Essa semana fiz um post dizendo-me favorável ao tema. Pediram para eu dar mais detalhes. Vamos a eles. Pode parecer complexo, mas desenhando facilita.
Observem o gráfico da imagem. Trata-se do modelo orçamentário brasileiro. A maior parte serve para pagar dívidas. A segunda maior serve para a previdência (um valor que não para de aumentar por razões óbvias, como envelhecimento da população). O objetivo dessa postagem não é abordar todos os aspectos, mas pontuar algo fundamental: há déficit na previdência. E parece-me absurdo que consigam convencer as pessoas que não há. Compartilho com vocês o que diz Claudia Safatle, colunista do jornal Valor Econômico. O fato é que, sem reforma, a previdência engolirá o orçamento. Segue…
Na luta pela aprovação da PEC 287, o governo compareceu fraco nos primeiros rounds. Não está claro e evidente para a opinião pública que há déficit e que o rombo é crescente. Se nada for feito, em 2026 a despesa com o pagamento de benefícios ao setor privado (RGPS), ao funcionalismo público (RPPS) e aos deficientes e idosos extremamente pobres (Loas) consumirá 82% do gasto total, definhando, assim, todos os demais programas do governo. Hoje a Previdência representa 55% do gasto total (excetuados os juros, amortizações, refinanciamento das dívidas e transferências a Estados e Municípios.)
Sem a reforma, em alguns anos “não haverá Estado” por absoluta falta de dinheiro, alerta o secretário adjunto do Planejamento, Rodrigo Cota. Em 2031, todo o orçamento da União estaria destinado à Previdência Social.
Com a aprovação da PEC 287, a trajetória de aumento continuará, mas de forma mais suave. Segundo os estudos oficiais, a despesa previdenciária nesse caso passaria dos atuais 55% para 66% do total em 2026. Ou seja, a reforma não equilibra o sistema previdenciário. Ela estabiliza o déficit. E esse ponto é fundamental. Todo mundo endividado entende. Mais importante do que pagar as dívidas é parar de fazer dívidas.
É com preocupação frente ao apelo do discurso de oposição à reforma que o Executivo tenta agir. Contas são feitas e refeitas para provar que cálculos alternativos, que apuram superávit na Previdência, são ilusórios e não ficam em pé na primeira checagem metodológica.
O estudo da Anfip (Associação dos Auditores Fiscais), que circula nas redes sociais, tem sido usado com frequência nos argumentos da oposição. A contabilidade alternativa, porém, tem seu próprio método. Ela subestima a despesa – não leva em conta, por exemplo, os gastos com a aposentadoria do funcionalismo público que carrega um déficit de mais de R$ 77 bilhões. E infla as receitas com recursos da DRU e com recursos do FAT, dentre outros, como destaca relatório da Instituição Fiscal Independente. O fato é que a Previdência tem déficit, como sustenta o governo, e é a despesa que mais cresce no orçamento. Só o crescimento vegetativo já eleva esse gasto, na média, em 3,8% ao ano.
Estudo feito pelo Ministério do Planejamento mostra que de 2011 a 2016 o gasto com a previdência urbana aumentou 27,73% em valores reais. Era de R$ 315,9 bilhões e passou para R$ 403,6 bilhões. As aposentadorias pagas ao trabalhador rural saltaram de R$ 88,2 bilhões para R$ 113,3 bilhões em igual período, com aumento real de 23,17%. O regime geral, que atende a mais de 30 milhões de beneficiários, no ano passado registrou déficit de R$ 149,7 bilhões. Os aposentados e pensionistas do setor público federal representam cerca de 10% do gasto primário. Para esse um milhão de servidores civis e militares o aumento entre 2011 e 2016 foi de 0,64% em valores reais e o déficit, em 2016, chegou a R$ 77,2 bilhões. Os benefícios de prestação continuada (como a Loas, lei orgânica de assistência social) tiveram aumento de 37,6%, saindo de R$ 25,2 bilhões para R$ 49 bilhões.
Em síntese, os dados oficiais apontam que o RGPS e o RPPS abocanham metade da despesa total anual. Acrescentando a Loas, que confere um salário mínimo pessoas a deficientes e idosos muito pobres, e a área da saúde chega-se ao conceito de seguridade social, que responde por 63% do gasto total. Se forem adicionados o abono salarial, seguro desemprego e assistência social (inclusive Bolsa Família), o percentual do orçamento comprometido com gastos sociais é de 70%. É de 5% a parcela de livre administração do orçamento pelo governo.
Não há dúvida sobre o caráter deficitário da previdência e da seguridade social. Mas há muitos questionamentos sobre a equidade de tratamento da PEC 287 entre os trabalhadores do setor privado e do setor público, sobretudo dos militares que ficaram fora do alcance da proposta. O governo assegura, porém, que os militares também passarão por uma reforma já em negociação.
No Congresso, as resistências parecem claras. O governo terá dificuldades para convencer os parlamentares a aprovar as duras regras de transição, a idade mínima para o trabalhador rural e o aumento da idade dos muito pobres para recebimento do benefício de prestação continuada. Para a gestão Temer uma derrota na essência da reforma da Previdência – já precificada pelos mercados – pode ser mais demolidora do que os danos da Lava Jato. Sem ela não terá havido reforma alguma.
Portanto, ou Reforma da Previdência, ou nada! E há sim movimentos e partidos políticos que sabem disso e que mesmo sabendo da importância da reforma previdenciária fazem disso um cavalo de batalha pra brigar politicamente. O grande derrotado dessa disputa seria o Brasil e não o governo de Michel Temer. Antes de ser usado por massa de manobra por alguém, aquele que está preocupado com a própria previdência deveria entender que sem mudanças ele de fato pode sequer recebê-la. Aliás, o Brasil pode simplesmente implodir como Estado. Não é previsão catastrófica. É simples matemática.
Texto originalmente postado pelo Vereador Gabriel Azevedo e extraído da sua página no Facebook
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Prezado Kertzman, os 500 maiores devedores da Previdência, estão pendurados em R$ 392,3 bilhões. Não resolve o problema, mas ajudaria bastante a saneá-la. Eu não sou contra reformar. Desde que ela seja justa principalmente com o mais fraco. O Brasil até poderia falar em Reforma de Previdência com R e P maiúsculo, se fosse um país justo, de pleno emprego, onde pudéssemos sair de um e entrar no outro, sem dificuldades, pudéssemos até escolher. Mas não é bem assim. E é também justamente nesse intervalo entre um emprego e outro, também somos penalizados por não contribuir com a Previdência. Esse também é um dos motivos que afligem as pessoas. Qual é o cidadão, que contribui ininterruptamente com a Previdência, nos moldes que os defensores da Reforma a apregoam? São raros! A grande maioria não consegue. Outra coisa. Eu não vejo o relator dessa Reforma, mencionar uma frase sequer sobre os devedores contumazes da Previdência. Até pelo motivo que ele é um dos devedores. Entre outros assuntos. Não sou petista (Deus me livre!) mas não sou a favor dessa Reforma. Esse governo não tem moral para reformar nada. PT e PMDB são iguais. Sou a favor de reformá-la, mas entrando no bojo principal, os militares e os servidores públicos, que oneram muito mais a Previdência que o trabalhador urbano e rural.
Valeu, Edgard!
O óbvio ululante Edgar, o dever de casa é gigante e o corte tem que começar em outros lugares, por último nós, da sociedade civil. A crise é imoral, falta ética para exigir sacrifício de qualquer natureza do povo. A Reforma da Previdência deixa de ser uma questão atuariam diante dessa safadeza dos recursos públicos. Apoiar esta reforma é apoiar um pai / mãe que deixa de investir na educação e bem estar da família porque está na esbórnia, gastando irresponsavelmente
Vamos falar sobre isso ... só que não!!!
Nenhum de nós temos as informações "genuinas" e nem acesso à elas. Falamos do que nos dizem e, portanto, repeti-las e ainda fazer juízo de valor "positivo" sob o discurso de quem a quer "a qualquer preço" e com "propósito nada claro", acaba só preenchendo tempo (daqueles mesmos que tem muito tempo para ficar na internet).
Comentar nesse blog ficou diferente após eu ser acusado, gratuitamente pelo blogueiro, de copiar e colar conteúdo e não saber interpretar texto (o dele) ... não havia nada contra o blogueiro em meu texto "genuíno" e nenhuma agressividade nele (o texto).
Personalidade e caráter podem ser diferentes (e ótimo que sejam), mas falta de respeito gratuito e desdenhar da opinião alheia, publicamente, são traços comuns a um tipo de pessoa com o qual mantenho distância, no mundo real.
Como penso, liberdade sem limites é "autoritarismo".
ué... e voltou aqui por que, então?
Porque no mundo virtual, podemos conviver com o bem e o mal, o bom e o mau ... sem, necessariamente gerar aprendizado, inclusive.
O seu texto provocativo é bom ... mas perde para seu "ego" no final ... e isso, até o Nine Fingers, também faz ... só que muito melhor!
Continuarei a lhe visitar ... e comentar ... afinal é a essência da internet, ok!
Boa noite. Me permitam um pequeno pitaco. Sim, deve haver uma reforma, acompanhada da cobrança dos devedores do INSS e da caça a possíveis fraudadores. Ressalto que o funcionário público, que em sua maioria não é um marajá, NÃO recebe FGTS. Ao se aposentar, o salário integral é sua única vantagem.
Informações levianas na verdade a maior parte do orçamento no Brasil se perde em corrupção supersalarios obras superfaturadas e outros inúmeros desperdícios. Há ainda empresas que devem mais que o montante dos dois últimos anos de déficit em previdência .e também teve mais de 600 bilhões de superávit nos 10 anos anteriores. Na verdade querem acabar com a aposentadoria no país
Primeiro, acabem com a roubalheira, a corrupção e os desperdícios. Depois vamos falar de reforma da Previdência. A população brasileira não aguenta mais pagar pelos mau feitos de nossos governantes. Está certo de que a previdência realmente é um problema que tem que observado, mas existem diversos outros problemas no nosso pais que devem ser resolvidos primeiro, mas o governo como sempre quer jogar a conta pra cima da população.
é isso aí !
Vamos lutar pelos nossos direitos começando a nao ir nas urnas não vamos votar mais nesses caras que so querem tirar os nossos direitos queria entender o pq tirar do povo que mal conseguem viver com um salário minimo,se querem fazer a reforma tirem dos milhoes que vocês ganham,é dificil nao é mesmo. Mais pra tirar de uma mãe e pai de familia é facil vcs deveriam criar vergonha na cara em apoiar temer é muito simples nao votamos mais nesses politicos..vamos reagir !
Sou servidora pública aposentada e continuo pagando o INSS. E quantas pessoas morrem e volta tudo para o governo. Pagamos alto imposto de renda. Gasolina altíssima, alimentação, e muito mais imposto pagamos. Pra onde vai esse dinheiro? Falo do dinheiro dos povos brasileiros, que ajudam o nosso país. Vai para quem? Com certeza os valores são muito maiores do que os jogos da Loteria como por exemplo: megasena , etc.... Porque essa história do rombo vir da Previdência? Esquecem do assalto que andam fazendo com o dinheiro público. Somos brasileiros, apenas não controlamos o dinheiro do nosso país. Estão querendo tirar empregos dos jovens que precisam se manter e deixar pessoas de idade morrem antes da aposentadoria, continuarem trabalhando e os mais jovens desempregados. Com Deus não se brinca. Que história é essa de dizer que o problema do nosso Brasil esta na Previdência?
Sou servidora pública aposentada e continuo pagando o INSS. E quantas pessoas morrem e volta tudo para o governo. Pagamos alto imposto de renda. Gasolina altíssima, alimentação, e muito mais imposto pagamos. Pra onde vai esse dinheiro? Falo do dinheiro dos povos brasileiros, que ajudam o nosso país. Vai para quem? Com certeza os valores são muito maiores do que os jogos da Loteria como por exemplo: megasena , etc.... Porque essa história do rombo vir da Previdência? Esquecem do assalto que andam fazendo com o dinheiro público. Somos brasileiros, apenas não controlamos o dinheiro do nosso país. Estão querendo tirar empregos dos jovens que precisam se manter e deixar pessoas de idade morrem antes da aposentadoria, continuarem trabalhando e os mais jovens desempregados. Com Deus não se brinca. Que história é essa de dizer que o problema do nosso Brasil esta na Previdência?
Conheço um indivíduo que elegeu se vereador do município por dois mandatos e saiu com aposentadoria vitalícia de r$ 10.000,00 e candidatou a deputado estadual e elegeu se por dois mandatos e ganhou uma aposentadoria de r$ 25000,00 acumulada , e candidatou se a deputado federal e elegeu se também ganhou aposentadoria de r$ 85000,00 e acumulada alturas somou mais de r$ 120.000,00 mensais vitalícias , e diz o Sr Marun que se a previdência continuar do jeito que está quebra , por mim pode quebrar que trabalhei 40 anos e recebo um salário minimo , mas quero ver aqueles que usam e abusam da receita da previdência sem deixar margem nenhuma para o trabalhador comum, e pergunto quanto aos benefícios dos interessados nesta reforma que encherão as sacolas e os bolsos nas previdências privadas e banqueiros !!
Que tal ao invés de reforma da previdência se fizerem uma reforma governista. Existem muitas coisas a serem mudadas na maneira de se governar nosso país a começar pelos salários absurdos de quem está no comando. A começar que quem está presidente, quem está prefeito, governando etc. Não está em um trabalho insalubre ou de periculosidade, queria entender oque justifica esses salários e benefícios a essa massa vagabunda que nem se compara ao verdadeiro trabalhador braçal brasileiro. Vergonha Mundial
Vergonha galática.
É uma falta de respeito com o cidadão brasileiro uma pessoa da roça que trabalha o tempo todo e não vai se aposentar porque não vai ter tempo morre antes . mas porque os políticos não toma vergonha na cara e para de roubar. No dia que o país tomar vergonha na cara e começa sequestrar filho de deputados ou alguém colocar uma bomba lá em Brasília esse país muda vamos pra luta meu povo