Já contei e recontei aqui sobre minha opção pela vida Atleticana. Não vou repetir, mas as postagens recentes de alguns amiGalos no nosso espaço me fizeram saborear boas lembranças de mais de meio século dessa condição.
A responsabilidade disso tudo, também já disse, virou estrela há mais de 40 anos e me deixou esse doce legado. Fausto Barbosa, então cunhado desse menino moleque. Todas as noites, ao agradecer a Deus por tudo que a vida tem me proporcionado, incluo e rezo por ele.
Às vezes me flagro imaginando se não fosse o Galo na minha vida, como seriam sem graça os meus dias na Terra. Não sei me projetar fora desse contexto. Não teria feito tantas viagens.
Tem lugares que passei, exclusivamente, por causa dos jogos do nosso time. Outros destinos encaixaram n’algum roteiro – propositalmente – para coincidir com uma partida naquele lugar.
Tenho orgulho dessa condição, que chamo de Atleticanidade, afinal, me motiva a querer viver ainda muito tempo. Quero ir por anos no Estádio do Galo.
Daqui a pouco, vem um exaltadinho me chamar de “velhote”, via de regra, conforme já apuramos – até mesmo na delegacia da área -, são fakes.
Fato é que, antes mesmo de deixar minha Araxá e me mudar para Belo Horizonte (em 1974), tinha vindo à capital algumas poucas vezes para ver o meu time em campo.
Era emocionante, para um menino do interior, assentar nas arquibancadas do Mineirão e ver um jogo que estava acostumado a ouvir pelo rádio. Naquela ocasião as emissoras eram a Guarani e Inconfidência.
Na TV – a extinta Itacolomi -, no dia seguinte assistia ao tradicional “Bola na área”, agora de volta com os amigos Álvaro Damião e Leo Figueiredo. A propósito, no sábado último, apresentaram uma matéria sobre essa minha – e nossa – paixão Atleticana. Vejam pelo face do blog.
Mas, de volta ao passado, as vozes eram de Jugurta, Jairo Anatólio, Dirceu Pereira, Vilibaldo Alves, José Calazans, Paulo Celso, Alberto Rodrigues, Lucélio Gomes e tantos outros.
Já na TV Itacolomi – na boa resenha – tinha Kafunga, Luís Carlos Alves, Sasso, Roberto Drumond (nem tanto frequente), Ronan Ramos de Oliveira (o repórter da camisa amarela) e muito mais gente.
Conheci muitos e convivi com quase todos. Deles, ainda estão entre nós o Ronan, o Paulo Celso, o Alberto, o Lucélio e o Calazans. Com os três primeiros encontro sempre e a resenha é bastante saudável. Boas lembranças!
Digo tudo isso para reafirmar: se não fosse o Galo nada do que sou hoje teria me acontecido. Jairo trabalhava na Secretaria de Justiça, onde eu fazia uma parada obrigatória para relembrar que “tudo que acontece no terreno esportivo, a Inconfidência dá no seu informativo”. Ele amava quando eu cantava essa vinheta.
Dirceu foi meu colega de diretoria da AMCE por vários mandatos. Vilibaldo, com seu “adivinhe”, inclusive gravou texto para a minha campanha de vereador no distante ano de 1982 em Araxá.
Calazans, anualmente, é presença no encontro dos ex-jogadores do Galo. Sempre nos reencontramos e relembramos daquele passado já bem distante. Kafunga era um boa praça, e aquele famoso jargão “turma do prato”, nasceu por causa da república onde eu morava.
Na ocasião e na condição de servidor da Câmara Municipal, ainda na Rua Tamoios, contei a ele que todos nós deixávamos a mesa de refeição para assistir ao seu programa. Foi o suficiente.
Luís Carlos Alves foi meu guru na AMCE, entidade que ele ocupou todos os cargos da diretoria e eu fui vice-presidente e tesoureiro.
Roberto Drumond, sempre me foi muito especial e parceiro de muitos chopes na Savassi. Amigo/irmão/confidente. Desde o antigo Aloha, passando pela Casa dos Contos e toda aquela região de Belo Horizonte.
É, caros Albertinho, Ronan e Paulinho, somos poucos. Até economizei na lista dos amigos que nos deixaram saudade. Se usando desse artificio já somos minoria, imagina se ampliasse a relação.
E nesse rol de amigos que mencionei, nem todos são Atleticanos. E sempre tivemos uma ótima e respeitosa convivência. Alberto Rodrigues e Valdir Barbosa, que veio depois dessa época, dividem uma mesa de cafezinho comigo eventualmente pelos lados da bucólica Savassi.
Até o barbeiro do Vibrante, que segue o amigo no time, é o mesmo que frequento. Rangel, Rodrigo e Leonardo – Barbearia Freitas -, do outro lado da lagoa, são minha opção para aparar a barba (juro) e cortar os poucos e raros cabelos que ainda tenho. Quem também frequenta lá é o Orlando Augusto, que foi meu professor na FAFI. Um ninho de adversários.
Antes de encerrar, permitam-me mencionar uma frase que gosto muito de um amigo e colega no trabalho. Valdoveu Vitor me disse em certa ocasião: “O Galo é tão importante na minha vida, que nem precisa ganhar, basta existir”. Gostei da frase, mas prefiro ganhando. Sempre!
Caríssimas Atleticanas e caros Atleticanos. Fiz toda essa excursão para reafirmar que sou grato a tudo que o Galo me proporcionou na vida.
Fez e faz muita raiva, claro, mas também já me proporcionou e continuará me dando grandes alegrias. Minha relação é de amor e ódio, sem nunca deixar de te amar.
ObriGalo Clube Atlético Mineiro por fazer parte da minha vida.
Pra cima deles, Galo!
* fotos: 1) arquivo pessoal; 2 e 3) UAI/EM
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Boa tarde Eduardo, Lucy, atleticanos e atleticanas,
"recordar é viver" já dizia o poeta... E nesses tempos de "isolamento social", são nossas lembranças que nos confortam.. O que seria de nós sem elas????
Dentre todas as lembranças, as do Galo estão sempre no topo da lista!!! Quantos momentos nos passamos juntos!!!! "valeu a pena? Tudo vale a pena se a alma não é pequena" e a nossa é muto grande!!!!
Como não lembrar do Vilibaldo Alves, "aaaaaaadvinhe!!!!!", do Sasso " táááááaááá no filóóóó", do grande Kafunga "não tem coré coré, gol baaaaaarra limpa!!", do Willy Gonser com sua inconfundível música de fundo na hora do gol "É gol que felicidade, é gol, o meu time é alegria da cidade"(pra quem quiser matar a saudade, vai ai o link da música gravada apelo Trio Esperança, que apesar de falar do flamengo é mais nossa que deles, https://www.youtube.com/watch?time_continue=31&v=gEq50q0SJ70 ).. e até o Vibrante, que ao que parece, tem o respeito da maioria de nós, "a bola passa, gol, gol, gol, gol,gol" (já me fez passar muita raiva quando narra os gols do seu time, mas também me deixou muito feliz ao narrar os contra)...
Os narradores de hoje deveriam se inspirar nessa turma na hora criar bordões... Tá faltando criatividade...
Bem amigos, até mais....
Belíssimo !!!
Saboroso !!!
Comovente ao lembrar de tanta gente boa !!!
boa tarde Eduardo e massa. grande texto e ótima lembranças Eduardo. o galo volta a jogar estamos com saudades. vai galooooooo.
Bom dia Massa e Guru
Este texto meu Guru deve ser guardado num quadro pras gerações futuros conhecerem o que é paixão por nosso time de futebol, sem perder a dignidade e hombridade de reconhecer e exalar a admiração por pessoas que torcem por nosso arquirrival como Alberto Rodrigues. Parabéns meu Guru por nos mostrar que a rivalidade fica restrita ao jogo de futebol, porque no jogo da vida estamos todos do mesmo lado.
Bom dia xará e amigalos! Excelente texto Gurú de todos os atleticanos de coração! Esse texto me fez lembrar de minhas idas ao Gigante da Pampulha com meu saudoso pai na década de 80. Arquibancada de cimento que tremia com a vibração da Massa!!!! Lembro dos comentários do Mestre Kafunga na TV! Que saudade! Bons tempos aqueles!!!!
Bom dia,
Muito bom mesmo ler este texto.
É realmente uma grande sorte poder trabalhar envolvido na paixão de ser Atleticano.
Parabéns e isto perdure por muitos anos.
Que texto emocionante, Duduco! E essas imagens!? A sua exala Atleticanidade. É pacabá com o corrassaum.
“O Atlético é meu café da manhã. É o cigarro que não fumo. É o sono que eu não durmo. É minha insônia e minha canção. É meu primeiro e meu último amor.”
O Canto é do Galo, porém, aproveito a citação do Blogueiro, e deixo registrado todo o meu respeito ao mais Vibrante narrador de Minas, que também faz parte da minha vida...
Como já vibrei ( e passei raiva) com o seu “é gol, gol, gol”. Ao Senhor Alberto Rodrigues minha admiração, e os meus aplausos.
Ao De Ávila, só posso dizer que A-D-O-R-E-I a publicação de hoje.
Bom dia, Eduardo!
Mais uma vez, parabéns por nos brindar com as suas belas lembranças. O Galo nos faz ter delírios de alegrias e ódio; mas, acima de tudo, nos faz viver unidos e vencedores, mesmo nas derrotas.
Quem nunca perdeu, não sabe apreciar o valor e a alegria da vitória!
Continue conosco, por muito tempo; inclusive, para podermos comemorar o nosso Estádio Glorioso.
Abraços, atenciosamente.,
Bom dia Eduardo, atleticanas e atleticanos que como o nosso guru blogueiro vivem do Galo, pelo Galo e para o Galo.
Recordar é viver meu caro guru. E recordações que evocam o Galo trazem muito mais vida.
Faço minhas muitas das suas palavras, à exceção do rol de amigos. Também conheci muitas cidades, Estados e estádios acompanhando o Galo por esse imenso Brasil. E posso repetir sempre emocionado: Como é bom ser atleticano;
O Valdoveu Vitor está cheio de razão, o Galo não precisa vencer. Basta existir. E existindo enche-nos de vida.
VIVA GALO, VIVA. POIS, SEM VOCÊ NÃO TEM VIDA.
Grandes lembranças, meu caro. Me fez pensar nas minhas próprias lembranças! Que saudade do GALO, a vida sem ele não tem graça! SAN