Em artigo imperdível, o brilhante Ramiro Batista abre seu coração e me faz me sentir um brasileiro menor. Bem menor
Desde que Tancredo Neves deu entrada no hospital na véspera da posse e ofuscou o sol de uma nova República que sobreviria aos anos de chumbo dos militares, o país experimenta solavancos sempre e quando tudo parece caminhar.
Foi assim com as denúncias de corrupção em rodovias no governo Sarney, o impeachment de Collor, a emenda da reeleição e a crise fiscal do governo FHC, o Mensalão, a quebra das bolsas em 2009, o Petrolão, o impeachment de Dilma.
Arnaldo Jabor, vendo um país esgotado depois de três moedas, quatro ministros da Fazenda e sete planos econômicos, ainda no governo Itamar Franco, escreveu a seu jeito feérico-metafísico que passávamos por uma “psicanálise selvagem”, o terrível encontro que — escrevo eu — temos com nosso espelho a cada uma das várias trombadas.
Há um arsenal de teorias de botequim sobre a malandragem intrínseca do povo brasileiro, fruto de uma tese de algum respeito sobre nossa herança da cordialidade e da malemolência, mas que carece de comprovação nos fatos e de que as circunstâncias sejam mais responsáveis que os políticos.
Somos um caso curioso de elite política de fato pior do que o eleitorado que a gestou. Separada de um país que trabalha e responde rápido aos chamados por racionalidade, apesar de alguns guetos de reacionarismo.
O país sempre cresceu depois das sacudidas, se enquadrou, e já respondia rápido às reformas que Michel Temer tocava em parceria entre outros com o presidente do PSDB, Aécio Neves, com razoável sucesso junto ao Congresso e já bons reflexos na economia. Começaram a pipocar aqui e ali notícias de recuperação, como a do número de novos empregos em abril.
Mas foram justamente os dois, que davam sustentação à ponte tênue e de pouca representatividade que construíram até as próximas eleições, que puseram tudo a perder.
Não porque tinham outro projeto de economia, divergências de fundo ideológicas, dificuldades com a base política ou com o país que sempre responde na hora certa. Mas porque enfiaram o pé na jaca.
Estabilidade política
Como que os dois, próceres mais relevantes da vida nacional, com responsabilidade perante a história e as próximas gerações, pedem ou sugerem propina num momento em que a operação contra a corrupção mais importante da história da humanidade, a Lava Jato, está nas ruas prendendo gente até pela sombra?
Não pode ser uma questão de caráter do povo brasileiro, mas de um caso isolado, lamentavelmente isolado. Ou de uma consciência muito ruim de que com o povo brasileiro e seus empresários, como os irmãos Batista da Friboi, só se pode conversar na base da propina.
Ou então, melhor acreditar, seja mesmo apenas um caso de desespero. Estão todos precisando de advogados que custam R$ 2 milhões e vêem neles a única possibilidade de adiar a prisão.
O que também é uma grande diferença em relação à maioria da população que acorda cedo, rala e só tem medo mesmo é do salário não dar até o fim do mês.
Há um monte de possibilidades desafiando minha capacidade e angústia de análise, inclusive as de futuro sobre quem vai restabelecer essa ponte. Mas é difícil achar em nossa elite degradada dentro dos parlamentos alguém que não tenha um fiapo de dívida que coloque em risco sua estabilidade e tenha legitimidade para promover o reencontro necessário com a boa fé e a racionalidade.
Certo é que Michel Temer perdeu as condições de ficar. Lamentavelmente. Não era o melhor, mas o necessário e possível.
Do jeito que está, se ficar com as muitas manobras possíveis para se adiar uma solução, como é prática velha no país, não terá um instante de paz para completar as reformas necessárias. E nem vai ter um país disposto a dar legitimidade a elas.
Torço para que apareça um e seja eleito logo, em eleição indireta, para fazer a travessia e dar um pouco de paz a um país cansado. E se o afastamento ou prisão de Aécio for o bastante para calar e atrair os seguidores de Lula e Dilma para uma coalização e um projeto racional de país, tanto melhor.
POR:
Ramiro Batista
http://www.ramirobatista.com.br/
http://www.ramirobatista.com.br/2017/temer-e-aecio-explodem-ponte/
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O que o lula perto da branca de neves. O Aecim queria matar o primo, sem contar os termos utilizados na conversa com o safado do empresário da JBS.
E o Dória, inquieto, precisamos falar sobre o Dória. Outro Sujeito imundo. Tinha que ser PSDB. Os partidos que hoje representam a política é um pior que o outro, mas o pior de todos, repito e refriso sempre que possível, são as porcarias de empresários brasileiros que investem milhões para eleger políticos corruptos em troca de favores estatais.
Haja vista a reforma trabalhista e previdenciária que visão unicamente auxiliar essa corja de safados da república.
Olá Inundado, a estrada, o caminho, o porto, o aeroporto, a ponte e a via segura para Pindorama é Lulinha Paz e Amor. Três anos de histeria e sandices e nada de prova. O petardo devastador, inquestionável, rotundo alvejou o mininu que exigia ventilador ligado para empinar pipa de casa e ao Vampiro, circunstancial ocupante do Palácio, Junte-se a nós, não cultivamos ódio.
A Constituição preceitua que TODO poder emana do povo, então é hora de o povo chamar o juizeco porta de cadeia das araucária as falas - ele bloqueou a justiça ao impedir Eduardo Cunha de apontar as ilicitudes do Vampiro. É como se diz nas Alterosas: Nada como um dia depois do outro.
Cidrac, você é vacinado contra hidrofobia ??????
Nada. Ele come capim com agrotóxico e fica doidão.