Um pequeno notável Atleticano

Uma das coisas que mais vêm encanto a todos nós, Atleticanos da gema, são os torcedores mirins. Motivados pelo passado recente, quando o Galo fincou os pés – definitivamente – como o time brasileiro que mais vem se destacando, é comum ver crianças de todas as partes do mundo escolhendo o Galo como seu time do coração.

Sendo maioria entre belo-horizontinos e mineiros, o Clube Atlético Mineiro assiste à sua legião de Torcedores romper as divisas de Minas Gerais e os limites do território brasileiro. Um exemplo dessa paixão esteve em Belo Horizonte no último final de semana para ver de perto e tentar conhecer seus ídolos.

Luis Augusto Marques Campos Kikushi, de 4 anos, voltou para Brasília num misto de realização e frustração. Por intermédio de um amigo comum, seus avós Maria Helena e Milton estiveram com este blogueiro tentando realizar o sonho do pequeno Guto. Nem um e nem outro pedido pôde ser atendido. As visitas ao CT são programadas e agendadas. Entrar em campo com o time, da mesma forma. Em ambos os casos, são privilegiados – e se justifica – os sócios-torcedores e portadores do GNV.

Nem por isso, a frustração abalou o sentimento do pequeno Guto, que em conversa com o blog impressionou pelo nível de conhecimento sobre o Galo, jogadores e a história Atleticana. Apesar de o pai, descendente de japonês, ser flamenguista, o pequeno garoto só enxerga as cores preta e branca à sua frente. Enquanto anotava seus dados, ele se apressou em pedir ao avô uma caneta do Galo igual à minha, pois daquela ainda não tinha.

Apesar de “barrado em todos os bailes” que tentou, não perdia sua alegria e demonstrava seu encanto com tudo do time. Na sede, ao ver o escudo na parte interna, correu e beijou o vidro. Seu avô, do lado de fora apreciando o netinho, acabou repreendido pelo pequeno e agitado menino. É que seu Milton, inadvertidamente, do lado de fora da sede estava pisando no emblema Atleticano que fica no meio fio. Guto, bravo, disse a ele que não se pisa sobre a sigla CAM.

Com uma bola, também do time em mãos, alternava nossa conversa com lances e gestos de comemoração de um gol Atleticano. Fez questão de contar e repetir que sabia antecipadamente que passaríamos pelo Juventude. Afirmou que ouviu uma entrevista do goleiro Victor, antes da partida, garantindo que defenderia duas penalidades. Confesso que, se essa afirmação existiu não tive conhecimento. Ou o blogueiro passou batido ou o menino tem premonição.

Sobre seus ídolos, ele listou um a um nesta ordem: Robinho, Pratto, Fred, Júnior Urso, Clayton, Victor e Dátolo. Até aí tudo bem, mas a cada citação ele acrescentava o número do jogador. De um a dez, literalmente, mas nos casos que os números extrapolavam, o pequeno Atleticano, que ainda sequer estuda os números, disse: 9-9 (Fred), 2-1 (Júnior Urso), 2-3 (Clayton).

Ao se despedir, posando para fotos como uma celebridade, o garotinho “pedalou”, fintou um eventual marcador e marcou um gol – fuzilando a bola contra a parede da área de lazer no hotel em que se hospedou – e saiu imitando Robinho. Ao raspar o joelho já todo esfolado no chão, gritava gol do Galo.

Guto voltou para Brasília comemorando ter ido à porta da sede, à portaria do CT e ao Museu do Mineirão.