Camelot é mais um grande lançamento na TV

por Rodrigo “Piolho” Monteiro

Camelot é a nova produção do canal Starz, o mesmo da divertida Spartacus (2010), e foi criada por Michael Hirst, da recém-encerrada The Tudors (2007 – 2010), e Chris Chibnall, de Law & Order: UK (2009). A série bebe nas diversas fontes a respeito do Rei Arthur para trazer esse personagem lendário às telas, ajudando a reabilitar sua figura após aberrações como Rei Arthur (King Arthur, 2004) e Lancelot – O Primeiro Cavaleiro (First Knight, 1995).

A história começa quando a feiticeira Morgana Le Fay (Eva Green, de Cassino Royale, de 2006 – acima) retorna à casa de seu pai, o rei Uther (Sebastian Koch, de Desconhecido, de 2011) e, através de um ardil, o assassina envenenado. Seu objetivo é simples: exilar a segunda esposa de Uther, Igraine (Claire Forlani, vista recentemente em CSI: NY) e, assim, assumir o trono do pai, por se considerar a única filha legítima do rei.
 
Morgana não contava, no entanto, com a interferência de Merlin (Joseph Fiennes, de Shakespeare Apaixonado, de 1998 – ao lado) que praticamente persuade Uther, em seu leito de morte, a reconhecer a existência de seu filho Arthur (Jamie Campbell Bower, de Lua Nova, 2009, e Harry Potter e as Relíquias da Morte, 2010 – no alto) e outorgar-lhe o direito de assumir a coroa como seu legítimo herdeiro. Arthur, filho de Uther e Igraine, fora entregue aos cuidados de Merlin assim que nasceu. O mago, então, o entregara a um dos servos mais obscuros de Uther, para que pudesse ser criado longe da influência da corte, sem sequer saber de sua herança real.
 
A partir daí, o que se vê em Camelot é a disputa pelo trono entre Morgana, que usa feitiçaria e sedução para atrair para si aliados dispostos a lhe conseguir a coroa, e Merlin, ainda que aparentemente com objetivos menos gananciosos. Morgana quer ser a rainha da Britânia; Merlin vê em Arthur a solução para um país dividido. Para isso, no entanto, ele precisa transformar o fazendeiro não apenas em um rei, mas em uma figura carismática o suficiente para atrair o apoio do povo para si.

Arthur Pendragon, mais popularmente conhecido como Rei Arthur, é uma figura lendária na cultura mundial, especialmente na britânica. Desde que seu nome e supostos feitos apareceram pela primeira vez em um manuscrito do século XII (History of the Kings of Britain, de Geoffrey of Monmouth), ele vem atraindo atenção e dando origem às mais diversas histórias, das mais fantasiosas àquelas mais realistas.

Nove séculos se passaram e, até hoje, os historiadores não entraram em consenso sobre a existência real ou não de Arthur. Enquanto todos concordam que é ficção os aspectos mais fantasiosos sobre sua história (como a espada Excalibur ser entregue pela Dama do Lago e os poderes mágicos de seu fiel conselheiro, Merlin), historiadores e pesquisadores usam fontes línguisticas, históricas e arqueológicas para provar a veracidade – ou não – acerca da existência de Arthur. Há até mesmo uma cisão entre estes, já que muitos historiadores, ainda que defendendo a existência de Arthur, atestam que ele, na verdade, nunca fora um rei, mas sim um senhor da guerra, um general que combateu os saxões e liderou a ilha que mais tarde se tornaria a Inglaterra contra os invasores no período entre os séculos V e VI.

A primeira temporada de Camelot tem 10 episódios e promete trazer diversos atrativos para os fãs do gênero capa e espada. Ainda não há previsão de estreia no Brasil. Enquanto espera, confira o longa Excalibur, de 1981, para já se inteirar sobre a história. Ou fique com a paródia Em Busca do Cálice Sagrado (Monty Python and the Holy Grail, de 1975 – abaixo), dos loucos do Monty Python.

Sobre Marcelo Seabra

Jornalista e especialista em História da Cultura e da Arte, é mestre em Design na UEMG com uma pesquisa sobre a criação de Gotham City nos filmes do Batman. Criador e editor de O Pipoqueiro, site com críticas e informações sobre cinema e séries, também tem matérias publicadas esporadicamente em outros sites, revistas e jornais. Foi redator e colunista do site Cinema em Cena por dois anos e colaborador de sites como O Binóculo, Cronópios e Cinema de Buteco, escrevendo sobre cultura em geral. Pode ser ouvido no Programa do Pipoqueiro, no Rock Master e nos arquivos do podcast da equipe do Cinema em Cena.
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