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TERRA ARRASADA?

Max Pereira
@pretono46871088
@MaxGuaramax2012

Em meu último artigo aqui nesse blog, HOJE NADA MAIS EXISTE DO QUE UM ALICERCE SENDO CONSTRUÍDO. ENQUANTO ISSO,…”, publicado na ultima sexta-feira, dia 4.2, alertei aos engenheiros de obra pronta que hoje no Atlético tudo o que existe é apenas um alicerce sendo construído. Ou seja, o rascunho de algo que pode ser um grande projeto. E, por isso, frisei que entre parecer e ser tem um caminho duro, cheio de percalços, de idas e vindas, de alegrias e de sustos, à frente do Atlético.

A derrota do time reserva do Atlético diante da aplicada e guerreira equipa da URT em Patos de Minas veio ratificar exatamente isso. Assim, faço minha a pergunta titulo do ensaio pós-jogo do Guru Eduardo de Ávila: Perdemos e daí?

Ao contrário do que vários atleticanos vêm defendendo nada, absolutamente nada de terra arrasada. Ah! Mas, Mohamed cometeu erros. Sim, errou e seus erros estão na raiz das imensas dificuldades de construção, de fluidez e de transição que o time que foi a campo no Zama Maciel, tradicional reduto da União Recreativa dos Trabalhadores, encontrou e não soube como superar. E, longe de querer de passar o pano nos erros de “El Turco”, defendo o fato de que errar faz parte da vida e, nesse momento particular de mútuo conhecimento entre o treinador e grupo, os desacertos são mais que naturais e até inevitáveis.

Quem conhece futebol sabe que não se forma e nem se ajusta um time de um dia para o outro. A chegada de um novo treinador, por mais que ele respeite e preserve legados importantes de seu antecessor, sempre produz mudanças significativas que, se não forem bem conduzidas, podem se transformar em um tsunami avassalador.

Em qualquer organização todo e qualquer funcionário novo, querendo ou não, deixa em xeque os paradigmas da instituição, até mesmo aqueles mais arraigados, e faz com que os profissionais antigos saiam de suas zonas de conforto. Quem chega quer mostrar serviço e alcançar um lugar ao sol. Quem já estava na Casa não quer perder espaço, status e, muito menos ver introduzidas quaisquer mudanças que, por menores que sejam, são sempre vistas como ameaças. E no futebol não é diferente.

Todos os clubes, sem exceção, passam por mudanças que se acentuam na transição de uma temporada para outra. Mudanças de treinador, que muitas vezes significam uma ruptura brusca do trabalho que vinha sendo executado e, por consequência, uma brutal descontinuidade, chegadas e saídas de jogadores, de dirigentes, de enfoque gerencial, etc..

Nesta virada de 2021 para 2022 o Atlético também vem experimentando mudanças que, se não são radicais e estão sendo implementadas de forma parcimoniosa e nada traumática para o grupo de jogadores, não deixam de produzir desconfortos, desconfianças, dificuldades maiores ou menores de assimilação dependendo das características pessoais de cada profissional do clube, atleta ou não. Se Mohamed precisa de tempo para desenvolver o seu trabalho e introduzir as suas ideias de jogo, os jogadores, sem exceção, também precisam de tempo para entendê-las e assimila-las.

A garotada egressa da base, os jogadores que estão voltando de empréstimo e sendo reintegrados ao elenco e os novos contratados, independentemente do seu histórico de carreira e de sua experiência, também necessitam de tempo para se adaptarem ou readaptarem que, obviamente, varia de atleta para atleta. Ainda que se busque formar um time e um grupo e, portanto, dar a estes conjuntos uma identidade de jogo e de grupo, não se pode desprezar as individualidades e as características pessoais de cada jogador.

“El Turco” teve a felicidade de encontrar um ótimo ambiente, fraterno e vencedor e, também, o senso de entender que, para ver o time jogar à sua maneira e feição e com a eficiência e o sucesso que todo o atleticano deseja e o histórico de 2021 impõe, não poderia promover mudanças bruscas e nem desprezar a base montada pelo seu antecessor, em particular os legados deixados por este e também por Sampaoli.

Ainda assim, os erros acontecem e as coisas não acontecem automaticamente e não surgem prontas, perfeitas e acabadas em um piscar de olhos. E, se não há como exigir do time titular do Atlético nesse momento nenhum nível de excelência e de alto rendimento, como, então, exigir isso de um time de reservas, de uma formação inédita e estruturada com limitações e problemas táticos importantes, decorrentes do pouco tempo de trabalho e do parco conhecimento do treinador sobre as características dos jogadores que ele tem à sua disposição, além, é claro, do mais que normal e previsível desentrosamento.

Aqui, é preciso lembrar que o time que foi a campo diante da URT era constituído de jogadores com níveis diferenciados de ritmo de jogo e de minutagem de campo e de trabalho com a nova comissão técnica. Savinho, por exemplo, fazia a sua primeira partida na temporada e vinha de uma paralização das atividades forçada pelo Covid. Além disso, alguns dos jogadores que atuaram em Patos de Minas jogaram em posições e cumpriram funções que os deixavam claramente desconfortáveis.

Tchê Tchê e Calebe, claramente desajustados e indefinidos em relação às funções de primeiro e segundo volantes, Sasha perdido e Igor Rabelo atuando pelo lado esquerdo da zaga são exemplos clássicos deste problema que foi imensamente agravado pela ausência de um jogador de armação, de construção, de articulação, o que deixou um vazio à frente dos “volantes” e inviabilizou o jogo atleticano. 

Só será terra arrasada se Mohamed, seus pares de comissão técnica e os gestores de futebol do clube não usarem este jogo contra a URT como aprendizado e não entenderem que nenhum jogador que foi a campo nesta partida deve ser considerado descartável em razão do que produziu ou deixou de produzir e, muito menos em função do resultado ou da perda de invencibilidade.

E, ao apaixonado torcedor que foi dormir triste e profundamente irritado com tudo aquilo que aconteceu dentro de campo, lembro que o Atlético não perdeu o campeonato mineiro, não perdeu o ano, que nada está perdido e, muito menos, que o clube deve mandar todos aqueles jogadores embora, que ninguém presta.

Essa mesma paixão que cega e que leva a muitos a sentenciar o degredo de todo e qualquer garoto da base quando um resultado ruim acontece, é o mesmo sentimento pesado que leva a outros tantos promover aquelas ignóbeis caças às bruxas, responsabilizando covardemente este ou aquele jogador, alvo de sua intolerância ou de seu ódio, pela derrota e por tudo de ruim que aconteceu. Tchê Tchê e Savarino são, hoje, as bolas da vez, como já aconteceu com Everson, com Guga, com Vargas e com muitos outros ao longo dos anos.

Portanto, será terra arrasada se o atleticano não jogar com time, i.e., se não entender o quão importante é vigiar e cobrar com parcimônia. Isso é torcer construindo. Isso é jogar junto.

Blogueiro

View Comments

  • boa tarde Eduardo e massa e max Pereira. ainda não estamos na terra arrasada mas estamos caminhando a direção. foi simplesmente péssima escolha do EL turco espero eu que não erra outra vez em colocar a equipe a jogar e fazer as substituições se não a corneta vá piar de dia e noite. começo a perder a paciência com EL turco colocar o péssimo tchê tchê e deixar Guilherme Castilho no banco de reserva será que alguém dentro do clube disse para ele que este peladeiro vai em bora em maio espero eu.simplismente o galo foi engolido pela poderosa URT. se EL turco entrar com 2 meio de campo e 4 atacantes contra. mequinha.varmengo.cabulosas simplesmente vamos ser fritos. acorda EL turco estamos de olhos abertos. vai galoooooooooo.

  • BOA TARDE A TODOS.
    ENTRA ANO E SAI ANO E ESSA CATEGORIA DE BASE DO ATLÉTICO CONTINUA CADA VEZ PIOR.
    OU MUDA TODO ESSE PESSOAL QUE CUIDA DA BASE E FAZ UMA GRANDE REFORMULAÇÃO OU TUDO CONTINUARÁ COMO ESTÁ , PÉSSIMO.
    NÃO REVELA NINGUÉM , UM BANDO DE PERNAS DE PAU.
    ISSO É INADMISSÍVEL NUM TIME COMO O ATLÉTICO.

  • Definitivamente , futebol , em todas as suas manifestações , perdeu sua graça .

    Eu nunca vi tanto mímimi , tanto "não me toques" em comentários ,
    além de super valorização de palpites totalmente inócuos , como os que criticam o fato do técnico não ter buscado informações prévias sobre os esquadrões do Villa e do URT , crendeuspai !

    E se você foge do padrão modinha na forma de tratar a coisa toda , tome retaliação .

    É idiota pra cá , "meigo" pra lá , chato, bobo e feio .

    É PRACABÁ !!!

    Então, ficamos assim :
    enquanto o GURU entender que as minhas postagens não ferem as normas do blog eu estarei aqui .

    Quanto a vocês , cuidem de não ler o que escrevo , daí não terão nenhum dissabor .

  • Bom dia, Canto do Galo!
    Certamente, não tem terra arrasada, mas tem a vergonha de perder para o lanterna do campeonato. Tirando Fábio Gomes, Vitor Mendes que chegaram esse ano, os demais se conhecem, não apresentarem entrosamento não se justifica. O time da URT, com técnico em seu segundo jogo, teve mais aplicação que o nosso , com jogada ensaiada no gol. Os caras do Galo possuem as melhores condições de trabalho e fazem um papelão. Tem muito pixilinga sugando o sangue do nosso Galo.
    Quanto ao jogo com o urubu, melhor é não ir. Botar time alternativo vai nos trazer mais uma vergonha.
    Qualquer campeonato, torneio ou amistoso, se o Galo for participar, tem que ser com condições de representar com dignidade nosso Manto. Chega de fazer vexames como o dos Afogados.

    • Alguns gostam de toddynho; outros de DAnoNINHO... então, como diria aquele filósofo contemporâneo, "cada qual com o seu cada qual" - Rssssssssss!!!!

      Calma, Barata! Deixa o cara te fiscalizar, pô! Pelo menos ele te chamou de chato; pior foi um outro que chamou-me cruzeirense... muito pior!!! Rssssssss!!!!!

      • TEOBALDO ,

        disputa árdua essa nossa .

        Eu tenho na minha conta , além do "chato" , um "idiota" , outro dia me arranjaram "um meigo" .

        Mas "cruzeirense" É PRACABÁ !!!

    • ÂNGELO ,

      cada qual com seu cada qual , cada um com seu pensar , meu caro .

      Mas veja bem : aqui no blog a coisa tem caminhado para não haver contraditório nas manifestações .

      Em qualquer assunto aqui a patrulha é sistemática e não se pode contestar um comentarista que a turma logo se ofende e diz que você está a " depreciá-lo " .

      Tenha dó , ÂNGELO , venha para o debate , conteste a minha postura , defenda seus argumentos e terminemos a prosa com um café , como sempre foi uma discussão sobre futebol .

      Eu não vou mudar a minha forma de expressar : uso , sim , de ironia , de polêmica , para contestar esse nefasto comportamento do "politicamente correto" que impõe restrições ao livre pensar , todo mundo repetindo a mesma coisa .

      Repito o que disse há pouco : enquanto as minhas postagens não deturparem as normas do blog vou ficando por aqui .

      Ou então , quando eu estiver definitivamente cansado dessa patrulha , eu mesmo cuidarei de me afastar .

      • Caro Barata!
        Obrigado pelas esclarecedoras informações!
        Uns entendem mais outros menos de futebol. Como me incluo entre os que entendem menos, recolho à minha insignificância.
        O barato deste blog é a divergência de opinião.
        Vamos tomar um cafezinho e deixar de mínimi....
        Abraço.

        • ÂNGELO ,

          acolho o seu abraço com carinho e retribuo .

          Jamais me furtarei de ouvir as suas ponderações , das mais lúcidas e reconhecidamente fundamentadas no "campo de jogo" , se me faço entender .

  • TEOBALDO ,

    e como fica o "jogo pra galera" ?

    A partir do momento em que se filia a uma entidade para participar de suas competições aceita-se as decisões da mesma .

    Dar "faniquito" e ficar "histérico" nas redes para , em seguida , cumprir o que for proposto , é só fumaça pra galera mesmo .

    Se tiver peito e coragem para enfrentar o "eixo do mal" , manda os juniores pra disputa , ou não comparece pro jogo , mas tome uma atitude sem muita conversa .

    • "A partir do momento em que se filia a uma entidade para participar de suas competições aceita-se as decisões da mesma".

      É....PRACABOU!!!

  • Até agora, estava sendo só brincadeira de criança. Agora a nossa sequência é: América, Flamengo e Cruzeiro, (os 3 estão prontos para dar a VIDA pra ganhar do Galo) agora é hora de ver quem é quem. O turco disse que a pré-temporada termina sábado, então vamos esperar, até antes da URT o time tinha feito ótimas exibições.

  • Bom Dia! A respeito do texto de ontem, a minha opinião - mesmo respeitando "o contraditório", não é única/isolada a respeito do Sr. Dudam--a 2, também conhecido como "El Turco." Como também do Mixirica 2 (Fábio Gomes.) A respeito do treinador, houve cochilo da diretoria, na saída dp Cuca. Haja vista, que ninguém toma uma decisão do dia para a noite. Quanto ao atual treinador, de vir a público falar que a derrota para o ex lanterna é da sua responsabilidade, já assimilou o "chavão" de outros treinadores brasileiros. Afinal que comanda os treinamentos e Ele. Acredito que o resultado do jogo contra o Fla, será determinante. Embora acredito num resultado positivo

  • Quantas vezes vimos inversões efetuadas durante os jogos pelos próprios jogadores ? INÚMERAS.
    Pela experiência do Igor Rabelo, ele DEVERIA simplesmente chamar o Vitor Mendes e fazer a inversão. Grandes jogadores fazem isso o tempo todo sem ferir as orientações dos treinadores.

  • Bom dia, todos! "Perdeu e daí?" E daí que perdeu. Não posso ficar tranquilo após uma péssima partida do meu time. Usei essa expressão "engenheiro de obra pronta" aqui no blog quando o Turco foi anunciado para não esperar "a obra ficar pronta". Não gostei e não estou gostando, tenho meu direito. Até agora não vi nada de mudança positiva na equipe e pior, vi pontos negativos. Para quê continuar com o Tche tchê se ele vai embora? Para que, queimar os jogadores jovens, colocando-os para jogar todos ao mesmo tempo numa equipe totalmente desentrosada? Para que, colocar o Savarino para jogar pela esquerda, como no jogo contra a patrocinense, sendo que ele nunca jogou ali? Para quê trazer de volta o Castilho, sendo que ele não joga nem no alternativo? Como um time da altura do galo leva um gol numa jogadinha ensaiada de um time que tem um técnico com menos de dez dias de trabalho. "E daí? E daí que está ruim, mas tudo bem, vamos torcer. Se eu estiver errado em relação ao Turco, pedirei desculpas, mas se continuar ruim assim, não venham aqui os "engenheiros de obra pronta" dizer, "eu avisei".

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