de Burroughs ganhar destaque e o aventureiro John Carter estreia nas telas em um longa caro, bem feito e divertido. O que todo arrasa-quarteirão deveria ser, nada mais que bom entretenimento.
Depois de ter passado pelas mãos de Robert Rodriguez, Kerry Conran e Jon Favreau, este projeto parecia destinado ao engavetamento. Quando a Paramount abriu mão dos direitos de adaptação para se dedicar ao reinício da franquia Star Trek, a Disney não perdeu tempo e garantiu o sinal verde, escalando o diretor Andrew Stanton. Depois de animações elogiadíssimas como Wall-E (2008) e Procurando Nemo, Stanton decidiu partir para o live-action – mesmo que usando o fundo verde e uma grande quantidade de efeitos especiais. Todos muito dignos, diga-se de passagem. O 3D não chega a fazer uma diferença gritante, mas enriquece algumas tomadas e não escurece a tela.
Carter é um veterano da Guerra Civil que busca ouro no velho oeste e se cansou de guerras. Enquanto luta contra oficiais norte-americanos e índios, ele descobre um artefato que magicamente o leva a Marte. Lá, por uma diferença na gravidade, ele precisa dominar o simples ato de caminhar, já que é capaz de pulos gigantescos. Em pouco tempo, Carter conhece três sociedades diferentes que precisam viver em harmonia para o bem do planeta, mas estão longe disso. Claro que, mesmo que ele não queira tomar partido, isso acaba acontecendo.
John Carter – Entre Dois Mundos não parece ter criado muita expectativa nos Estados Unidos, muito menos no Brasil. E o orçamento anunciado de algo em torno de US$ 250 milhões será difícil de cobrir, o que pode transformar o longa em um fracasso retumbante. As poucas críticas já disponíveis, publicadas após a permissão da Disney, estão bem divididas, indo desde elogios ao grande filme-pipoca do ano a críticas a um pastiche que agradará apenas o público infantil. Não vamos a extremos, não é onde o filme está. Apesar de ter um final que fura sua própria lógica, trata-se de uma boa aventura, à moda antiga, que vale a conferida.
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