Tudo como dantes no quartel safista

Amanhecemos ontem e antes de sentir o gosto amargo da derrota, revendo lances e mesmo ouvindo amiGalos – pela derrota vexatória -, somos bombardeados com a informação da demissão do Cuca. Nos próximos minutos, horas, logo depois do meio dia e assim foi intercalando sobre a realização de uma do treinador, até que ao final a boataria – providencial – adiou para a manhã desta terça-feira o anúncio. Até acho que é irreversível. Só não curto essa protelação como se tivesse negociando preço de material de construção ou qualquer matéria prima para obra ou mesmo juros de financiamento. Tampouco valor de cevada ou outros produtos de consumo similar. Somos milhões de Torcedores na expectativa de uma mudança de rumos que nunca acontece.

Vamos pegar a partir de 2020, sem fazer juízo de valor de cada profissional que esteve no comando Atleticano. Começamos com Dudamel, tivemos James Freitas como interino e fechamos com Sampaoli. Esse agitou em termos de contratações, revolucionando essas transações pois o Galo era tímido no mercado até o argentino bater de frente com os patrões. Foi embora, voltou Cuca – vitorioso da Libertadores de 2013 – que fez talvez o ano mais espetacular da história do Galo. Títulos: Mineiro, Brasileiro e Copa do Brasil; além de semifinalista da Libertadores. Se batesse nas quatro seria insuperável. Depois de ganhar tudo, a exemplo de 2013, abandonou o barco. Já até conversei com profissionais da área da psicologia para entender essa reincidência, nem eles – Atleticanos – encontraram resposta. Receio de não repetir o êxito?

Chegamos em 2022 e começamos com outro argentino Antônio Turco Mohamed (Antõe, turco e moha, trisugestimo) , mas saiu e deu lugar a interinidade de Lucas Gonçalves e voltou o Cuca fujão. Não repetiu os dois sucessos anteriores, embora nessa gestão tenha começado o desmanche do elenco campeão da temporada anterior. Na virada para 2023, de novo – mais um – argentino, agora Eduardo Coudet, também durou pouco e caiu, dando lugar a Felipe Scolari. O Felipão iniciou a temporada de 2024, com boa expectativa depois da bela campanha do segundo turno no Brasileirão. Fez um Mineiro muito desequilibrado e entestou com a Massa, saiu entre os dois jogos da finalíssima. Chegou Milito, para cumprir esse compromisso formal, uma vez que todos já davam o adversário com o título. Venceu com autoridade a segunda partida, numa virada extraordinária por 3 a 1. Caiu nas graças do Torcedor.

Início de Brasileiro fulminante e boa participação nas Copas do Brasil e Libertadores. Todo mundo militizou, até esse sujeito que digita esse blog diariamente. Chegamos nas duas finais das Copas. Perdemos ambas. Na do Brasil com duas derrotas, já a Libertadores – em jogo único – um passeio do campeão. Rua! Lucas Gonçalves comandou a equipe na última rodada em busca de evitar o rebaixamento. Nessa temporada, de volta o Cuca, me lembro de aqui dizer que não desejava mais o fujão, mas como seria estaria abraçado com ele. Pois que em sua quarta passagem pelo Galo, acumula agora duas de sucesso e outras duas vexatórias. Não curto essa troca de técnicos, até porque observem, desde que os atuais gestores decidem tudo no Galo já foram 12 mudanças com exatos nove nomes diferentes entre efetivos e interinos. Apenas Cuca (3X) e Lucas Gonçalves (2X, vai virar 3) repetiram no comando, os demais em apenas uma oportunidade.

Média altíssima! Dois por ano, agora ainda vai chegar o novo a ser indicado, após – claro – a confirmação da saída do Cuca. Não existe mais ambiente para o treinador no comando do Galo. Que tenha sido sua última passagem pela Cidade do Galo. Que seja feliz e terá – de minha pessoa e de muitos Atleticanos – o eterno reconhecimento pelas duas primeiras vitoriosas passagens pelo Galo. Orgulho da Massa que adotou e eternizou sua frase, chega funcionário e sai Torcedor. Mas, como naquele meme da garotinha: um, dois três, (no caso quatro), JÁ DEU! Boa sorte e, quero registrar que nunca me utilizei daquele ataque agressivo contra a pessoa do cidadão Alexi Stival. Sem entrar no mérito, estou entre os que privilegiam o benefício da inocência. Não sou julgador!  Sucesso com os netos e vai curtir uma vida mais saudável que comer unha na beira do gramado.

Por fim, podem trazer quem quer que seja, não vou deixar minha Atleticanidade. Digo a boca miúda que alguns nomes não me agradam, mas creio que sequer deverão ser cogitados. Igualmente sem entrar no mérito, dois gaúchos da mala pesada, Tite e Mano Menezes. Outros, tão ultrapassados ou até mais que o atual, não me seduzem. Estaria eu disposto, mas sei que maioria do Torcedor não, por iniciar um exorcismo imediato. Que se danem as Copas do Brasil (embora confie no Galo) e mesmo a Sul-americana, mas optaria por tentar pontuar no Brasileiro para não repetir 2004/2005. Naquela oportunidade salvamos na última partida da primeira temporada e caímos na seguinte. Ano passado escapamos na rodada final, chispa!!! Temos um bom elenco, embora quase 10 podendo ser liberados, lá existem jovens valores precisando minutagem (Gabriel Delfim, Robert, Iván Roman e até Vitão, Patrick (sem DM), Iseppe, Cadu, Caio Maia, João Marcelo, Isaac (apesar de resistência pessoal) para mostrarem seu potencial. Não é possível que entre 10 garotos não vinguem três, quatro, cinco ou até mais. Caso contrário, só não sugiro fechar a base, pois estou dando crédito – assim como no profissional – a uma nova ordem a ser implementada. Seguramente a terceira, quarta ou quinta dos últimos tempos.

*fotos: Pedro Souza/Atlético