O brasileiro tem mais é de se… lascar

Não todos, claro. Mas a grande maioria tem, sim. E entenda cerca de 7 em cada 10 como a maioria a que me refiro. É pena eu ter de usar o verbo lascar

Michel Temer conta com 73% de reprovação. Merece algo muito melhor? Não, não merece. Mas merece estar no mesmo degrau que Dilma Rousseff? Sinceramente…

Os mesmos 70% de brasileiros são contras as reformas trabalhista e previdenciária. Tirando uma meia dúzia de esclarecidos que, por uma razão ou outra são contrários, a esmagadora maioria não possui qualquer fundamento para tal. Arrisco a dizer, sem medo de estar errado, que 90% dos 70% sequer sabem o porquê estão contra, apenas acreditam e repetem as besteiras que ouvem e leem por aí, na internet e nos grupos de WhatsApp.

O brasileiro prefere manter os tais direitos trabalhistas ao próprio emprego. Prefere bancar a aposentadoria de uma casta privilegiada que trabalhar dois ou três anos mais e garantir o legítimo pecúlio. Prefere pagar mais impostos, bancar corruptos e enriquecer poucos megaempresários (como os Odebrecht) que privatizar as porcarias das estatais. Prefere, malditamente, espernear na internet que tomar as ruas. O brasileiro, após mais de meio milênio, possui a mesma índole e comportamento dos nativos e imigrantes do século XVI. Por isso conta com a mesma sorte, o mesmo destino: um bando de escravos, explorados e domesticados por um grupelho de senhores de engenho — leia-se Estado e apaniguados –, celebrando a alegria de ser brasileiro (com muito orgulho, com muito amor — ô musiquinha mais brega, viu?), esperando as sobras da realeza para poder comer, beber, dormir, e “dar umazinha” de vez em quando.

O brasileiro — o mesmo compreendido dentre os 70% — admite votar em Lula, o penta-réu criminal a caminho da prisão, mesmo acreditando ser ele o presidente mais corrupto da história do Brasil. Esse mesmo brasileiro rejeita, em patamar semelhante, Aécio Neves e Michel Temer, mantendo a tresloucada criminosa fiscal, a ex-presidente Dilma Doida Rousseff, em melhor estima. É ou não é de lascar? Pasmem: se a eleição presidencial fosse hoje e Lula e Sérgio Moro estivessem no 2º turno, o juiz bateria o ladrão por apenas 2% ou 3% dos votos. Tem ou não tem mesmo de se fo, quero dizer, lascar esta cambada?

O brasileiro quer a redução da maioria penal, mas elege parlamentares “humanitários”. Quer que o Estado reconheça a união civil entre casais do mesmo sexo, mas elege parlamentares religiosos. Quer o fim da corrupção, mas elege parlamentares corruptos. Quer um Estado mais eficiente, mas elege parlamentares corporativistas. O brasileiro quer, quer e só quer, mas nada faz além de querer. Nem votar — certo ou errado, que seja — ele quer. E vai passar a vida… querendo! Só querendo, sem nunca ter. Vai passar a vida esperando que um vagabundo messiânico qualquer lhe dê aquilo que não quer conquistar, afinal dá muito trabalho.

Uma geração inteira se perdeu nos períodos pré e pós Vargas. Uma geração inteira se perdeu no período pós regime militar. Uma geração inteira se perdeu nos desgraçados anos do lulopetismo. E agora, uma geração inteira, que não quer se perder novamente, arruma suas malas e se manda para os Estados Unidos, Portugal, Canadá, Israel ou qualquer outro país que lhe ofereça tudo aquilo que os 70% daqui insistem em querer, mas jamais fazer por onde… ter.

Triste assim. Cruel assim. Merecido assim.

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