Os torcedores que hoje veem o clube a caminho de se firmar como uma potência do futebol, tendo à frente uma diretoria de pés no chão e contando com o suporte financeiro de atleticanos bem sucedidos, talvez nem se lembrem das crises que quase o levaram à falência. Elas não só aconteceram como eram muito frequentes num passado não muito distante. É bom que seja assim: encarar o presente e pensar no futuro é melhor do que viver preso ao passado, como fazem os torcedores que veem fé ir embora, levando com ela toda a esperança. A massa alvinegra não virou as costas para o time nem nos piores momentos.
Uma coisa, porém, é certa: uma das muitas crises que vivemos poderia ter causado estragos irreversíveis e posto a perder toda essa história magnífica, que começou a ser escrita no dia 25 de março de 1908 — quando uma turma de estudantes se encontrou no coreto do Parque Municipal de BH para fundar o Clube Atlético Mineiro. Já pensou se o pior tivesse acontecido? Já pensou se o Galo tivesse minguado? E se ele não existisse mais?
Melhor nem imaginar. Verdade seja dita: o clube, em sua trajetória, nunca teve dinheiro para esbanjar. Mas, também, nunca chegou àquele ponto de degradação do qual o atoleiro parece ser um caminho sem volta. Se a ordem foi mantida, ainda que aos trancos e barrancos, foi porque, nos bastidores, havia gente que trabalhava para tirar o melhor dos poucos recursos disponíveis.
Entre os responsáveis por manter o Atlético de pé nos momentos difíceis e por construir o alicerce sobre o qual hoje o clube ergue sua grandeza, o nome do advogado Joaquim José dos Santos Júnior, sem a menor sombra dúvida, merece uma posição de destaque. Joaquim Toia, como era conhecido, certamente é dono de um lugar cativo na primeira fila dos responsáveis pela grandeza do Clube Atlético Mineiro.
PRIMEIRO-MINISTRO
Joaquim Toia começou a servir o Atlético como dirigente em 1950, na presidência de José Cabral. Participou de todas as diretorias que o clube teve até o final da presidência de Elias Kalil, em 1985. Foi Tesoureiro, Superintendente, Diretor de departamentos e, algumas vezes, chegou a acumular três ou quatro cargos ao mesmo tempo. Depois de se afastar das funções executivas, se tornou Secretário do Conselho Deliberativo, cargo que ocupou até sua morte, em 2003. Quer saber quanto ele ganhou para dedicar seu tempo, sua energia e sua competência ao Galo? Nada. Absolutamente nada.
Em termos materiais, ao sair da vida do Atlético, ele estava menos rico do que era quando começou a se dedicar ao clube. A história de Toia se confundia com a do Atlético e a do Atlético, com a dele. Nascido em 29 de março de 1918 — pouco depois do 10º aniversário de vida do clube —, tinha 11 anos no dia em que acompanhou o pai, o Coronel Joaquim dos Santos, a bordo de um dos automóveis que percorreram as ruas de Belo Horizonte, no desfile que antecedeu à inauguração do Estádio Antônio Carlos. Naquela quinta-feira, dia 30 de maio de 1929, feriado de Corpus Christi, se deu seu primeiro (e definitivo) contato com a grandeza alvinegra.
A partir dali, começou a frequentar as dependências do clube até ser, em 1933, um dos fundadores, ainda nos tempos de estudante secundarista, da equipe de basquete do Atlético. Cada vez mais envolvido com a vida atleticana, formou-se em direito e exerceu a advocacia com sucesso — mas o apelo alvinegro falou mais alto. Em pouco tempo, se seu conta de que não dispunha de tempo suficiente para dedicar ao escritório e ao Atlético. Um dos dois teria que sair de sua vida. E, assim, para sorte do Galo, trancou o escritório e passou a dedicar tempo integral ao clube.
SITUAÇÃO EM ORDEM
Não foi, naturalmente, uma decisão fácil: muita gente não entendia a intenção de trocar uma carreira promissora por um trabalho voluntário, numa rotina que lhe rendia mais aborrecimentos e preocupações do que reconhecimento. Mas ele nunca teve dúvida. Certa vez, quando já estava, havia alguns anos, em contato com a vida do Atlético, manifestou ao pai a intenção de se candidatar à presidência clube. O Coronel Joaquim, dono de terras que iam das imediações da Pampulha até os limites do município de Contagem, disse que o deserdaria se ele insistisse na ideia.
Mais tarde, quando voltou a manifestar interesse em sair dos bastidores e assumir a linha de frente da diretoria, foi a vez da esposa, dona Lenita, dissuadi-lo. De família italiana, com parentes ligados ao time do Barro Preto, dona Lenita acabou entrando para a história do Atlético. Com sua caligrafia caprichada, é dela a letra que aparece na versão definitiva das atas das reuniões da diretoria e do conselho. Com os garranchos do marido, o livro oficial se tornaria ilegível.
A verdade é que, sem saber, tanto o Coronel Joaquim quanto dona Lenita, ao pensar no bem da família, fizeram um bem ainda maior ao Atlético. Atuando nos bastidores, e com a tranquilidade da família assegurada pelo patrimônio que ele construiu a partir da herança que recebeu, Toia foi uma espécie de primeiro-ministro dos presidentes com quem trabalhou. E sua presença foi fundamental para manter, tanto quanto possível, a situação do clube em ordem.
Durante anos foi ele, por exemplo, o responsável por ir pessoalmente à Tesouraria do Mineirão, ao final dos jogos, para conferir o dinheiro da renda, fechar o borderô e transportar em segurança a parte que cabia ao Atlético até os cofres do Clube. A história registra que, enquanto ele esteve à frente dessa missão, nunca faltou o dinheiro de um único ingresso. Também era ele que negociava e avalizava os empréstimos bancários que, muitas vezes, salvaram o Atlético de situações difíceis. Mais de uma vez, ofereceu seu próprio patrimônio como garantia às operações.
Também negociava a contratação e a renovação dos atletas. Quando o Galo, em 1960, comprou o passe do atacante Viladônega do Vasco da Gama, Toia foi de carro ao Rio de Janeiro para trazer o jogador para Belo Horizonte. Seu filho mais velho, Joaquim José dos Santos Neto, era criança na época e o acompanhou na viagem. É apenas um exemplo de uma cena que se repetiu por dezenas de vezes. (Mais tarde, Joaquim Neto seguiria os passos do pai e jogaria basquete pelo Galo).
Toia foi uma testemunha ocular e privilegiada de momentos fundamentais na trajetória do Atlético. Presenciou, como torcedor, a conquista do título de Campeão dos Campeões, em 1937. Já diretor, acompanhou de longe, mas com todo interesse, a excursão à Europa que rendeu ao Galo o título simbólico de Campeão do Gelo, em 1950. Na campanha do título brasileiro de 1971, esteve presente em todos os jogos — e chefiou a delegação do Atlético em todas as partidas fora de Belo Horizonte.
Seu trabalho mais notável, porém, talvez tenha sido o de manter em ordem a política interna do clube. Apaziguador por natureza, era mestre em impedir que divergências entre atleticanos de peso evoluíssem para um curto-circuito irreversível, contaminassem o ambiente e prejudicassem o Atlético. Isso, ele não permitia que acontecesse. Negociador hábil desde os tempos em que era líder estudantil, na Faculdade de Direito, praticava com competência a máxima da velha política mineira de que assembleias só servem para referendar o que, antes, foi resolvido em conversas reservadas.
Joaquim Toia foi, antes de tudo, um atleticano. Todo ano, no mês de março, convidava dirigentes, conselheiros, torcedores anônimos e ex-jogadores do Galo para uma festa em seu sítio — onde, no passado, era a sede da fazenda de seu pai, a Olhos d’Água. Ali, comemorava tanto o próprio aniversário quando o do Clube que foi sua vida. Creio que se deve a esse hábito de Joaquim Toia o fato de todo atleticano que se preza tratar o dia 25 de março com a deferência de uma data cívica e comemorá-lo com uma festa.
Se ele faz falta neste momento? Muita. É impossível não pensar nele diante de alguns dirigentes esportivos que sempre passam a impressão de querer disputar com os jogadores a atenção da torcida. Não me refiro a ninguém do Atlético. A partir do exemplo de Toia, aprendi que, no final, tudo ali dentro acaba se apaziguando e convergindo para o bem do clube. Embora não aprove os métodos de uns ou me irrite com certas práticas do passado (que foram nocivas ao clube e não podem ser repetidas!), creio que o Galo nunca teve em seu comando alguém que fez uma besteira que não pudesse ser corrigida pelo presidente seguinte. E isso não aconteceu por um golpe de sorte, mas pelo trabalho de gente como Toia.
Também nunca houve no Atlético alguém como o atual presidente de certo clube vaidoso do Barro Preto, que age como o comandante do Titanic: não abdica da arrogância e manda os músicos da orquestra continuarem tocando mesmo quando sabe que o navio que deveria conduzir a salvo está a ponto de naufragar. No Atlético, sempre que o clube tomou caminhos errados, apareceu alguém para dar um basta e apontar o rumo correto. Nesse enredo, um dos que mais desempenharam esse papel de mostrar que o Galo é sempre maior do que qualquer um de seus dirigentes foi, sem dúvida, Joaquim Toia — que merece ter sua importância aplaudida pela massa.
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Quero elogiar este texto maravilhoso, onde retrata um atleticano fervoroso que dedicou sua vida ao clube! E sem receber nada por isso, foi o maior relaçoes públicas doGalo! O Clube Atletico Mineiro era sua segunda família ou primeira..kkkk....te agradeço as palavras justas e honestas sobre meu pai, Joaqum Toia! Linda homenagem! Obrigada! Angela! Aqui é Galoooo
Bom dia novamente meus amigos do Galo. Mas, se arrumaram dinheiro para contratar este elemento por R$600.000,00, porque não o Roger Guedes? Não culpo o Sampaoli pela infeliz ideia de contratar este cara, mas os membros da diretoria que não conseguiram mencionar a rejeição da massa por este "jogador".
GALUPPO ,
desculpas por hoje não reverenciarmos
sua publicação , mas você vai entender .
DARIO não sabia dominar uma bola
e YUSTRICH o transformou naquele que
se tornaria um dos maiores goleadores
do Brasil
CAFU era limitado ao ponto de não ter
a capacidade de dar um passe além de
dois metros e TELÊ o transformou em
um dos maiores laterais DO MUNDO
Com um elenco sofrível e ainda sendo
sabotado pela diretoria que a cada dia
se desfazia de um jogador , chegando
ao cúmulo de desmontar um time por
inteiro , THIAGO LARGHI conseguiu a
façanha de colocar o Atlético em uma
posição de liderança no campeonato ,
até que lhe quebrassem a perna .
E recebia 10 mil por mês , por aí .
Aí , hoje , vem esse PELADEIRO e sua
troupe com 2 MILHÕES POR MÊS se
achar o dono do mundo , impondo à
história do CLUBE ATLÉTICO MINEIRO
a sua arrogância e seu discurso podre
de "mágico" do futebol, sem que nada
de diferente seja apresentado , a não
ser a correria apresentada em campo.
Com LARGHI , caro Sampeladeiro , o
Cazares jogou bola .
Hoje , com você , ele , o Cazares , está
desvirtuando novos contratados, haja
vista a dispensa do Léo Sena , o banco
pro Marrony , e mais o que as fotos de
jogadores nas "baladas" do meia nos
informam .
E agora vem o "senhor peladeiro" sem
o menor escrúpulo do mundo EXIGIR
que a diretoria contrate um cafajeste
odiado pela torcida .
O senhor é bom ?
Sua "pelada filosófica" é a descoberta
do maior futebol do mundo ?
FAÇA OS CARAS JOGAREM , como Telê ,
como Yustrich , como Larghi fizeram a
seu tempo .
Você não engana a mim , marqueteiro
de primeira hora .
Vai ganhar o campeonato pela falta de
concorrência , pois é lastimável o que
temos assistido por aí ,
No mais , Sampeladeiro , o que tenho
pra te falar e pra desabafar resumo
numa frase cuja primeira palavra tem
a letra V e a última a letra C.
Que o episódio não sirva para TIRAR DO ARMÁRIO aqueles torcem contra o CAM e que querem destilar todo seu ódio ao trabalho do comandante SAMPAOLI e equipe técnica. Cito por por exemplo a afirmação dita acima: "Vai ganhar o campeonato pela falta de
concorrência"
Desgaste desnecessário, erraram, pisaram na bola, a torcida JAMAIS IRIA ACEITAR. Que o episódio não sirva para TIRAR DO ARMÁRIO aqueles que querem destilar todo seu ódio ao trabalho do comandante SAMPAOLI e equipe técnica. Superemos isso com habilidade, diálogo, serenidade e sigamos, até a vitória.
Thiago Neves, né?!
Uau, que craque. Será esse "o cara para buscar no aeroporto"?
Afinal, o 7C prometeu.
Thiago Neves, que contratação fantástica.
Muito melhor que Cazares, Dátolo, Guilherme...
Esse 7C é um JÊNIO.
Pena que meus dois neurônios não deem conta de alcançar a grandeza de seu raciocínio.
Thiago Neves. Vá pela sombra.
E leve o 7C e o RG juntos, pelo amor de Deus.
Essa Sampa... Vc tem noção que sua conta agora está no NEGATIVO?!
Caro Sampa, TUDO NA VIDA TEM LIMITES.
E vc os ultrapassou. Agora, se restar alguma dignidade nessa diretoria, V.Sa. Sampaoli será devidade ENQUADRADO.
AQUI É GALO, MEU CHAPA. NÃO O QUINTAL DA SUA CASA.
E se for por falta de adeus, segue o seu rumo.
Agora, se quiser se redimir, O DÁTALO TÁ ON!!!!
Ele pode te ensinar uma coisa que, ao que tudo indica, você não sabe o que é; GALO NA VEIA.
Meus Deus, isso não pode ser sério.
E que o CAM não pague a conta, se o contrato foi assinado e houver indenização a pagar.
Descontem de 7C e Sampaoli. É o mínimo.
Noite longa... estou tendo pesadelos até agora.
Pesadelei que o Galo contratou Thiago Neves.
Como o que é se acorda desse pesadelo?
Dátolo, ensina para o seu conterrâneo o que é ser Galo.
Obrigado.
Os atleticanos agradecem. Os mineiros todos agradecem. Os de Brumadinho agradecem.
Que pesadelo triste. Mas vai passar.
"Se houver uma CAMisa branca e preta pendurada no varal durante uma tempestade", o jabuti desce da árvore, esquece a tempestade, corneta o pregador, reclama do calibre do cordil e cria uma situação totalmente favorável à tempestade."
Agora trinca os dentes e aguenta!
Vai ser legal os programas esportivos ao longo do dia, muito legal mesmo!
Saudações Atleticanas!
Bom dia a todos,
Uma noite de sono perdida com mais uma pixotada que esse 7C já ia dando.
O alívio veio com o desfazimento dessa "presepada".
Sr. 7C, o senhor é um fanfarrão!! O Clube Atlético Mineiro é infinitamente maior do que você e toda sua falta de empatia conosco. Mais uma vez você ganhou os holofotes pela sua desastrosa decisão. Esse cidadão, que me recuso a citar o nome, tripudiou diversas vezes de nosso Clube e de nossa história. Tenha a hombridade Sr. 7C de pelo menos assumir o seu erro. Venha a público se desculpar com o verdadeiro patrimônio do GALO: NÓS TORCEDORES!! Você vai passar, mas a torcida do GALO é eterna!!
E Sr. Sampaoli, procure saber um pouco mais sobre o CLUBE ATLÉTICO MINEIRO antes de "inventar" certas coisas...
AQUI É GALO, SEMPRE FUI E SEMPRE SEREI!! e como diz o nosso hino: UMA VEZ ATÉ MORRER!!
P.S.: Pelo texto de hoje, meus aplausos.. pena ter sido um pouco ofuscado pelos acontecimentos da noite anterior..
Abraço.
SAUDAÇÕES ALVINEGRAS. É CARO EDUARDO O NÚMERO DE INFILTRADAS AQUI ESTÁ DEMAIS.
PQP.
MARIADA INDÓCIL.
SEJAM BEM VINDAS
VCS NÃO ENGANAM NINGUÉM.
BICA BICUDO.
BORA MEU GALO
SAMPAOLISMO EM ALTA
Torcedor derrotista, capacho, não precisamos.
Vá torcer pro Tupi, bater palma pra jogador medíocre, como você.
TIAGO LÚCIO, pare de jogar contra a instituição.
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Ah, não sou fake, o Eduardo dono do blog sabe quem sou. Eu truco que você já foi em mais jogos que eu. Sou sócio desde 2013. Mas como falei, é difícil demais pra derrotista entender.
Saudações Alvinegras
A mim vc não engana. E nunca enganará.
Passar bem.
Gente, sugiro evitar confrontos. A quem interessa essa divisão?
Bom dia MASSA!
Bela história Ricardo, e em um momento muito oportuno.
"No Atlético, sempre que o clube tomou caminhos errados, apareceu alguém para dar um basta e apontar o rumo correto".
Ontem quem apontou foi a MASSA.
Não quero nem comentar sobre esse assunto. Já bastou a noite mal dormida.
Que esse presidente suma do 9ALO, que perca essa reeleição antes que apronte mais vexame e vergonha para nosso clube.
Basta. Chega. FORA 7C!!!!!!
BOORRAAAA MASSAAAAAA!!!!!!!!!!!!!
BOOORAAAA 99AAALLLLÔOOOOOOOOOOO!!!!!!!!!!!!!!!!
Além da total falta de noção dessa porcaria de presidente ainda temos que aguentar o ressurgimento das "viuvinhas" do marginal, irresponsável, descompromissado e irresponsável... Mais uma bola fora desse presidente de merda que ainda não conseguiu tirar esse traste do Galo!!!!