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Presente solicitado ao Gabriel Milito

Recorro aos tempos em que acreditava nas cartas ao Papai Noel, enviando esse pedido ao jovem, promissor e talentoso treinador do Galo. Naquela ocasião, da minha infância feliz, o bom velhinho – curiosamente faço o personagem em creches e instituições comunitárias nos meses de dezembro – não negava me atender. Tomara que Gabriel Milito, assim como aquele barbudo que anda de trenó, atenda o meu (nosso) pedido. Na verdade, creio que de quase todos os 10 milhões de Atleticanos.

No meu caso, Torcedor sectário a ponto de me recusar a ver jogos de times outros quaisquer – mesmo do velho continente, onde o treinador brilhou nos tempos de jogador – até e ainda em ouvir ou assistir noticiário de outros times mineiros, brasileiros ou estrangeiros. Sou assim, nada me interessa no futebol diferente dessa camisa preta e branca pendurada no varal ou usada pelos nossos ídolos que são aqueles que vestem o manto sagrado. Por isso, só te descobri depois de assumir o comando técnico do meu (nosso) time do coração.

É assim, como nos flertes da puberdade que seguiram na adolescência e ainda resistem até nos tempos atuais, que comparo sua chegada na nossa vida Atleticana. Foi como um/a desconhecido/a que chegou e foi logo encantando quem sentia sua presença no nosso ambiente. Amor à primeira vista! Hoje, caro Milito, sua imagem e voz – ainda que em portunhol pouco compreensível – pertencem ao nosso ambiente familiar ou de trabalho. Saiba que, se sair pelas ruas ou seus niños Luca e Enzo, serão saudados como um membro da família. Sim, somos uma família que assina Galo. É como se cruzasse com um parente, vizinho ou amigo. Você entrou em nossas casas e nas nossas vidas.

O encantamento, sinto que recíproco, entre Milito e a Massa é algo contagiante aos corações de cada Torcedor. No meu caso, como mencionei, nada sabia sobre você e fui aos poucos me inteirando e torcendo para dar certo. Mineiro, desconfiado, pós quatro estrangeiros – Dudamel, Sampaoli, Turco e Coudet -, não podia imaginar que na estreia já me convenceria. Empatamos, mas vi outro time em campo, admitindo estar correndo risco pelo dom de iludir. Mas, entrei de cara. Vitória na Libertadores, outra vitória e o título mineiro. Eu já estava convencido. Encontramos o treinador! Depois foi essa sequência e encantamento generalizado. Todo Atleticano, que quer vencer, segue acreditando, apoiando e conjugando o verbo. Eu militei e nós militamos!

Vamos perder jogos, claro! Mas não quero perder o respeito e a admiração que seu trabalho está causando na nossa Atleticanidade. A felicidade e a alegria estão no rosto de todo Torcedor. A auto estima voltou no seio da Massa. Somos favoritos aos títulos da temporada, são três frentes, podendo até se tornar quatro. Vencemos o estadual, que já estava quase fora das contas de alguns pessimistas. Entre tantas coisas interessantes que o trabalho tem mostrado, não passa despercebido seu jeito mineiro de ser. Sincero, honesto, sem dissimulações e com respostas para todo e qualquer questionamento.

Cheguei até a conversar com gente do kardecismo. Acho que pode ser a reencarnação de algum ídolo do passado. Telê, Kafunga e Mário de Castro, descartados, pois se foram depois do nascimento do Milito. Mas achei um, tão icônico quanto os que mencionei. Guaracy Januzzi. Guará faleceu em 19 de novembro de 1978 e Gabriel Milito nasceu em 7 de setembro de 1980. Será? Dia da Independência do Brasil. Porque não nasceu aqui em Belo Horizonte e tivemos de esperar todo esse tempo. Mistérios!

Pois bem, caro Gabriel Milito – argentino de nascimento e Atleticano de coração -, acredite. Você e o Galo foram feitos um para o outro. Até que num futuro bem distante, algo possa separar, assim como foram tantos ídolos do passado. Que sua permanência aqui no nosso time seja coroada de êxitos e dessa indiscutível empatia que existe entre as partes envolvidas. Sua, dos jogadores – todo mundo jogando com alegria -, da diretoria e muito especialmente de nós Atleticanos.

Em pouco tempo, isso tem relação com a invencibilidade – mas muito mais que essa situação – o sério e competente treinador entendeu e aprendeu também a conjugar o verbo atleticanizar. Seu trabalho tem sido eficiente e essa evangelização que fazemos com as crianças tem dado resultado. “Pai, eu quero é ser Galo”! A todo momento ouço e assisto um/a menininho/a dizendo isso a um desconsolado papai que não é Atleticano. Azar dele.

Por tudo isso, caro Milito, ouso lhe fazer esse pedido de um presente para o Torcedor Atleticano. Nunca nos abandone. Não faça, como me provocou um amigo – tão infeliz quanto aquela prima que me contou que Papai Noel não existe – dizendo que vai embora para trabalhar na Europa. Lá ês num fala UAI. Num sabe oncovô nem oncotô e doncôvim. Também prônóstâm’ino? Nem doncêé e oncêmora. Se ês te caçá, vaza dêze. Só disgrama! Arreda! Ficativo e num ingastaia. Aqui é Galo, po##@!

E o Galo de lá – na Europa – é aquele sem graça da França. O daqui é muito mais bonito! Original, sofrido, resiliente, judiado, mas bom de briga. É a sua cara. Leu o Pequeno príncipe? Pois é, “tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas”. Eu, se fosse um R, lhe sugeriria um contrato vitalício. Juro que daqui 5, 6 ou 10 anos te liberaria para um período sabático e depois de volta pra casa. Até lá vamos ganhar e festejar muitos títulos. Vai negar meu presente?

Em tempo: faltou te contar que somos – muitos e estou entre – bipolares. Segue assim como tem mostrado sua eficiência, jamais pense em filipar, pois o zum zum começa e não mudamos de cor para “fora Milito”. Isso aqui é um pouquinho do meu Galo!

*fotos: 1 e 3) UAI/EM; 2) redes sociais

Blogueiro

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  • RECEBI ESSA MENSAGEM QUE ESTOU REPRODUZINDO.
    DO MARCUS VINÍCIUS LANNA, QUE ESTÁ MORANDO NO CANADA. AGRADEÇO A GENTILEZA E REITERO, PROCURO EXPRIMIR AQUILO QUE APURO DA NOSSA ALMA ATLETICANA.
    OBRIGALO, AMIGALO!

    Frequentemente tento comentar, mas nunca consigo. Sempre dá um erro e meu comentário jamais é publicado. Já tentei em vários navegadores diferentes e nunca dá certo. Não sei se é porque moro no exterior.

    Meu caro, Eduardo! (Permita-me a intimidade, embora nos conhecemos apenas pelo grupo de Whatsapp).

    Que texto magnífico! Você colocou no papel todo o sentimento que tenho em relação ao Milito e ao momento que estamos vivendo! Eu adoro os seus textos, mas o de hoje está ainda melhor! Talvez pelo fato de estar carregado de uma das virtudes mais nobres que o ser humano pode ter: a gratidão!

    Como já te disse lá no grupo, os seus textos me dão vontade de lê-los umas cem vezes!. Já estou na terceira desse de hoje. E, sem querer ser chato e invasivo, no parágrafo das frases em mineirês, eu acrescentaria "cê é fi di quem?!"

    Saudações Atleticanas!!!

    VAMU, GALO!!!

  • Boa tarde,

    Falou tudo que nós atleticanos gostaríamos de dizer.
    Excelente o texto.
    Até terça-feira e a liderança da libertadores.

  • Boa tarde!
    Qualquer técnico inteligente, educado, equilibrado,com gana de vencer que viesse superaria o insuportável e ultrapassado Felipão. Milito superou todas as expectativas até aqui.
    Só temos a agradecer até aqui.

  • Eu , ao contrario do blogueiro , assisto todos os jogos de libertadores e brasileirão , copa do Brasil , onde estiver time brasileiro , secando, com muita ra;ca e amor , nossos rivais e concorrentes , torço , com o maior amor , contra todos , com uma preferencia especial para os times do eixo , flamerda e curica, em primeiro lugar. Torço também , com muita raça e amor, novamente , contra crucru , fazendo contas pra que retornem à B , onde tomaram gosto por tres inigualaveis vezes. Ontem , no assunto encerrado pelo blogueiro , o espinhoso prato arroz com pequi , inimigo mortal da lingua e dos tecidos moles da boca , prá encerrar , peço aos amigos atleticanos : FUJAM desta iguaria , simbolo do mau gosto. Desculpem me os troianos e principalmente , os goianos. Sigamos rumo aos titulos

    • Eu, ao contrário do comentário, adoro um pequi. Iguaria como poucas e aprecio muitas. Essa fruta nativa do cerrado cabe bem no meu prato.

      • Boa tarde, Eduardo e Massa.
        Estava já pensando em responder ao Evandro Pereira concordando e apoiando as suas postagens, MAS, ele pisou feio na bola quando classificou o pequi como símbolo do MAU GOSTO!. Aí, caiu por terra uma possível admiração em razão do início da postagem.
        A falta de informação é cruel com quem não a procura: esse fruto delicioso é fruto do cerrado, mas o que é produzido no território goiano não representa a essência do produto. Sou de Montes Claros, região onde tem o melhor e maior pequi do mundo. E moro em Brasília, onde vim a conhecer o pequi goiano. E, sem medo de errar, digo que o pequi goiano é uma azeitona crescida, e nem sabor de azeitona tem. É algo insosso. Portanto, vamos "deletar" o final do seu comentário e você vai merecer nossos aplausos. Kakakakakakaka
        Saudações atleticanas com sabor de pequi!

  • Salve Massa e Guru

    Texto maravilhoso meu guru, vc foi nosso porta voz.
    Ao ver o comportamento deste cara (Milito), principalmente fora de campo, não há como não recordar, o que o torcedor atleticano passou nas mãos daquele infeliz, arrogante e grosseiro treinador, que se escorava no fato de já ter sido campeão do mundo, para tripudiar encima de tudo e de todos.
    Elogios aos adversários para justificar seus fracassos, agressões verbais a quem o criticava, grosserias nas entrevistas, faziam parte de nosso cotidiano até a pouco tempo.
    Mas ele entrou pra história, só que pela porta de trás e será lembrado como um dos mais odiados que por aqui passou. Já foi tarde e que nunca mais passe pelo menos na porta da cidade do Galo.
    Quanto a Milito? Nada a dizer, o seu texto já disse tudo.

  • Nos 12 jogos com ele o Galo escorraçou a pasmaceira e está a desdobrar um futebol para apreciação geral e não só nossa , adeptos irremediáveis. O cara Milito tem serenidade , argumento e apreço para comentar sobre a pátria alvinegra. Os resultados, números, título , performance sustentam, corroboram a jornada diferente. Como saber até onde vai? O equilíbrio do futebol me faz lembrar
    aquelas balanças de pratos na roça , num
    deles o cortado de lombo do capado, no outro o buscado dos pesos correspondentes, de quilo e/ou suas frações de 250, 100, 50 gramas, até aprumar o fiel na meiúca e apontando para o céu , se alcançando o quanto de carne o vivente adquiriu. Portanto, Ávila , sigamos e desfrutemos dos ares e equilíbrios trazidos por Milito. E duradouros sejam.

  • Eu Milito
    Tu Milita
    Ele milita
    A Massa Milita
    E todos nós estamos militando.
    Sigamos.

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