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A cada nova tragédia, o Brasil nos ensina que o Brasil nunca aprende; leia

Somos o país das portas arrombadas, das trancas tardias e das lições jamais aprendidas

 

Todo início de ano é a mesma coisa: ruas e avenidas alagadas, encostas que desmoronam, morros que se vão, vidas que não voltam. 

Já nos acostumamos com as cenas dramáticas de socorro, com as entrevistas sensacionalistas, com as desculpas indesculpáveis.

Entram governos, saem governos e as tragédias sucedem-se como dias e noites. O Estado que abunda onde não deve, omite-se onde não deve,

Estamos na metade do segundo mês do ano. Brumadinho, Rio de Janeiro, Flamengo. Cadáveres são empilhados, autoridades não. Eis o sintoma da doença incurável.

A boate pega fogo, medidas são anunciadas. A barragem desaba, medidas são anunciadas. A enchente mata, medidas são anunciadas. Medidas nunca cumpridas, aliás.

O Brasil funciona assim. Após a porta arrombada, promete-se a tranca. Quando instalada, não funciona. A impunidade reina e as tragédias agradecem.

Sou do tempo do Andraus e do Joelma. E do Bateau Mouche (pesquise, quem não é). Você é do tempo do Palace II e do Sambódromo. Todos somos do de Mariana e Brumadinho.

Boate Kiss, Tam, Viaduto Guararapes, Elevado Paulo de Frontin… O Brasil coleciona tragédias como quem coleciona selos. Já não nos bastam os 60 mil assassinatos anuais.

O Flamengo não tinha alvará; o helicóptero não tinha licença para táxi aéreo; o viaduto encontrava-se fora das normas; a pista de pouso precária. Escolha aí, caro leitor.

O país do jeitinho, da gambiarra ignora suas dores. Também ignora seus odores! Responsabilizem criminalmente quem se responsabiliza. Daí veremos se não melhora.

Que triste é esse lugar.

Leia mais.

Ricardo Kertzman

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  • Pode acrescentar nessas tragédias uma outra.

    A tragédia que se constitui nas pessoas deste país que idolatram, admiram e enaltecem um Bandido, Ladrão, Presidiário, que somente se preocupou em enriquecer a si e ao seu bando.

    É uma verdadeira tragédia as pessoas se encantarem com a figura de um Verme e ainda fazerem coro para defendê-lo... Triste é esse lugar!

  • Olá Distinto, "aqui o que parece construção já é ruína", não ha negar o excerto da canção. O Estado e os governantes falham, atrasam e abusam, mas nós, os cidadãos, temos nossa quota de responsabilidade significativa nesse resultado funesto. Muita vez não queremos discutir, outras tantas vezes não queremos nem mesmo admitir. Quando a lama desceu de Mariana Rio Doce abaixo tentei suscitar neste espeço a discussão. O assunto foi DELIBERADAMENTE ignorado. Nem um pio sequer além dos questionamentos que fiz. Preferiu-se tratar dos Willians, Bonner e Waack e outros temas distantes, fluídos, de baixíssima relevância. Naquele momento, num jogo do Vasco abriu-se faixa de pesar pelas vítimas em França. Os puris pensam que a tragédia na oropa tem um quê de chique e sofisticado, logo, ha preferência ao que acontece no nosso quintal.
    Vamos admitir que a garotada e os jovens entrem nas espeluncas sem maiores cuidados e indagações, mas, estou convencido que cabe as pessoas que vão passando dos 28 anos de idade tenham mais cautela e questione mais. Antes de entrar no cinema verificar as condições do local. Bater os zoios nos cantos, nos carpetes, nas portas de escape, nas escadas, indagar, questionar os empregados do estabelecimento. (como é que dizem? eu tô pagando!). Não precisa de grosseria nem boçalidade, mas o consumidor tem essa prerrogativa e é de graça. Assim em tantas outras circunstâncias. Não se enganem, toda conquista, mais prosaica que seja, tem custos, no caso é a vigilância, é não ser incomodado acomodado. Grato.

    • Os deputados da Assembleia de Minas tentaram colocar rigor na Lei para as mineradoras após o desastre de Mariana, mas o Governo do PT em Minas colocou sua claque de Deputados para votar contra Minas e a favor das mineradoras...

      Adivinha só: todas as tentativas de endurecer a lei foram arquivadas. Os deputados petistas que votaram contra o endurecimento da lei, juntamente com o futuro preso Pimentel, têm os dedos sujos de lama.

  • O Brasil precisa adotar urgentemente a fiscalização digital para acabar com o quadrilhão municipal enrustido das máfias dos fiscais do ISS e suas câmaras julgadoras de araque, que achacam, autuam, multam usando interpretações subjetivas e tirânicas para receber propinas.
    Enquanto esses parasitas estiverem livres, o país só crescerá em quantidade de tragédias causadas pela omissão dolosa coletiva.

    • Prezado, vc usou a palavra "d'arac"...rsrs
      Aqui no blog também tem uma "mãe dina d'arac" que chegou a dizer que a urna ia dar tanto treze que ia dar tilt na urna. Sabe tudo o sujeito heim, é um sabichão mesmo, e ainda é admirador de Ladrão.

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