Pois é. Acabou-se o que era doce. Segunda, a vida recomeça; e com ela tudo aquilo que já conhecemos e não mais aguentamos, mas com um adicional: uma fatura à pagar!
Há benefícios? Sim. Alegria, e só. Por duas semanas, nada mais. O tal legado (arenas, obras de mobilidade, infraestrutura turística, etc.) é pura fantasia. Ou trará ainda mais prejuízo — e os estádios da Copa já estão aí a nos provar — ou logo estará depreciado pela construção precária e a conhecida falta de cuidado e de manutenção. Convenhamos: sei lá quantos bilhões por quinze dias de alegria e orgulho patriótico é um pouco demais, né? Como teria sido (muito!!) melhor investir esta bolada toda em saneamento básico e hospitais, apenas para ficarmos no mais urgente. Mas sabem como é… Aqui é Brasil, aqui é Rio, aqui é nóis. Eita, que teve Lula, Dilma, Cabral, Pezão, Paes, Nusman, Odebrecht, Globo, etc. felizes da vida, hein!? Provamos ao mundo que sabemos fazer uma festa. Mas, pera lá: Quem é que duvida que sabemos fazer festa? Pô, o que mais entendemos neste país é de festa. Festa dos empreiteiros, dos banqueiros, dos agiotas, dos políticos, da nata do funcionalismo público, dos mega-advogados. Se há uma coisa na qual somos especialistas é isto. E o mais legal é que ou não (eles) pagamos a conta ou repassamos (eles de novo) para os outros (nós) pagar.
Ainda bem que, ao menos, foi tudo muito legal! A cerimônia de abertura, a organização geral dos jogos, as disputas, os barracos, as decepções, as superações, as emoções. Os atletas desconhecidos que tornaram-se heróis, os favoritos que decepcionaram, os medalhistas prováveis e improváveis que protagonizaram momentos incríveis. Pessoalmente, se tivesse que escolher apenas um, ficaria com a cena do netinho do Zé Roberto atravessando a quadra em busca do colo do avô após a derrota das meninas do vôlei para a China. Ali, o esporte resumiu quase tudo da vida: competição, vitória e derrota, alegria e tristeza, comemoração e desamparo, risos e lágrimas, solidariedade, afeto, companheirismo, família. E tal qual reza a sensacional canção dos mineiros (e atleticanos!) do Jota Quest, “Tudo que a gente sofre; Num abraço se dissolve”, avô e neto enxugaram as lágrimas, levantaram-se do banco e seguiram as suas vidas. O abraço e o dia seguinte darão conta de tudo.
Antes de encerrar este post e de me despedir de vocês, já desejando-lhes um excelente final de semana, gostaria, aqui, de deixar os meus mais sonoros e efusivos aplausos a todos aqueles que organizaram, realizaram e trabalharam nesta Olimpíada. Vocês foram sensacionais! Assim como, e não poderia ser diferente, a minha maior e mais sonora vaia aos irresponsáveis e corruptos que a trouxeram para o país. Um dia, eu espero!, estes dois lados (os que realizam e os que roubam) irão acertar as contas. E um deles vai rodar!!
Valeu, Rio 2016!
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Assim como foram as olimpíadas de Berlim, na época de Hitler, estes eventos fazem parte do projeto político de perpetuação de poder. No nosso caso, o projeto irresponsável foi do Lula em conluio e cooperação com o governo estadual e prefeitura do Rio (PMDB). Os bobocas petistas que idolatram Lula e Dilma ainda não acordaram. Dureza!!
Corretíssimo como sempre. E eu espero que o lado que rode seja o que trouxe o circo todo para cá. Como sempre vc traduz e coloca no papel tudo o que pensamos. Bravo Ricardo.
Disse tudo.
Tudo aquillo que eu sinto. Queria muito ter curtido plenamente essa Olimpíada mas, como na Copa os mesmos questionamentos me impediram. Felicidade total a cada medalha ou mesmo uma colocação inédita em esportes ignorados por aqui dos atletas brasileiros. Ao mesmo tempo a apreensão com a conta.
Equivocado e superficial mais uma vez.
Pô, tô tentando! Sou novo ainda. Um dia chego lá.
Aposto que vc é petista. ..
Roxo!
O Brasil ainda é um projeto de pais, que ainda age como colônia. (Na verdade como p..., abre-se as pernas para todos)
Eu fico estupefato com a fragilidade intelectual de quem compactua com essa política, que como disse o fenômeno: "uma copa do mundo se faz com estádios, não com hospitais."
Para eles é fácil dizer isso, isolados em suas mansões na barra da Tijuca ou no Leblon. E o pobre? E as centenas de empresas que decretaram falência no Rio e em São Paulo? Nordeste nem se fala mais....e não é porque está tudo as mil maravilhas não, é porque o pobre é tão humilhado e escravizado pelo sentimento de ser um merda que ele simplesmente não tem forças para reclamar.
Eu moro no rio, sou carioca nascido em Maricá e criado na favela de Acarí, sou trabalhador e pai de família. Não tenho tempo para ilusões olímpicas para distrair um povo acorrentado em caravelas invisíveis indo para qualquer lugar que eles queiram conduzir.
Eu não. Eu sei das coisas, e sei que precisamos educar nossas crianças e fazer primeiro por Nosso povo antes de acolher o mundo.
Samuel Souza
Samuel, apenas cortei o palavrão do seu comentário, ok? Espero que compreenda. Abs!
Sensacional!
Disse tudo e com muita precisão.