Reconhecimento àqueles que fizeram a história Atleticana

A lista de jogadores homenageados pela diretoria do Galo por ocasião dos 109 anos do clube foi bastante comentada nas rodas Atleticanas, ao lado de discussões sobre Marlone e a provável ausência de Leonardo Silva, no domingo.

Tomei conhecimento da enquete às vésperas de sua apuração. Acho super interessante dar voz ao Torcedor, a fim de elencar aqueles que, tendo visto jogar ou por conhecimento histórico, foram os maiores ídolos do Galo. Pouco importa se 11 (um em cada posição), 30 (como foi o caso) ou 109 (em alusão à data). O importante, no caso, é deixar que manifestemos. Eu mesmo teria minha lista, mas só soube a respeito em cima da hora e por meio de um amigo mais atento e melhor informado.

O Atleticano mostrou que conhece o passado de seu time e soube eleger aqueles que construíram nossa tradição “no cenário esportivo mundial”. Entre os nomes que não tive a felicidade de ver jogar, todos inquestionáveis, destaco o mestre Olavo Leite Kafunga Bastos, com quem convivi, na Câmara Municipal de Belo Horizonte, quando ele era vereador na antiga sede do Legislativo, na rua Tamoios. Merece ser reverenciado sempre.

Além dele, Afonso Silva, Carlyle, Guará (nome de troféu anual da Rádio Itatiaia), Lucas Miranda, Mexicano, Ubaldo, Zé do Monte e Mário de Castro (convocado para a Seleção Brasileira de Futebol), primeiro jogador lembrado fora do eixo Rio de Janeiro-São Paulo, recusou-se a vestir a camisa amarela. Disse, na ocasião, que a única camisa que vestia era a do Clube Atlético Mineiro.  Premonição, talvez, pelo tanto de sacanagem que a CBF faz com o Galo. São nove imortais sempre mencionados.

Sobre os demais escolhidos, numa irrepreensível eleição, cito os goleiros. João Leite é soberano; é o jogador que mais vezes vestiu a camisa de nosso clube e, nesse quesito, jamais será superado. Renato Valle, goleiro campeão de 1971, recentemente reclamado por mim, numa homenagem feita pelo Galo, agora teve sua história resgatada. Taffarel, de curta passagem por aqui, foi também lembrado. Nada contra, mas seu nome é mais reverenciado pelo tetra brasileiro que pelo período que atuou no Atlético. Instável, eu diria.

Entre os outros, vamos por ordem alfabética. Buião, Cerezo, Cincunegui, Dario, Eder Aleixo, Guilherme (o camisa 9), Lola, Luizinho, Marcelo Oliveira, Marques, Nelinho, Paulo Isidoro, Procópio, Reinaldo, Ronaldinho, Sérgio Araújo, Valença e Vantuir. Tem nome que é unanimidade. Reinaldo e Ronaldinho, por exemplo. O Rei, para mim, é o maior ídolo da rica trajetória Atleticana. Incomparável! R10, por sua vez, foi o maestro de nossa definitiva condição de um dos maiores times de todo o mundo, única entre os mineiros.

Sem entrar no mérito de quem deveria dar lugar a quem, alguns nomes ficaram de fora da lista. Ela seria maior ou, quem sabe, fosse mais interessante excluir aqueles que passaram e desdenharam nossa tradição, não pelo simples fato de terem vestido a camisa de outro time mineiro, mas por provocarem o Atleticano à ira. Vanderlei Paiva e Grapette, citando caso análogo, por não terem sido tão marcantes. Caro leitor, deixe seu pitaco também. A homenagem é valida e oportuna.

Para finalizar, considerações acerca da contratação de Marlone e da ausência de Leonardo Silva. O novo contratado — aprovado por alguns e desconfiado por outros — merece, a partir de agora, toda nossa energia. Que apresente no Galo o futebol dos tempos de Sport.  No tocante ao capitão, defendo, como grande parte da Torcida, melhor atenção da diretoria na contratação de um zagueiro. A situação na fase atual da Libertadores dirá muita coisa; vamos priorizar o setor no resto de temporada.