por Rodrigo “Piolho” Monteiro
Os camaleões são animais cuja característica mais conhecida é o fato de que, em certas condições, conseguem mudar de cor, mimetizando os tons e cores do ambiente ao seu redor, visando enganar tanto suas presas quanto seus predadores. Nos idos dos anos 1960, Stan Lee usou esse conceito para criar o Camaleão, o primeiro do sem-número de inimigos do Homem-Aranha a debutar nos quadrinhos. O Camaleão, que era um espião, tinha a habilidade de roubar a identidade de seus alvos por um determinado período. Ao longo do tempo, sua verdadeira identidade acabou se perdendo.
O que faz de Rango um filme atraente, ideal para uma tarde de cinema com pipoca, é, principalmente, a forma como os personagens foram construídos esteticamente. Nota-se claramente que foi gasto muito tempo para que se acertasse o design dos gambás, ratos, toupeiras, répteis e anfíbios que aparecem na tela. Há, ainda, algumas viradas inteligentes – ainda que previsíveis – no roteiro que tornam-no uma boa experiência, tanto para adultos quanto para crianças. Sequências como a da perseguição aérea da carruagem, quando Rango e seus companheiros fogem de um bando de toupeiras ao som de uma versão country da famosa “Cavalgada das Valquírias”, de Richard Wagner (imortalizada em Apocalipse Now, de 1979), são sensacionais.
Finalmente, a versão dublada do filme – que domina a maioria das sessões em cartaz – se mostrou surpreendentemente bem feita, ainda que algumas das expressões que caracterizam os caipiras de Poeira pareçam ter saído diretamente do “Manual Globo de roteiro para novelas sertanejas”. Não importa a região, a expressão “uai” acaba sendo uma característica intrínseca de qualquer pessoa do interior. Ou, no caso, de qualquer animal antropomórfico.
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Que bacana! Quero muito ver!