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O espetáculo da Democracia e a Camuflagem Eleitoral

Neste domingo ocorrerá o maior espetáculo da democracia, as eleições. Serão eleitos, para os próximos quatro anos, os representantes na Câmara Municipal e Prefeitura da sua cidade.

“Muito mais fácil do que afastar um corrupto é não elegê-lo”, diz Bady.

Após uma série de protestos pró impeachment, que impulsionaram a Câmara e o Senado da República a processar e a julgar o impedimento da mandatária maior da nação por crime de responsabilidade, é chegada a hora da grande manifestação popular, não para afastar seu representante por desvios de conduta, mas para elegê-lo de forma civilizada, ordeira e no legítimo exercício da cidadania.

Esta foi a primeira campanha eleitoral econômica, onde por determinação legal restou reduzido o  tempo de exposição pública, a limitação dos gastos tendo como balizamento as despesas declaradas na campanha anterior e a proibição de doações de pessoas jurídicas. Tudo isto leva uma maior paridade de armas, pesos e contrapesos dos candidatos, que têm que se apresentar como são e não pela figura protagonizada por seus marqueteiros.

Os debates públicos entre os candidatos à Prefeitura ocorreram com maior frequência, eis que o leitor necessita de conhecê-los pelas ideias e plano de governo. Os vereadores, por sua vez, voltaram a gastar “sola de sapato” para pedir votos em seus bairros, comunidades, enfim em seu reduto eleitoral, onde ficam expostos aos eleitores para cobrá-lo e fazer suas exigências, não aparecendo apenas em cartazes com foto e número de candidatura.

Isto não retira do eleitor o dever de pesquisar a vida pregressa de seu candidato, saber sua origem, seu histórico e seu partido político; o que já fez e o que poderá fazer para a municipalidade e seus munícipes. Uma eleição com maior transparência e equilíbrio é salutar para a democracia.

Nas eleições todos os eleitores são iguais, não havendo discriminação de classe social, credo ou raça, cada qual representa um voto, tendo em suas mãos a maior arma contra a corrupção em um simples apertar nas urnas. Muito mais fácil do que afastar um corrupto é não elegê-lo, daí a grande responsabilidade de todos aos escolherem seus representantes.

Apesar da transparência da eleição, o cidadão deve ficar atento. Alguns políticos agem como camaleão, adaptando-se ao ambiente em que se encontram. Chamo em especial atenção para o voto consciente, devido ao fato que alguns candidatos de partidos políticos envolvidos nos maiores escândalos de corrupção da história deste país, têm disfarçado as cores do seu partido, que carregavam como bandeira e orgulho, no intuito único de induzir os eleitores a erro. O Vermelho virou azul, amarelo e outras cores. A estrela perdeu o brilho, sumiu, como se nunca houvesse sido símbolo de um determinado partido.

Como o filho que nega ao pai, a tentativa espúria de dissociação do candidato ao seu partido não pode receber outro nome senão “Camuflagem Eleitoral”.

(Bady Curi Neto, advogado, ex- juiz do TRE-MG, fundador do escritório BADY CURI ADVOCACIA EMPRESARIAL)

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Ricardo Kertzman

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