O despertar e o entusiasmo comedido do Atleticano

Quem viu a reação dos Atleticanos no dia seguinte à goleada sobre o CBFlu, do Rio de Janeiro, imagina que o Torcedor esqueceu os tropeços recentes e abraçou a diretoria do Galo. Engano! A euforia que estamos vivendo é a mesma que nos acompanha em 110 anos. Isso que faz o Atleticano diferente de outras torcidas mineiras e brasileiras.

Concordo que no domingo, mesmo antes da partida, tivemos alguns sinais de motivação que – inclusive – elevaram o público em quase 50% apenas no dia da partida. Até sábado, apenas pouco mais de dez mil ingressos haviam sido comercializados, e foram quase 14,5 mil pagantes anunciados.

Ao meu entender, duas situações contribuíram para essa arrancada na venda dos ingressos. A partida na véspera, na cidade de Chapecó, animou bastante o Atleticano. Mas é inegável que a ação da diretoria em buscar reforços, evidentemente, acendeu a chama que andava em fogo baixo no seio da Massa.

Todos sabem que precisamos de reforços para fazer o time crescer e, realmente, almejar melhor colocação na temporada. Depois de jogar fora a conquista do Mineiro, ser eliminado de duas Copas – uma por opção equivocada da diretoria e outra por nossa total incompetência –, nos resta buscar a conquista do Brasileiro. Na pior situação, ficar entre as primeiras colocações.

Na contramão disso, o time em campo e a direção Atleticana vinham socando na cara do Torcedor. Entrevista infeliz do presidente, onde além de desdenhar a nossa história, ainda se ocupou em atacar os que reclamavam (quase unanimidade entre os oito milhões que somos).

Até agora, em 33 pontos disputados, conquistamos 20 deles. Parece maravilhoso, não fossem os 13 perdidos em situações inexplicáveis. Derrotas para Flamengo, em Belo Horizonte; Vasco e Sport, ambas fora de casa; e empates com São Paulo, na capital paulista e Chapecoense, no Horto. Seria normal, não fosse a história de cada partida. Inexplicáveis todas as derrapadas. Bom lembrar que marcamos 22 gols, mas sofremos 16 tentos. Temos jogadores que marcaram mais gols que alguns times na competição. Roger Guedes, oito; Ricardo Oliveira, seis vezes.

Amanhã, vamos pegar o Ceará, que tirou pontos do Palmeiras, e depois entrar numa fase de intertemporada. Os novos contratados estão dando um alento a uma sonhada reação. A diferença para o líder, apesar de ser o Flamengo (codinome CBFla), não é intransponível. Dá para reagir com os dois nomes que estão chegando. Yimmi Chará e David Terans, colombiano e uruguaio, respectivamente, ao lado de mais um bom e seguro zagueiro, outro lateral esquerdo e um centroavante, seriam fundamentais ao nosso desejo. Ah! E do lado direito, Emerson é mais interessante.

Se isso for seguido, bastaria uma única situação da diretoria. Coisa simples. Buscar ter empatia com o Atleticano. A empáfia demonstrada até agora só serviu para azedar as relações. Já disse aqui, algumas vezes: a opção de rejuvenescer e equilibrar as finanças merece nosso respeito. Desde que aliada a um time comprometido no gramado.

Portanto, se eles – direção administrativa, técnica e jogadores – fizerem bem suas atribuições, do lado de fora do alambrado nunca faltará apoio. No domingo, mesmo saindo perdendo, a Torcida não parou de cantar e incentivar. O resultado foi espetacular para todos. Que assim sempre seja!