“Na vitória se conhece o caráter de um homem”. Lascou! O meu é péssimo

Este é um post histórico, que retrata uma data histórica e repara um evento triste, traumático, que me deixou marcas

Meus queridos,

Eu pensei muito, nestes últimos dois dias, o que escrever — e como escrever — para vocês. Tenho plena ciência da minha responsabilidade para com todos.

Nestes pouco mais de dois anos de blog e quase quatro de Facebook, aprendemos a gostar um do outro, a confiar um no outro e a nos encontrarmos neste espaço que não é meu; é nosso.

No blog ou no FB, eu reconheço seus rostos (pelos retratinhos) e seus nomes. Isso me aproxima do que cada um é, do que cada um pensa. Inclusive de quem participa apenas para me xingar.

Eu poderia aqui disfarçar o que estou sentindo e num gesto de altruísmo ou grandeza espiritual ser nobre na vitória. Há quem diga que é mais importante saber vencer que perder.

Eu poderia entoar um discurso de união, de pacificação e, digamos, de perdão. Daí pensei no outro lado, pensei em como reagiriam meus adversários políticos e ideológicos em caso de sucesso.

Pensei no que sou e nas consequências — e alcance — das minhas palavras e cheguei à conclusão de que, ao contrário de outros, posso ser 100% fiel e claro nos meus sentimentos.

Acaso eu representasse algo ou alguém, além de mim mesmo, ou estivesse à frente de alguma instituição ou entidade, obviamente seria mais contido e conciliador. Não é o caso.

Estou me sentindo, em primeiro lugar, aliviado. Muito aliviado. É como se um peso de 200kg deixasse minhas costas. Como se eu acordasse livre dos problemas do dia anterior.

Em segundo lugar, estou me sentindo vitorioso. Uma espécie de vencedor de uma longa e sangrenta batalha contra um inimigo cruel e completamente despudorado.

Também sinto uma espécie de orgulho, como se de fato tivesse contribuído para a derrota do mal. Ao mesmo tempo em que me sinto ínfimo, perante tantos milhões de compatriotas.

Uma espécie de “dever cumprido” me vem à cabeça. Até ensaio um “parabéns” a mim mesmo, como se eu pudesse me dar um prêmio por todo este trabalho de quatro anos seguidos.

Mas, entre as dúvidas acerca do que e como escrever, e os sentimentos que lhes relatei, encontram-se um claro e sonoro: Xô, PT! Um claro e sonoro: Acabou, seus vagabundos!

E mais. Um claro e sonoro: Vão para a Cuba que lhes pariu! Um claro e sonoro: Se ferrou, Gleisi; se ferrou Lindbergh; se ferrou, Dilma. Um claro e sonoro: Lula tá preso, babaca!

Raiva na hora da alegria? Não, senhor; desabafo. Ódio na hora da comemoração? Não, senhor; reciprocidade. Desrespeito com quem perdeu? Não, senhor; vingança!

Comecei a escrever no Facebook durante a madrugada da vitória da criminosa fiscal e presidente impichada Dilma Dona Doida Rousseff. O motivo: buzinas nas ruas e gritos de “chupa, coxinhas!”

Minha mãe morava em São Paulo, em um bairro de classe média alta, e eu estava lá naquele fim-de-semana. Foi uma das piores noites da minha vida. Os zurros eram alucinados e intermitentes.

Os mortadelas não tiveram respeito nem com os hospitais ao redor. Para eles, era simplesmente um “bairro de ricos, da elite”. E essa gente “tem de apanhar nas urnas e nas ruas”. Simples assim.

Pois bem. Do conforto do meu lar, longe das ruas, sem buzina, sem incomodar o sono dos idosos e enfermos, através deste blog hoje eu grito muito mais alto e mais distante: Chupa, petralhada!!

O meu grito não é um zurro. E apesar de silencioso é ensurdecedor. E extrapola as fronteiras de um bairro. É a realização de um profundo desejo de reparação.

Eis a minha vingança. Eis o meu troco. Eis o meu desabafo. Eis a minha resposta. Eis, meus caros, tudo o que eu tinha a lhes dizer, nesta gloriosa noite de domingo, 28 de outubro de 2018.

Boa noite, Brasil!

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