Técnico novo, caras novas, ausências diversas, algumas explicadas de forma convincente, outras nem tanto, Cidade do Galo decorada em alto e bom estilo, onde o bom gosto e o talento sobraram, protocolos sanitários, muitas, muitas expectativas e um outro tanto de perguntas ainda não respondidas e de indefinições que precisam ser aclaradas.
Em qualquer jogo de perguntas e respostas que se fizesse em qualquer grupo atleticano ou em qualquer pesquisa nos mais diversos perfis e veículos de comunicação, dentro e fora das redes sócias, algumas questões seriam obrigatórias e gerariam polêmicas, algumas intermináveis:
“Qual vai ser o time da estreia no campeonato mineiro?”, “Qual vai ser o time que vai começar jogando a decisão da Supercopa do Brasil contra o Flamengo?” e “Quem ainda vai chegar e quem ainda vai sair?” seriam, induvidosamente, as perguntas que mais chamariam a atenção dos atleticanos. E não há o que estranhar no fato de que estas questões sejam aquelas que mais preocupam o torcedor e mais cativam a sua atenção.
Não muito diferente do senso comum, também me flagro fazendo a mim mesmo estes mesmos questionamentos. Mas, sempre vou além, fazendo-me outra pergunta cuja resposta não encontro, o que me deixa bastante preocupado: “Qual é a garantia de que o Atlético termine o ano de 2022 sem sofrer defecções significativas em seu elenco e, em consequência, se imunizando em relação ao risco real de uma brutal descontinuidade que pode acarretar ao clube prejuízos consideráveis, talvez insanáveis, dentro e fora do campo?”.
Uma parcela significativa da Massa sonha e acredita que, ainda nesse 2022, o clube vai se reforçar pontual e qualificativamente, sem descaracterizar o seu elenco, objetivando não somente repisar nessa temporada o sucesso de 2021, ganhando, inclusive, os títulos não conquistados naquela temporada, Libertadores e Mundial, mas, também, montar aquele time estelar capaz de dar lastro à sua nova Casa, a Arena MRV.
Muito se tem dito que, para manter o seu novo estádio viável e superavitário, o Atlético deve cuidar e garantir que o carro chefe do empreendimento lhe dê esta sustentação. E este carro chefe chama-se elenco. Elenco forte, time forte, estádio rentável.
Por outro lado, muitos atleticanos se preocupam bastante com as fartas sinalizações do clube de que precisa cumprir a meta de vendas de jogadores projetada em sua peça orçamentária para este ano de 2022. E, se não bastasse isso, ao mesmo tempo em que Rubens Menin mais uma vez reiterou publicamente que a partir da agora o Atlético não mais contará com repasses dos mecenas, devendo passar a caminhar com as suas próprias pernas, a venda dos quase 50% do Shopping volta ao palco das discussões, como coisa líquida e certa, necessária e inevitável.
Ou seja, ainda premido pelo alto endividamento que, em uma espécie de moto continuo, alimenta e se alimenta da praga dos juros, o Atlético parece estar sendo conduzido para um enxugamento de suas contas que pode ser tanto a salvação da pátria atleticana, como a pá de cal na sepultura do clube.
Em uma análise singela pode se depreender que essas duas projeções, time forte e enxugamento das contas, sejam conflitantes e excludentes. Outrossim, é preciso entender que é fundamental à saúde financeira do clube e à garantia de um futuro saudável, caminhar efetivamente com as próprias pernas, sanear as suas dívidas, cuidar para que novos endividamentos não aconteçam e para que o clube não perca a sua capacidade de alavancagem, ou seja, de aumentar sempre e sempre o potencial de retorno de seus investimentos.
Mas, tudo isso só será possível com uma governança de qualidade, transparente, profissional e, obvio, sob a égide de um novo e moderno estatuto. Fala-se muito nos dias de hoje da importância de qualquer organização cuidar de suas relações de confiança através da “Tecnologia” para seu negócio ir cada vez mais longe. A isso se dá o nome de “COMPLIANCE”, hoje, entre todas as ferramentas para manter uma boa ética de trabalho, é aquela que mais se destaca.
A palavra “compliance” vem do verbo em inglês “to comply”, que significa agir de acordo com um ordenamento, um conjunto de regras. Compliance, enfim, é o conjunto de medidas e procedimentos com o objetivo de evitar, detectar e remediar a ocorrência de irregularidades, fraudes e corrupção.
Em outras palavras, estou querendo dizer e o faço agora com todas as letras, que o comando atleticano tem que transmitir credibilidade, o que equivale dizer que a prática deve ratificar o discurso. Todas as empresas e organizações que deixaram transparecer que na prática a teoria é outra pagaram um preço muito alto por isso.
Um clube de futebol, associação ou empresa, é muito mais que um time. É um negócio com características próprias e ímpares, que não se resumem apenas ao que acontece dentro de campo, i.e., vão muito além das questões esportivas.
Assim, o que o Atlético vai fazer daqui em diante deve ser objeto de acurada análise e de um planejamento minucioso, o que obriga os homens responsáveis pela sua condução e aqueles outros, conselheiros, cuja função é aprovar ou não os passos que o clube deve percorrer, refletirem sobre as consequências de suas ações e decisões, seja em relação ao futebol, seja em relação ao que fazer com o patrimônio, seja, enfim, em relação à gestão do clube como um todo.
Informação clara e precisa, transparência e elucidação de um sem numero de questões ainda não respondidas é o primeiro passo para que dirigentes, conselheiros e torcida joguem juntos o jogo da vida do Atlético. Tempos novos sem aquelas velhas polemicas ainda é sonho. Até quando? Só jogando juntos deixaremos para trás as incertezas, levaremos o clube a superar todos os desafios e saberemos responder a esta última pergunta.
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Tem umas coisas na matemática do Atlético que não entendo. Acaba de acontecer. O time bate todos os recordes mundiais de vendas de camisas com o Manto, bate todas as metas com o sócio-torcedor, com as rendas dos jogos assim que o público foi liberado, com os patrocínios, com as premiações por conquistas e participações nas principais competições. E a dívida aumenta! Vão passar o Diamond nos cobres e a dívida vai continuar acima de um bilhão? O Atlético, sua fanática torcida e sua eterna dívida são máquinas de alimentar milionários.
Bom Dia, Max e Canto do Galo!!!
Sobre o texto, penso que 2020/2021 marca uma dobradiça no tempo que já terá mudado a humanidade pelo efeito Covid e o futebol brasileiro pelo efeito clube-empresa.
Clube-empresa numa espécie de cobra de duas cabeças.
Na cabeça do torcedor, o clube continua um clube. Na cabeça do investidor, uma empresa.
Olhando o Atlético, a tendência em 2022 é a venda do Shopping e a mudança do Estatuto, com o CAM ainda na base clube-mecenato.
Em 2023 vem o Estádio do Galo, digo, Arena MRV.
E até 2025 já terá o Clube transformado em Empresa.
O risco de continuar clube-clube é um cartola assumir na base da gestão temerária de sempre e de repente transformar a dívida de 1,2Bi em 2Bi, no médio prazo.
O risco de se transformar em clube-empresa é o clube vender a alma ao cão, cujo nome do novo dono, de repente, venha a ser alguém totalmente desconhecido num projeto que pode vingar ou não.
Só olhar o que aconteceu na Europa com alguns clubes-empresa. Alguns deram certo, outros nem tanto...
E o futuro do clube-empresa no Brasil é uma incógnita, com seus muitos riscos e muitas oportunidades.
Mas será inevitável, mais cedo ou mais tarde, o Atlético S/A ou "ASA", como alguém apontou aqui no blog.
Aí Minas Gerais completaria três novos clubes-empresa: o CSA, o ASA e o ASINHA...
E no longo prazo quem tiver melhor sorte e organização, austeridade financeira, compliance e transparência tem tudo para tornar o "pojeto" sustentável.
E só terá chances de ser gigante o clube que desenvolver consciência e responsabilidade com os seus investidores, sócios-torcedores, funcionários e colaboradores, a sociedade e o meio ambiente.
Vida longa ao Atlético!!!
E bamo que bamo...
ERNEST ,
rindo a bandeiras despregadas com o ASA , ASINHA e CSA .
Duro aguentar esses Novos Tempos!
Enquanto isso , Torneio Início do Mineiro acho que não vamos ter mesmo .....
Uma pena !!!
Bom dia, Massa, Max e Guru
Caro Max, a grande indagação existente é: o Galo manterá a mesma pegada e protagonismo de 2021?
Se a saída de jogadores do elenco e a saída do cansadíssimo Cuca, sugerem uma resposta negativa, por outro lado, a manutenção da base do elenco e o perfil do novo técnico, são indicativos que sim.
Continuo dizendo que somente a saída de Jr. Alonso pode ser considerada perda, já que Hyoran e Nathan sempre foram considerados pela torcida como negociáveis e D. Costa. Foi mais um problema que conseguimos extirpar.
Aos mais afoitos, que querem contratações a qualquer custo na base do desespero, vale lembrar que nossos dois maiores rivais da atualidade também estão conservadores no quesito reforços e os times que estão contratando a baciada, é porque precisam dar resposta às suas torcidas pelas frustrações do ano anterior.
Mas não sofro em ficar conjecturando se vamos manter o protagonismo. Ingredientes e competência para isto, nós temos. Talvez possa nos faltar paciência e isto está nas mão de nós torcedores.
Bom dia Max. Necessário um novo e moderno estatuto? Uai, mas com o antigo e ultrapassado Estatuto, os 04 Rs assumiram o poder no Galo e estão mandando ( e bem ali). Estatuto e Conselho de Clube não valem bulhufas. A hora que querem eles juntam e muda o Estatuto. Vejo cronistas dizerem que o Estatuto precisa ser mudado para vender o shopping. Qual a dificuldade, se mudam Estatuto até para vender Clubes. Só uma pergunta Max: Existe previsão no Estatuto do Galo, desse Conselho Gestor que decide as coisas no Galo? Quem manda no Galo, como no Brasil é quem paga a conta. No Galo os Menins contrataram a banda e escolhem a música que toca. Simples assim!!
Caro Domingos Sávio, bom dia.
É senso comum no meio da torcida atleticana que os mecenas se assim o quiserem e quando bem o entenderem podem mudar o Estatuto do clube a seu bel prazer e assim vender, não só o shopping, como o próprio clube. Assim faço aos senhores conselheiros a seguinte pergunta: seria o Conselho Deliberativo do Atlético um agrupamento de vaquinhas de presépio? A intenção do artigo foi exatamente provocar os atleticanos, conselheiros ou não, sobre a importância dos passos que serão dados nessa temporada, dentro e fora do campo e, consequência, de suas decisões e ações.
Respondendo à sua pergunta: NÃO. O atual estatuto não prevê a ingerência dos mecenas na gestão do clube e, nem tampouco, confere a qualquer deles qualquer poder decisão. Ou seja, HOJE O GRUPO GESTOR É OFICIALMENTE INFORMAL, embora o clube já esteja estruturado sob um organograma que prevê tal célula de comando.
Ah! E pelo estatuto atual o clube só pode dispor de qualquer patrimônio ou mudar a sua constituição societária para SAF se houver autorização de MAIORIA QUALIFICADA DO CONSELHO.
Saudações atleticanas.
Seu MAX ,
quer dizer que os caras enfiam uma baba de dinheiro no clube mas quem manda mesmo é a turma do saudoso D . Serafim ?
Agora conta a do papagaio ...
Barata, boa noite.
Em momento algum eu afirmei que os mecenas não têm ingerência real no clube e, muito menos disse que A ou B é quem mandam no Atlético. Ao contrário, eu apenas desenhei o que atual estatuto diz e o que acontece na prática, exortando, de forma irônica, que os conselheiros nada aprovem apenas por escutar o passarinho cantar sem sequer saber do se que trata e sem pesar as consequências.
Bom dia, Max, Eduardo e Massa!
Um time de futebol precisa, sobretudo, viver do futebol. Se a direção do Galo não conseguir resolver essa questão da base, que não consegue revelar bons jogadores pra serem vendidos, não a preço de banana, fica difícil se sustentar. Imperdoável esse fiasco na copinha!