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Golaço de Alexandre Kalil. Até que enfim!

Eu bato tanto em políticos e governantes, que até me assusto quando os elogio. Mas coerência e honestidade de pensamento é assim

Pampulha: bola dentro do prefeito

Alexandre Kalil possui inúmeros defeitos. Alguns comuns, de personalidade, como qualquer um de nós. Talvez isso o torne tão popular, tão próximo ao povo. Há um certo charme em gente assim. Lula sabe muito bem disto e jamais deixou de explorar tal condição. O sujeito olha para estes caras e vê ali não um político distante, superior, mas, sim, um “igual”, alguém que ele pode chamar para tomar um cafezinho na mesa da cozinha.

Quem me acompanha sabe que votei em João Leite e torci para ele. Sabe que tenho sérias restrições a Kalil, sobretudo em questões ligadas ao dinheiro. Seu histórico de pendências judiciais e sobretudo a história mais que mal contada daquela “doação” de R$ 2 milhões, no final da campanha do ano passado, a meu ver, deveriam inabilita-lo para o cargo. É o tal negócio da mulher de César. Ainda assim, basta ler os post que escrevi à época: sempre disse que se Kalil vencesse não me veriam chorando por aí. Acho que fará um trabalho infinitamente melhor que o que fez Lacerda e Pimentel. Juntos!!

O prefeito não enxugou a prefeitura, como prometeu. O prefeito não coibiu o loteamento de cargos, como prometeu. O prefeito já aumentou impostos, diferentemente do que prometeu. O prefeito não “abriu a caixa preta da BhTrans”, como prometeu. O prefeito não melhorou em nada o ambiente de negócios da capital, como prometeu. Não acompanho o dia a dia dele, nem tenho muitas informações sobre seu trabalho nos bairros distantes e periferia de BH, mas no hiper-centro expandido posso assegurar: nada! A região degrada-se a olhos vistos. Uma completa falta de zeladoria e conservação pública. Um verdadeiro horror.

Kalil bateu o pé sobre o aeroporto da Pampulha. Leia no site do Estado de Minas a matéria a respeito. Durante a campanha prometeu reativa-lo. Como não tem medo de grito e é teimoso feito mula empacada, foi adiante. E foi da melhor maneira. Sem alarde e sem alarido! Emplacou sua vontade e a ANAC anunciou a retomada das operações. A GOL já solicitou seus slots. A terceira região metropolitana do país não pode — nem jamais poderia — ficar sem um aeroporto central.

Confins está uma belezura. Digno de cidades desenvolvidas. Mas sua distância, o trânsito (linha verde é uma piada!), a falta de um trem ou metrô e o preço dos táxis transformam aquele terminal em um verdadeiro estorvo aos passageiros frequentes. Uma coisa é o turista ocasional, aquele que vai a passeio. Outra, bem diferente, é o turista de negócios. Um aeroporto como Confins só ajuda a atrapalhar o já inóspito ambiente de negócios de Belo Horizonte.

Certo é que ainda virá muita gritaria a respeito. Alexandre já a classificou de histeria. Também concordo. Mas terá peito para enfrentar os histéricos organizados? Vamos ver. Intuo ligeiramente que não, infelizmente.

Mas por ora… Ponto para Kalil. Parabéns, prefeito!

Leiam também.

Ricardo Kertzman

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  • Xará, a administração do Kalil não está sendo tão ruim como imaginei que seria, apesar do hipercentro ter se transformado numa enorme lata de lixo. O problema é que esse mesmo Kalil prometeu abrir a caixa preta da BHTrans e agora aparece com meia dúzia de ônibus com ar condicionado e deixa claro que esta será a única providência em relação ao assunto. Quanto ao aeroporto da Pampulha, apesar das críticas de quem mora lá perto, acho que foi uma boa medida, porém não sei se o Kalil foi o responsável pela volta...não parece que ele está tentando pegar uma carona?
    Um abraço!

  • Não seria melhor batalhar grana pra emplacar um transporte sobre trilhos da Vilarinho até CNF? paradas na Cidade Administrativa, Vespasiano, Lagoa Santa? Foram 800 milhões investidos em CNF, que agora começa a se tornar um aeroporto de verdade.

    Concordo que a história de segurança é picaretagem. mas eu acho que antes de se mexer em planejamento regional, deveriam consultar as pessoas certas: Instituto Horizonte, SMAPU, CREA, CAU... Mas não: vão reativar a rodoviária que alaga na chuva só pra satisfazer mimimi de gente que não gosta de ficar na MG10 por mais 20 minutos.

    E tome retrocesso!

    • E quem pediu à bancada? Quem esteve em Brasília em fevereiro deste ano solicitando isso? Quem, durante a campanha ano passado, disse que iria reativar a Pampulha?

      Mas tem razão! Não leio muito os jornais. Logo...

  • Tenho apreciado e muito a gestão Khalil.
    Gosto do estilo, da transparência. Está muito além do Dória, um verdadeiro arremedo de gestor. Khalil, do jeito que vai, chega ao governo e quiçá...

  • O grau de insegurança jurídica no país chega a ser grosseiro. Durante o processo de elaboração das licitações para as concessões dos aeroportos do país, o Governo Federal contratou inúmeros estudos de previsão de demanda para determinar a magnitude dos investimentos a serem feitos. O estudo de CNF foi feito, tendo como produto a evolução anual do número de passageiros até o fim do período de concessão, considerando um cenário no qual CNF seria o único terminal a receber aeronaves acima de 100 passageiros na RMBH. Isso, além de determinar todos os investimentos e seus devidos prazos a serem cumpridos, gera uma expectativa de receita anual, o que é imprescindível para que qualquer empresa faça investimentos arrojados como fez a BH Airport (que em 3 anos de concessão, já desembolsou mais de R$1 bi com a construção do Terminal 2 e a modernização do Terminal 1, além do valor da outorga de R$1,8 bi, que vão, gradualmente, sendo pagos). De repente, com uma canetada de um presidente que negociava assuntos de interesse nacional de forma sórdida, em troca de votos para enterrar uma investigação contra si próprio, a regra do jogo muda. O Aeroporto da Pampulha é liberado, as previsões de demanda e receita são rasgadas. Quem, em sã consciência, sentiria-se confortável em submeter-se a esse ambiente de negócios? Sem contar o fato de que a Infraero (empresa do Governo Federal), que administra 100% do Aeroporto da Pampulha, é acionista de 49% de CNF. Isso não representaria um conflito de interesses? Em um momento é seu sócio, no outro te deixa a ver navios. Realmente não soa como algo vindo de um país sério.

    Basear-se em uma argumentação liberal para justificar a abertura da Pampulha é pura ingenuidade, neste caso. Sem dúvidas a concorrência é algo imprescíndivel para o bom funcionamento da economia, e deve ser estimulada. A questão é que não se trata de uma concorrência entre PLU e CNF em prol de um serviço melhor para os mineiros. A real concorrência é entre Belo Horizonte e os demais terminais no Brasil (VCP, BSB, REC, SSA...), que têm passado por melhorias (reformas, ampliações, modernizações, fruto das concessões) para se tornarem cada vez mais atrativos para investimentos diversos, atraindo companhias aéreas, voos nacionais e internacionais, consolidando-se como hub. Se não há uma demanda por passageiros suficiente para manter 2 aeroportos operando jatos de mais de 100 passageiros sem que se canibalizem (como não há, no cenário atual), a competição serve apenas para canibalizar a aviação em Belo Horizonte, prejudicando na concorrência com outras capitais. Liberar a Pampulha é a síntese do pensamento provinciano que o mineiro sempre teve.

    A concentração de voos em um terminal, com infra-estrutura de primeiro mundo; espaço para crescer; conforto; ótimo mix de pontos de venda para os passageiros; o torna atrativo para que companhias aéreas usem CNF como um centro de distribuição de voos entre capitais, interior e exterior (como a Azul faz hoje e a Gol já o fez, até o começo de 2016). Com isso, podemos esperar alta movimentação de passageiros, novos voos, melhoria constante na infra-estrutura (que por sinal, é ociosa: CNF deve fechar 2017 com aproximadamente 10,5 mi pax, tendo capacidade para 22 mi pax/ano), geração de empregos e receita, atração de investimentos, além de colocar BH em papel de protagonismo a nível nacional. Com a abertura dos voos na Pampulha e a fragmentação do fluxo, CNF perderá esse banco de conexões atual, que viabiliza voos para destinos que antes eram impensáveis. No médio prazo, isso representará cancelamento de voos, redução abrupta no número de destinos, fechamento de pontos de venda em CNF. PLU, no outro lado, com o Governo Federal quebrado, além do alto grau de impossibilidade técnica de se fazer grandes melhorias estruturais, continuará sem investimentos, com apenas 3 portões de embarque, apenas 2 lanchonetes, apenas 2 esteiras de bagagem, saguão acanhado (sujeito a alagamentos na ocorrência de chuva forte), ausência de pontes de embarque, filas de check-in saindo do terminal, estacionamento quase inexistente, além de todas as deficiências de infraestrutura urbana nas áreas em torno do aeroporto, que geram trânsito, e criam dificuldades de acesso e estacionamento para passageiros. Resumindo: teremos 2 aeroportos médios, com demanda reprimida, baixa conectividade, com serviços e conforto geral do passageiro extremamente comprometidos e alto grau de dependência de SP, RJ e BSB para se conectar ao restante do Brasil.

    Para ilustrar, em 2005, antes da transferência dos voos, BHZ (CNF+PLU) não tinha sequer 10 destinos, todos nacionais. Hoje são 46, sendo 5 internacionais. O movimento somado dos dois aeroportos pré transferência, teve seu auge em 2004, quando a soma dos pax de CNF+PLU foi de aproximadamente 3,5 mi pax; já no período após a transferência, esse número chegou a aproximadamente 12 milhões de pax em 2015, pré crise, com prognóstico de expansão agressiva nos próximos anos.

    Tanto se questiona hoje sobre o tempo de deslocamento até CNF, que é aproximadamente 30 minutos distante de PLU. Antes da transferência dos voos, não se ia para praticamente lugar algum no Brasil sem passar por SP, RJ, e BSB para fazer conexão, o que (ironicamente) tornava as viagens mais longas e cansativas.

    Considerando que CNF hoje é um terminal de alto nível, infra-estrutura invejável, planejamento até 2040 realizado com seriedade e profissionalismo, espaço enorme para futuras expansões (com a segunda pista na eminência de ser construída), o que realmente deveria estar em pauta é "Como viabilizar cada vez mais o acesso até Confins?" em vez de ressuscitar a Pampulha em momento tão inoportuno (com a crise econômica e a queda no fluxo de passageiros). Eventualmente, em algumas décadas, quando a concessão de CNF estiver em um estágio mais maduro, com movimentação anual consideravelmente maior que a atual e estiver consolidado como um hub, é interessante que se pense na Pampulha como um aeroporto complementar (desde que feitas as devidas adequações no terminal), de modo que ambos possam operar sem se prejudicar. Não adianta colocar o carro na frente dos bois, demanda não se inventa, todo trabalho sério leva tempo para ser consolidado. Qualquer coisa diferente disso seria gambiarra, e pode ceifar o futuro da aviação em BH. Esse é um momento muito importante na aviação brasileira: os aeroportos estão sendo substancialmente aprimorados com as concessões, a concorrência entre os novos terminais por mercado é uma realidade. Com a retomada do crescimento do país em alguns anos, muitas aeronaves chegarão, companhias estrangeiras virão e novas rotas serão criadas. A aviação crescerá muito, e os aeroportos que estiverem mais bem preparados e engajados para absorver esse crescimento se consolidarão na prateleira de cima do país, trazendo investimentos, desenvolvimento e visibilidade para as cidades e estados atendidos por eles. Essa especulação interminável sobre a volta dos voos à Pampulha só afasta os grandes investimentos em aviação de BH. A aviação envolve muito dinheiro e planejamento sério, ninguém pode se dar ao luxo de apostar em um futuro incerto, fruto dessa novela interminável. Resta saber se BH olhará para o futuro e se adequará para atrair todo o investimento e desenvolvimento que a aviação comercial pode proporcionar, ou se olhará para o passado, abraçará a Pampulha e jogará anos de trabalho e planejamento na sarjeta.

  • No Fim de tudo brother Ricardo kertzman acho que vc é cruzerense ou anti-kalil ta misturando as coisas kkk e antes que me xingue é minha opinião viu kkk.

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