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A jabuticaba começa a apodrecer no pé

Mais uma das invenções populistas e eleitoreiras do lulopetismo começa a produzir efeitos danosos à sociedade brasileira

Rhuanna Laurent Silva Ribeiro, aluna do primeiro período de medicina na UFMG, na companhia dos pais, Gilberto José da Silva e Silvana Maria Silva Ribeiro (foto: Ramon Lisboa/EM/DA Press)

Essa linda moça é preta? Definitivamente, não. Ela é “parda” (essa cor de pele inventada pelo Brasil)? Definitivamente, sim. Há diferença entre um preto e um pardo? Para mim, não. Assim como não há para um branco ou um asiático. Humanos são humanos e cor de pele é apenas uma característica física, como altura, cor dos olhos, peso ou ausência de cabelo. Mas, para aqueles que gostam de separar o homem em “raças”, como se fôssemos cachorros ou gatos, há muita diferença. Para os racistas essa moça não é preta e, portanto, não merece estudar numa faculdade pública. Ou melhor, pode até estudar, desde que não se meta na reserva de mercado criada por eles, os racistas.

Rhuanna Laurent Silva Ribeiro é estudante de medicina na UFMG. Foi classificada dentro do famigerado sistema de cotas raciais, algo hediondo a meu ver. Não admito qualquer tipo de preconceito, e isso inclui desprestigiar brancos em desfavor de índios, pretos, pardos ou o escambau. O lulopetismo, como não poderia ser diferente, conseguiu piorar o que já era ruim. Inventou um sistema de cotas de cunho populista, eleitoreiro e produziu uma distorção inédita no mundo e no país. Só faltaram criar um tribunal nazista para arbitrar quem é branco e quem é preto. Como isso não foi possível, deixaram a decisão nas mãos de cada um. O estudante autodeclara-se o que quiser e como bem entender. Uma maravilha, não? Pois é. Rhuanna se declarou parda e entrou na universidade como cotista. Leiam a matéria completa no site do Estado de Minas. Vale a pena.

A UFMG, pressionada por denúncias de abusos, tenta evitar uma “caça às bruxas”, no que faz muito bem. Há relatos de que brancos, loiros e com os olhos azuis se autodeclararam pretos ou pardos. Fizeram mal, eticamente falando, agindo assim? Não há dúvida. Mas tão somente estão exercendo o direito que a lei lhes facultou, qual seja, autodeclararem-se. O Estado brasileiro, perverso em tantas coisas, é também incompetente em querer fazer o bem. A fim de corrigir uma distorção social, meteram os pés pelas mãos e criaram mais uma aberração. Não há pretos, de menos, nas universidades. Há, sim, pobres, de menos. Não importa a cor! E há ricos demais. Sejam brancos ou não. Não se combate desigualdade social diferenciando-se pobre preto de pobre branco. O correto seria reservar vagas para quem não possui condições de bancar os estudos. Daí não haveria polêmica. Uma simples verificação patrimonial dos pais resolveria a questão em segundos e não promoveria este tipo de distorção.

O Brasil é um país predominantemente preto ou pardo. E com nossa miscigenação não poderia ser diferente. O Brasil é igualmente desigual, sócio-economicamente falando. A renda concentra-se nas mãos de poucos, de absoluta maioria branca. Isso deve-se há anos de concentração de poder restrita a uma elite estatal ou estatizante, que vive ou serve-se do Estado. É nessa elite que encontram-se os nossos males, não na divisão da parte pobre da sociedade entre pretos e brancos. Elimine-se os privilégios desta elite estatal e de seus apaniguados e repasse o dinheiro economizado aos mais pobres — a todos eles — independentemente da cor da pele. Isso, sim, seria justiça social.

Reservar espaço em escola pública ou no mercado de trabalho a quem é preto não corrige distorção nenhuma, tampouco combate o preconceito. Ao contrário, estimula a divisão entre os brasileiros, algo que jamais tivemos no país. Há que se destinar — repito! — recursos públicos a quem precisa, não importam a etnia ou a cor da pele. Qualquer sistema que não contemple a todos igualmente, aí, sim, é segregacionista e preconceituoso.

Rhuanna, você é parda, sim, senhora. E tem todo direito a estudar como cotista enquanto esta lei sem pé nem cabeça estiver em vigor. Boa sorte, garota!

Obs 1: Antes que me venham com o eterno blá blá blá sobre eu escrever “preto” em vez de “negro”, recomendo que pesquisem a etimologia da palavra negro, bem como a paleta de cores. Talvez entendam. Ou não. Mas tanto faz.

Obs 2: Pela lógica dos racistas, os pretos não têm acesso às universidades públicas porque pretos. Daí eu pergunto: após formados terão acesso ao mercado de trabalho, já que a cor permanece a mesma, ou só há preconceito na vida acadêmica?

Obs 3: Universidade gratuita deve ser exclusiva para pobres! Esqueçam esta idiotice de cor de pele, pelo amor de Deus!!

Leiam também.

Ricardo Kertzman

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    • Concordo plenamente. Só que esses esquerdopatas que criaram as chamadas cotas não avaliaram que privilegiam, além da cor da pele, as pessoas presumivelmente menos preparadas, o que não me parece justo. Por outro lado, se sua base escolar é insuficiente para concorrer com os mais preparados, naturalmente sairão da universidade também menos capacitados. Assim a reserva fica sendo só mesmo no "mercado" ("universo") universitário. Na vida prática não terão as mesmas chances e tudo continua como dantes. O que importa mesmo e que os governos não fizeram e não fazem, é oferecer ensino fundamental e secundário de qualidade, como antigamente. No meu tempo a escola pública (ginasial/secundário) era disputadíssima.

    • Concordo plenamente, sempre falo que todos são seres humanos e não é a tonalidade da pele que define diferenças. O problema é ser pobre, não importa a tonalidade da pele. Investir na educação básica (fundamental principalmente) ninguém quer. Toda vez que se fala em reforma do ensino se fala sempre em ensino médio e superior, não acho possível que ninguém veja isto, pelo menos alguns professores deveriam enxergar este "pequeno" detalhe, mas grande parte destes ditos "professores" que defendem a divisão do povo em classes, cores, etc, está nas universidade, daí o interesse pessoal naquele regimezinho fracassado, o tal de socialismo / "comunismo". Tenho dó de um carinha que nasce loiro, é bonito, tem grana e é heterossexual, este é o maior bandido da história, mas pelo menos é um bandido com grana. Se ele for pobre então, tá "lascado".

      • Não importa a tonalidade da pele? Era só o que faltava... que mundo vc vive? Vá nas cadeias..nas favelas etc... e vamos ver se a cor da pele nao importa.. que a divisao ta sendo criada..e que ela não existe.. kkk

        • Importa pra quem quer importar. Eu vejo nas cadeias um monte de seres humanos, nas favelas também. A cor não me interessa.

  • Ricardo, você está ficando hilário, assim como perdeu o foco na questão dos funcionários públicos, parece-me, quando digo parece-me, refiro única e exclusividade à minha percepção do todo. Entregar gestão de Estado a pobre é simplesmente ridículo, o pt assumiu o país e o quebrou, não eram os pobres, os salvadores dos párias, os ideólogos dos direitos, os construtores das cotas? Pois é Ricardo, miséria e pobreza sempre fizeram parte da história, crime só surge quando há dinheiro. Veja o Sudão do Sul, veja os países da África quando conquistaram a independência. Ricardo você tem conhecimento e perder-se no discurso é refutar quem te admira. Declarar-se preto, concordo com você: a cor é preta, não é previlégio de oriundos da África. Em relação aos povos do norte, a quase totalidade da população brasileira é preta. Cota é a proteção da incapacidade concorrencial por parte do Estado, vestibular é uma forma de licitação e como tal tem que ser universal. Boa tarde.

    • Putz, gostei de 2 frases:
      "“Cota é uma reserva de mercado criada por racistas”
      e
      "Cota é a proteção da incapacidade concorrencial por parte do Estado, vestibular é uma forma de licitação e como tal tem que ser universal"

      acrescento algumas definições de 'cota' :
      1-Medida de capacidade para cereais. (petista vegeta, cabe a definição)
      2-distância entre um ponto do espaço e o plano horizontal de projeção(pro infinito e além igual a labirintite da mentalidade petista movida a pinga 51)
      3-remate a jeito de cabeça, grosso e rombo de um instrumento ou utensílio longo(instrumento usado pelo pt que fez buracos deixados por governos petistas)
      4-Parte que toca a cada uma das pessoas que devem pagar ou receber uma quantia(eu sei, pagamos para que alguns tenham cotas e também pagamos faculdades particulares para nossos filhos branquelos)
      5-(Geometria) diferença de nível entre qualquer ponto e aquele que se toma para referência. (preocupados com questões de forma, branco é referência para pardos e há diferença de nível? )
      6- parcela com que cada pessoa contribui para determinado fim(sim, o pt contribuiu pra esta merda e nossa parte é mostrar que cota está errado para por um fim nesta burrice)
      7- Quantidade(é mesmo, o lulopetismo gerou um monte de porcarias, inclusive essas cotas)

  • Existe diferença entre preto(oops...tem que escrever negro, né? ) e branco sim,
    o lulopetismo 'inventou' mais essa:

    O branco não tem cotas !!!

    Minha neta loura e branquela entrou na faculdade(paga) por competência!
    Tenho um filho mais novo que a neta e é branquelo igual porcelana e vai entrar ano que vem na faculdade por competência também!

    vich,...será que escrever 'banquela' e 'igual a porcelana' dá 'pobrema'?
    É racismo ou vou ter que chama-los de 'pardos europeus desbotados'?

    • Nem sempre competência se compara a oportunidade. Conheço pessoas que estudam dia e noite e sonham em cursar medicina. Mas tem que ser em faculdade publica porque não tem condições de pagar uma faculdade particular. São brancos, mas pobres, estudaram a vida toda em escola publica. Escola que não capacita ninguém pra nada. Estudam por conta própria, sozinhos, e vão concorrer com ricos que estudaram nas melhores escolas particulares. E vão concorrer igualmente, isso é justo? Ou o pobre não pode sonhar é ser médico?

  • Dizer que na sociedade brasileira nunca houve divisão, francamente senhor blogueiro.
    A sociedade brasileira passou por quase quatrocentos anos de escravidão, tendo de um lado uma maioria de escravos e de outra uma elite que os tinha como coisa, patrimônio.
    Depois, mais de cem anos forte divisão de classe com uma elite corrupta e patrimonialista de um lado e do outro uma maioria de negros, brancos, pardos, todos pobres comendo o pão que o diabo amassou. E, não temos divisão.
    Ah. Então tá, foi o Lula que criou a divisão.

    • vc é burro ou oque ein? 400 anos de escravidão, em que livro de história vc viu isso? e vc é tão burro que não sabe ler o que o jornalista escreveu, pois é isso mesmo que ele diz, que a divisão é entre uma elite dominante e os pobres, independente da cor. vá aprender a ler, seu petista enrrustido!!!

      • !888-1500=388,logo quase 400!!!Acho que alguém faltou a aula de matemática,pra não dizer de História também!!!!rsrs...

  • Essa lei é discriminatória. Todos deveríamos ter acesso igualitário porém, em nosso país isso é utopia. É mais fácil criar uma lei assim que garantir esse direito a todos. Certa vez, trabalhei com um rapaz angolano que era louro de olhos azuis e quando saiu essa lei ele brincou: então bastará eu dizer que sou afro descendente para ter acesso a quotas em faculdade!!

  • Independente de esquerda ou direita - de pobre ou rico - baixo ou alto - magro ou gordo. Todos ai que são contra a divisão de cotas - estudaram em escola pública. São filhos e é negro. Se você é assim - você me entende - o governo custa a tentar equilibrar essa balança... e agora essa menina diz que é parda... Espera ai.. depois nós dizemos que corrupção é só na politica...

  • Muito bom esse texto. Cota é solução pra quem tem preguiça de pensar, pra quem não tem competência para dar soluções mais inteligentes para a tal desigualdade. Ao meu ver é necessário dar direito e igualdade a todos no início da vida estudantil e não, na faculdade. Se tivermos boas escolas primárias para todos, daí pra frente o sucesso virá pra quem tiver dedicação e esforço, independentemente de raça, cor, religião, cidade em que nasceu .... Cota é estimular a guerra do eles contra o nós.

  • Antes de escrever um texto para o público ( a maioria ignorante...), você deveria ser mais aplicado e estudar com mais profundidade o tema para não falar besteira.

    O sistema de cotas raciais foi criado inicialmente nos Estados Unidos, nos anos 1960, com o intuito de diminuir e amenizar as desigualdades sociais e econômicas entre negros e brancos. Hoje em dia, a reserva de vagas é considerada ilegal nesse país, mas, ainda assim, há universidades americanas que utilizam amplamente as ações afirmativas na seleção de seus estudantes.

    No Brasil, uma primeira experiência de cotas, foi através da "Lei do Boi" (Lei nº 5.465, de 3 de Julho de 1968), onde os estabelecimentos de ensino médio agrícola e as escolas superiores de agricultura e veterinária, mantidos pela União, reservavam 50% (cinquenta por cento) de suas vagas a candidatos agricultores ou filhos destes, proprietários ou não de terras, e que residissem na zona rural e 30% (trinta por cento) a agricultores ou filhos destes, proprietários ou não de terras, que residissem em cidades ou vilas que não possuam estabelecimentos de ensino médio. Esta lei foi revogada em 1985, portanto, 17 anos após a sua criação, por que atendia apenas aos filhos da elite rural (fazendeiros).

    Em um pais que todos queremos acabar com a CORRUPÇÃO, a questão primordial é não apenas discutir a importância da inclusão social (as cotas servem um pouco para isso), porém, o "jeitinho brasileiro" de burlar o Sistema. As políticas públicas tem de serem corrigidas e aprimoradas!!!

    Leiam a folha de São Paulo e vejam a farra que está acontecendo na UFMG (http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2017/09/1921835-aluno-branco-que-usava-cota-para-negros-na-ufmg-vai-desistir-de-curso.shtml)

    • Os ignorantes, aqui, perguntam ao sábio, aí: você leu o post? Se leu, entendeu alguma coisa? O link da FSP está comentado no texto, mas acho que é muita informação para uma cabeça tão iluminada assim

  • A inclusão é válida. A forma é errônea, pois a cor da pele não pode ser o elemento decisivo.

    E a mulher sapiens, como fica nesse sistema aí?

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