por Marcelo Seabra
Das cinco indicações ao prêmio do sindicato dos diretores, Nolan foi o único que ficou de fora, perdendo sua “vaga” no Oscar para os irmãos Coen, de Bravura Indômita (True Grit, 2010). Em alguns momentos do Oscar, já aconteceu de filme e diretor premiados não coincidirem, caso de Crash (de Paul Haggis) e Ang Lee (de O Segredo de Brockeback Mountain), na edição de 2006, ou de Shakespeare Apaixonado (de John Madden) e Steven Spielberg (por O Resgate do Soldado Ryan), em 1998. Mesmo tendo filme e diretor diferentes como vencedores, os correspondentes estavam ao menos indicados também. Um filme ser indicado sem ser acompanhado por seu diretor é algo um tanto louco. Como bem observa a jornalista Ana Maria Bahiana, A Origem se dirigiu sozinho, deve ter GPS.
Além desses fatos insólitos, o Oscar sempre levanta discussões quanto a possíveis justiças e injustiças entre as indicações. É estranho, esse ano, que O Escritor Fantasma (The Ghost Writer, 2010) e seu realizador, Roman Polanski, tenham sido solenemente esquecidos. Estranho porque ambos ganharam o prêmio, em suas respectivas categorias, da Academia Européia de Cinema. O melhor filme e o melhor diretor europeus de 2010 não são sequer lembrados pela Academia Americana?
Na categoria de Ator Coadjuvante, o agora eterno Batman Christian Bale deve confirmar um prêmio para O Vencedor (The Fighter, 2010). O típico filme de superação da vez (ano passado foi Um Sonho Possível – The Blind Side, 2010) ainda deve levar o prêmio de Atriz Coadjuvante para Melissa Leo, indicada em 2008 como Atriz Principal por O Rio Congelado (Frozen River). Como curiosidade, é interessante notar que há, além de Bale, outros dois futuros intérpretes de heróis dos quadrinhos na mesma categoria: Mark Ruffalo (por Minhas Mães e Meu Pai – The Kids Are All Right, 2010) e Jeremy Renner (por Atração Perigosa – The Town, 2010), que poderão ser vistos no filme dos Vingadores vivendo, respectivamente, Hulk e Gavião Arqueiro. Não deixa de ser um indicador de que produtores estão apostando alto em filmes baseado em quadrinhos.
Quanto a roteiro, temos duas modalidades: original e adaptado de material lançado previamente. Dentre os roteiros originais, seria uma ótima dar o prêmio a A Origem, mais do que merecido – e honraria bem o conceito de “original”. Nos adaptados, não tem para ninguém além de Aaron Sorkin, criador da falecida e elogiada série de TV The West Wing (1999-2006). Deixando um pouco de lado a política da série e de longas como Meu Querido Presidente (The American President, 1995) e Jogos do Poder (Charlie Wilson’s War, 2007), Sorkin usou o livro de Ben Mezrich Bilionários por Acaso para dar forma a A Rede Social. O evento, inclusive, deve repetir o Globo de Ouro de Melhor Trilha Sonora Original e premiar Trent Reznor e Atticus Ross.
Confira abaixo todos os indicados, com o meu palpite marcado com um asterisco:
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Concordo com a sua opinião, mas por incrível que pareça, é comum premiar o diretor e não o seu filme, talvez o caso mais assustador seja o do grande Francis Ford Copolla, que não levou o Oscar de melhor diretor por Poderoso Chefão parte 1, sim isso aconteceu. John Ford ganhou 4 estatuetas, um recorde, mas apenas Como era Verde meu vale venceu o prêmio de melhor filme, e a lista é extensa.
Não acredito na premiação do Christian Bale, acho que seu humor peculiar e alguns casos de violência vão fazer que a academia pense duas vezes na hora de homenageá-lo. No início acreditava que o Chris Nolan não levaria nem o Oscar pelo roteiro de A Orige, mas depois de tanto bafafá, ficaria feio para todos não valorizar esse texto brilhante, digno de um gênio do cinema atual.
É engraçado reler esse texto algum tempo depois, com o resultado mais do que conhecido...
Otimo artigo :D Parabéns