Por Marcelo Seabra
Há pessoas que, quando assistem a um filme, procuram boas atuações. Outras, bons roteiros. Às demais, James Cameron consegue agradar. Apesar de não ter dirigido Santuário (Sanctum, 2010), ele é o grande nome por trás do projeto. E pela frente também, já que a distribuidora conhece seu apelo e não o poupou no material de divulgação. O longa chega aos cinemas brasileiros e americanos nesta sexta, 04/02, e vê-se no cartaz, de longe, a chancela de Cameron como produtor executivo.
Os dois nomes mais expressivos do elenco são os de Richard Roxburgh (o vilão em Moulin Rouge (2001), A Liga Extraordinária (The League of Extraordinary Gentlemen, 2003) e Van Helsing (2004) e Ioan Gruffudd, mais lembrado como o Sr. Fantástico dos dois longas do Quarteto Fantástico (2005 e 2007). O primeiro vive Frank, o líder do grupo, um mergulhador experiente que arrasta seu filho e equipe atrás de suas grandes realizações e descobertas. Gruffudd vive o milionário que banca a expedição, um boa vida que gosta de esportes radicais. Como destaque, há ainda o jovem Rhys Wakefield no papel do filho alpinista de Frank.
James Cameron é figurinha fácil nas indicações a prêmios técnicos, seus filmes já levaram vários Oscars em categorias como as de efeitos especiais, edição, som e edição de som. Mas, como de costume, ele não privilegia atuações ou história. O argumento é inspirado em fatos, vividos por seu colaborador usual e roteirista do longa, Andrew Wight. Na realidade, apesar do grande risco corrido, nenhuma vida se perdeu, mas o filme dá uma certa dramatizada. O diretor, Alister Grierson, foi convidado por Cameron a assumir o barco devido ao bom resultado de seu longa de estréia, Kokoda (2006), também ambientado na região da Oceania. Grierson, supostamente, daria aos personagens uma melhor dimensão. Mas a profundidade ficou toda com as cavernas.
A falta de uma trama ou personagens bem desenvolvidos não chega a afundar o projeto. Santuário tem imagens belíssimas e utiliza a mesma tecnologia de fotografia desenvolvida para Avatar (2009). E, assim como neste outro, faz bom uso da terceira dimensão, transferindo ao público as sensações que os personagens devem ter experimentado nas situações apresentadas. E o clima de suspense também chega a níveis interessantes, fazendo valer a pena conferir o longa. Quanto mais alto a água chega, mais baixas ficam as chances de sobrevivência do grupo.
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Não consegui formar uma opinião concreta sobre o filme, mas fiquei claustrofóbica no cinema!