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Deus é brasileiro, sim. Ou então haja anjos-da-guarda para tomar conta do Brasil

A questão não é “se” vamos morrer em tragédias evitáveis, mas, sim, quando?, como?, e onde?. Comecem a rezar, meus caros

Foto: Globo.com, do leitor @lowelsreeldin

Um caro leitor do blog me perguntou se fui irônico na minha colocação: “Deus é mesmo brasileiro. Diante de tudo o que conhecemos sobre o País, morre-se pouco por aqui. Muito pouco”, no post que escrevi sobre a mais recente tragédia ocorrida no Rio de Janeiro, em que dois prédios desabaram matando, até agora, sete pessoas. Respondo: não! Não fui. Explico o porquê.

Pouco antes da Copa do Mundo, em Belo Horizonte, um viaduto em construção desabou. Em pleno horário comercial, numa das avenidas mais movimentadas da capital mineira, “apenas” três ou quatro veículos foram atingidos, e “apenas” uma moça morreu.

Recentemente, em São Paulo, assistimos, incrédulos, a um edifício em chamas desabar sobre o teto de uma pequena igreja. Como era noite, a capela estava vazia. O prédio era ocupado por invasores e mais de 250 famílias viviam no local. Menos que dez pessoas morreram.

Também na capital paulista, um viaduto sobre a Marginal Pinheiros, por onde circulam diariamente dezenas de milhares de veículos, cedeu e deu origem a um “degrau” de dois metros em plena pista. Por sorte, apenas um veículo se acidentou e não deixou feridos graves.

Casos assim são corriqueiros por todo o País. Quase cotidianos. Elevadores sem manutenção, edifícios sem alvarás de ocupação e funcionamento, fábricas sucateadas, milhares de pequenos comércios sem condições mínimas de higiene e segurança, veículos (inclusive caminhões) trafegando em péssimo estado de conservação, inclusive pneus.

Some-se a este quadro as ocupações urbanas irregulares, as favelas, os moradores de encostas, a população ribeirinha, as palafitas… Dezenas de milhões de brasileiros vivem expostos a riscos incalculáveis. Riscos assumidos por si mesmos e negligenciados pelo Poder Público ineficiente ou, quase sempre, ausente.

Por volta de 1960/1970, a população agrária começou a abandonar o campo e seguir rumo às cidades. Durante 20 ou 30 anos, o País experimentou uma explosão de sua população urbana. A taxa de natalidade era altíssima e o fluxo campo-cidade ainda maior.

Com ausência completa de políticas estruturantes, planejamento urbano etc, além da conhecida e notória ausência do Estado, aliados ao “jeitinho brasileiro de ser”, chegamos aos dias atuais assim: verdadeiras bombas-relógio espalhadas por todo o Brasil. Que vão explodir é certo. Como?, quando?, e onde?, não. Esse é o mistério. E quantos irão morrer, mais ainda.

Que Deus continue brasuca!

Leia mais.

Ricardo Kertzman

View Comments

  • Prezado Ricardo, ultimamente estive pensando...
    Há décadas o povo enche a boca para exaltar a malandragem e a esperteza; e veja bem o quanto isso nos faz mal enquanto povo e como país.
    Vejamos o caso específico do Rio de Janeiro, pergunto! Há no planeta terra pessoas que mais se vangloriam de serem "malandrosss exxxxpertosss"? Os "xis" foram de propósito mesmo. Lá pelas bandas cariocas, ser malandro e ser muito "esssperto" é elogio, é algo bom, positivo, cultivado e incutido nas crianças cariocas e/ou fluminenses desde o nascimento até a idade adulta.
    E percebe-se que isso não leva a lugar algum não é mesmo, pois o Rio de Janeiro é um dos piores lugares do Brasil para se viver, quiçá do mundo; um estado totalmente quebrado com o recorde negativo de ter passado pela prisão 5 ex governadores, tendo 2 deles ainda presos.
    Pois bem, se todo mundo lá é "malandro exxperto" e o lugar está naquela penúria toda, significa que ser "malandro exxperto" é algo prejudicial, nefasto e devastador para um povo não é mesmo?
    Será que lá na Noruega (maior IDH do planeta) existe um povo tão "malandro exxxperto" assim? Ou seria justamente a ausência da "malandragem exxxperta" é que possibilita que os lugares se desenvolvam e venham a se tornar verdadeiros paraísos na terra, como é o caso da Noruega.
    Vale a reflexão.
    Um abraço.

    • Rogério,parabéns pela aula.O engraçado é você ver os mineiros de Juiz de Fora tentando diminuir MG e engrandecendo o Rio a ponto de serem conhecidos como Cariocas do brejo.É possível ser mais patético do que esse povo?

    • Perfeito o seu comentário.E pensar que os mineiros de Juiz de Fora pensam que são e querem ser cariocas.São os cariocas do brejo.

      • Concordo com você. Precisamos e devemos querer ser aquilo que deu certo e não tentarmos copiar as mazelas, os fracassos e os maus exemplos.

    • "Há no planeta terra pessoas que mais se vangloriam de serem “malandrosss exxxxpertosss”?"
      Não, não há.
      Morei no Rio e nunca souberam diferenciar esperteza de safadeza.

      "o Rio de Janeiro é um dos piores lugares do Brasil para se viver, quiçá do mundo..."
      É verdade!
      Péssimo em qualidade de vida onde a cultura de 'todo mundo' é aplicar a lei de Gerson, lá se vive unicamente pra isso!
      Quer problema? Conviva com um típico carioca!

  • Olá Inundado, até os anos cinquenta o Brasil tinha se modificado muito pouco desde o tempo da colonização; era uma fazendona. Mas ai com a urbanização e um pouco de industrialização as cidades cresceram e restam menos de dezenove por cento na zona rural. Temos uma vastidão desabitada. Um ermo. Mas se o MST quer uma nesguinha de terra o mundo vem abaixo... É um acinte, como pode uma disparate desses? Afinal o pobre de direita é retrógrado, é conservador, é mesquinho e não admite que ninguém toque na lataria de seu Logan. Ele defende mais a propriedade - que não é dele - que os Moreira Sales, os Setubal, os Vianas e outras famílias...
    Logo logo haverá outro ciclo concentrador. Hoje, como a maioria dos municípios não contam com uma economia dinâmica, dependem do dinheiro que o INSS paga regularmente o qual dá um giro/fôlego na economia local. Mas, tão logo a reforma da Previdência Social seja implementada o pagamento dos benefícios será suprimido e ou reduzido, com isso, grande parte da população desses municípios, sem perspectiva na região, deslocará para São Paulo e Santa Catarina. O que irá agravar as tensões sociais, os preconceitos e a violência e mais vazios em largos trechos de Pindorama.
    Quanto aos acidentes com poucas vítimas, posso dizer que conheço uma Feira Livre que quando esta cheia avaliamos que no seu corredor não passa uma bicicleta, mas, não raro aparece uma jamanta que vai deslocando, aí com leve afastamento das mercadorias ela percorre toda extensão da via, some no horizonte e ninguém duvida que ela passou por ali.
    Assim, este pedaço do mundo onde a pizza é servida em até quatro sabores, ha enigmas, ha umbuzada com rapadura, ha torresmo, ha encantos particulares que me deixa embasbacado e toda terra fica admirada!

  • Prezado Ricardo,
    Leio seus textos e mesmo quando acho "agressivos " concordo com a opiniao.
    Precisamos evoluir como país. Assumir nossos erros e aceitar os acertos dos que pensam diferente
    ( até PTistas, rere!!)
    Abraços

  • Olá Distinto, não é que o CAMPEÃO de votos em Pindorama é igualmente um fenômeno das comunicações. Com efeito, ele tem recebido em torno de 150 cartas por dia. Num país de semi analfabetos e em tempos de zap zap é algo a ser destacado. A roda de um ano terão chegado para Lulinha Paz e Amor algo em torno de 54.000, ele é um homi fenomenal e os brasileiros não lhe faltarão com calor humano.

    • O Lulinha das Propinas é tão “campeão de votos” que o próprio PT teve suprimir o seu retrato da campanha da múmia comunista do Haddad ao perceber que os altos índices de REJEIÇÃO ao campeão das propinas era mais tirava mais votos do que acrescentava!
      Por falar em calor, na Papuda e em outras penitenciárias, dizem que é infernal...

    • Olá Cidra! Que bom que o lula vai ter muito tempo para ler as cartas! Se bem que ele disse que não gostava de ler...
      mas tempo ele tem.

  • Olá Distinto, não é que o CAMPEÃO de votos em Pindorama é igualmente um fenômeno das comunicações. Com efeito, ele tem recebido em torno de 150 cartas por dia. Num país de semi analfabetos e em tempos de zap zap é algo a ser destacado. A roda de um ano terão chegado para Lulinha Paz e Amor algo em torno de 54.000, ele é um homi fenomenal e os brasileiros não lhe faltarão com calor humano.

    • Mas como o país é de semi analfabetos se o PT ficou 13 anos no poder? Depois de mais de uma década, temos que ouvir de um filiado que o país é de semi analfabetos???????

      Não entendo.. como??? Rogo aos Deuses que me enviem a resposta, pois me encontro em aflição!
      Derramem tb o entendimento aos pobres Petistas, que vos abandonaram para servirem ao Ladrão de Curitiba.. Tende piedade! Eles não sabem o que fazem.... e o Lula tb não sabe de nada..

  • Há 1 ano duas faixas de um viaduto no Eixão, entre o Setor Bancário Sul e o Setor Comercial Sul (sobre a galeria dos Estados) caiu quase no horário de almoço em cima de dois restaurantes, uma rua e uma dezena de carros, num dos locais mais movimentados de Brasília. Inacreditável que milagrosamente ninguém, absolutamente ninguém, se machucou e nem havia carros sobre ou próximo do trecho que cedeu sentido Asa Sul - Rodoviária do Plano Piloto. E 1 ano e 1 mês depois o local continua da mesma forma...

    • Pqp... outro Cidrac... o prédio foi construído em tempo recorde, energúmeno? Ou o presidente da república foi o engenheiro que assinou o laudo ou fez os cálculos estruturais? É muita imbecilidade para duas pessoas... a culpa é sua também, infeliz!

      • Brasília, guarde seu sorriso e seu sarcasmo. A atuação dos nefastos milicianos e dos não menos prejudiciais bolso nabos não começou em 01/01/2019, só de Congresso Nacional são três décadas de carrapatice no baixo clero. Logo, por mais de pressa que tenha sido levantada as alvenarias não ha afirmação que se deu em dois meses. Aprenda ler o texto e não desprese o contexto.

        • Português sofrível hein... primeira e última vez que comento alguma mensagem sua, eis que pedantes e chatérrimas.

          Não tem nem sorriso nem sarcasmo em minha mensagem. Não conseguiu perceber?

          ”Despreso”? “Tá serto então”.

    • kkkkkk! estes imbecis extremistas me divertem!
      kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk!!!!!!!!!!!

  • Covinhas, covas e covões espalham insegurança nas vias públicas de Sampa.
    As ruas e avenidas da cidade de São Paulo estão tomadas por milhares de covas. Tem cova para todo lado. É uma barbaridade de circular desviando das covas da cidade. Tantas covas que nem precisa mais de quebra molas. Essa vergonhosa quantidade de covas aposentou as lombadas inúteis. Quando menos se espera seu carro cai ou estaciona embicado numa cova e a suspensão e amortecedores vão para a outra cova. Quem chega à cidade pela Anhanguera dá de cara com um condomínio de covas na via de acesso.

  • Ricardo,

    Boa resposta, mais bonita e espirituosa que eu esperava.
    É impressionante como Deus livra pessoas.
    Eu, que sou portador de deficiência, já pude
    experimentar muito de sua proteção, COM CERTEZA.

    Gostei do post.

    Mas, curiosidade, você normalmente refere-se a mim por
    "caro". Não é nada a ver com o nome "Migerdan" não, certo?
    Risos. É que o tal Cidrac implica comigo por este nome.
    o colaborador, advogado e ex-juiz do TRE-MG, me chama de Migerdan.
    Só é curiosidade mesmo, pode referir-se a mim como achar
    necessário.

    Agradeço pela resposta, ficou bem esclarecedora.

  • Graças à impunidade imposta de cima para baixo pelo glorioso judiciário petista, a tragédia se tornou tão banal como a corrupção galopante que campeia no Brasil.
    Essa corja que ocupa o judiciário precisa ter vergonha na cara e parar com essa história afrouxar a segunda instância visando postergar ad infinitum os julgamentos das ratazanas amigas pegas em flagrante praticando crimes lesa pátria que, indiretamente leva miséria e assassina os dependentes da saúde, educação pública.

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