por Marcelo Seabra
Em uma rápida pesquisa, pode-se constatar que a maioria dos críticos viu em A Casa dos Sonhos (Dream House, 2011) um longa lento, confuso e cheio de viradas forçadas e previsíveis. Não tenho interesse algum em levantar polêmicas ou ser do contra. Mas o que assisti foi a um drama com toques de suspense que tem momentos bem interessantes, e que fica acima da média no fim das contas.
Este é um caso de quanto menos se sabe a respeito, melhor. O trailer, dizem, entrega muito. Dei sorte de ser atraído pelo elenco e pelo diretor e ir sem muitas informações, o que não é bem um hábito. Mas, quando se tem o James Bond Daniel Craig e as beldades (e competentes) Rachel Weisz (de Um Olhar do Paraíso, de 2009) e Naomi Watts (de King Kong, 2005), comandados por Jim Sheridan (de ótimos filmes, como Meu Pé Esquerdo, de 1989), dá para arriscar.
Os problemas desse quarteto aparentemente perfeito começam quando Will descobre que a família que morava na casa antes deles foi morta. A cidade tem a casa como um lugar maldito e, logo, estranhos começam a serem vistos rondando. Entregar mais do que isso seria estragar a experiência, que foi forte o suficiente para calar todos os imbecis que pareciam estar em um bar e conversavam à vontade. Costumo ter esse tipo de problema (volte, lanterninha!), mas desta vez estava generalizado – até um determinado ponto da exibição, quando todos parecem ter começado a prestar atenção.
Segundo jornais norte-americanos, o diretor e o produtor, James G. Robinson, tiveram várias discussões sobre ajustes no roteiro de David Loucka. Sheridan não ficou muito satisfeito com o resultado e tentou tirar seu nome dos créditos. Os protagonistas, Craig e Weisz, também teriam ficado descontentes. Nenhum dos três fez as habituais divulgações para a imprensa e não houve nem ao menos uma sessão para jornalistas, o que seria esperado. Para os atores, houve um lado bom: o relacionamento iniciado deste lado das telas.
Há interpretações fortes, uma ambientação muito adequada, uma trilha sonora na medida (de John Debney), uma fotografia elegante (de Caleb Deschanel)… Vários bons elementos combinados que fazem de A Casa dos Sonhos uma boa pedida. Em um fim de semana com estréias de Almodóvar (A Pele que Habito) e Andrew Niccol (O Preço do Amanhã), a briga promete. Contanto que Terror na Água 3D não vença, está ótimo.
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