Pra cima deles, Galo

Embora seja o segundo maior clássico brasileiro, uma vez que o maior deles é entre o Galo e o time da CBFla, o jogo entre os mineiros mobiliza toda a imprensa nacional. Será a 500ª partida, com precisas 200 vitórias Atleticanas, contra 167 do adversário. A maior goleada continua sendo aquele 9 a 2, conforme consta no próprio almanaque do time do Barro Preto.

Os dois confrontos mais recentes definiram outro Campeonato Mineiro a nosso favor, mantendo a hegemonia estadual. Se no geral temos essa ampla vantagem, em se tratando de Campeonato Brasileiro o equilíbrio é incontestável: são 22 vitórias para cada lado. Entre as cinco maiores sequências de invencibilidade, temos quatro delas, a maior – 13 jogos -, outra com 11 e duas com dez jogos sem derrota.

Afinal, como se diz na gíria do futebol, “clássico é clássico”. Em minha vida Atleticana, já fui ver este jogo como franco favorito e voltei derrotado. Também já fui para cumprir o papel de Atleticano, ciente e consciente de que o momento não era favorável, voltando para casa na madrugada após comemorar vitórias e títulos. Enfim, é um jogo imprevisível.

Vencer hoje terá consequências importantíssimas na trajetória da temporada. A primeira delas é o efeito moral e psicológico que uma vitória doméstica provoca na sequência do ano. Além disso, ultrapassaríamos em pontos o adversário e colaríamos no grupo de cima da tabela. Estamos a apenas três pontos do terceiro colocado e a dois do sexto, posições que asseguram participação na Copa Libertadores de 2018. Na quarta colocação, direto na fase de grupos e, na sexta, naquela etapa pré-classificatória.

Como se observa, apesar do nosso péssimo começo de competição, tendo cumprindo pouco mais de 25% dos jogos, a situação não se mostra tão desconfortável como sugere. A Torcida, tenho certeza, fará a sua parte, como vem mostrando a cada partida, independente de qual seja a competição. Dos jogadores, como no jogo da última quinta-feira, o que se pede e espera é apenas aquilo. Comprometimento e raça!

O treinador, ao que se sabe, não vai dar folga a nenhum titular. Pode até surpreender pela lista de relacionados. Mas, com exceção de Rafael Carioca, suspenso, e os entregues a tratamento médico, todos estão concentrados. Terão que dar o coração e sair do jogo já pensando no compromisso do meio de semana, importantíssimo, pela Copa Libertadores na altitude da Bolívia. Tivessem feito o dever de casa melhor nas primeiras rodadas, seguramente poderiam se poupar para esta partida.

Sobre o jogo, ao que sinto, o técnico Roger Machado, depois dos primeiros jogos frente ao mesmo adversário, aprendeu a armar o time para este compromisso. Será a quinta partida do ano contra o mesmo rival. Perdemos as duas primeiras, empatamos a terceira e vencemos a última delas. A vitória veio quando valia título. Se agora não vale faixa, que saibam que é decisiva à nossa sequência.

Qual time o treinador irá optar, cada um de nós tem uma preferência. Respeito todas as opiniões, das mais ousadas, até as bastante conservadoras – desde que os escolhidos nos assegurem os três pontos. Vamos à luta!

Em tempo: ontem, no final da manhã, pude vivenciar um momento emocionante que só o Galo pode proporcionar. Lembram, ano passado, quando postei aqui a história de uma cearense que se tornou Atleticana por causa do REInaldo? Vejam o link da postagem: http://blogs.uai.com.br/cantodogalo/o-galo-finca-bandeira-no-interior-do-ceara/.

Pois bem, ela veio a Belo Horizonte – pela primeira vez – para ver um jogo do Galo. Marcamos um cafezinho na Savassi e levei o Rei como surpresa para Lúcia Rosa. Minha convidada levou alguns minutos para voltar os sentidos, tamanha a emoção do primeiro encontro da fã com seu ídolo. Estava acompanhada do filho Estevão – era para se chamar Reinaldo, mas o marido não deixou -, além do neto Gabriel e amigas cearenses.