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Nostalgia e saudade de tempos em que eu era feliz e sabia

Crédito: UAI/Superesportes

Depois de longo período, finalmente uma quarta-feira sem jogo. Lenta e gradualmente, fomos sendo eliminados – primeiro da Copa do Brasil e depois da Copa Libertadores -, que ocuparam quatro datas no meio das últimas semanas. Somadas às rodadas intermediárias do Brasileiro, provocaram uma overdose de jogos e maus resultados. Culminou nas precoces eliminações e em nossa frustração.

Ontem, neste feriadão de terça-feira, passei o dia introspectivo e refletindo sobre como o Galo nos deixou mal acostumados nos últimos tempos. Li e revi jogos do passado. Tanto aqueles que Wright, Aragão, Márcio, Simon e vários outros nos tiraram o pirulito da boca, quanto – e com mais emoção – as campanhas das Copas Libertadores e do Brasil de 2013 e 2014, respectivamente.

Que futebol alegre tinha aquele do time treinado pelo Cuca. Inegável que, pelas circunstâncias e até o momento da competição, os jogos com Tijuana, Newell’s Old Boys e a final com o Olímpia extrapolam em excepcionalidade e emoção. Mas, aquele 4 a 1 sobre o São Paulo, na partida de volta, foi um espetáculo. Nós, providencialmente, solicitamos árbitro estrangeiro. Galo escaldado tem medo de juiz brasileiro.

Na ida, com os paulistas tendo um jogador expulso pelo árbitro sul-americano, viramos um placar adverso e voltamos com a chance do empate em Belo Horizonte. Que empate que nada! Depois de um a zero no primeiro tempo, o Galo levou a Massa ao delírio, com o segundo gol colado no terceiro, quando os comentaristas ainda falavam sobre o lance anterior em que Tardelli encobriu Rogério Ceni. Depois, Jô marcou seu terceiro gol na partida, naquela jogada em que o Ronaldinho olhou para um lado e rolou para o outro. Que time inesquecível! Todo Atleticano sabe aquela escalação de cabeça.

Crédito: UAI/Superesportes

No ano seguinte, com algumas alterações na equipe e já com Levir Culpi no comando – substituindo o péssimo Paulo Autuori que desmontou a máquina de fazer gols do Cuca –, vencemos a Recopa e a Copa do Brasil. Essa segunda foi simplesmente fantástica. Foram oito jogos, onde vencemos seis e perdemos dois. Palmeiras, dum-dum, lá e cá.

Depois, o Corinthians, em que perdemos por dois a zero em São Paulo, com provocação do treinador adversário que rebolou ao comemorar o segundo gol. Na volta, inesquecível, saímos perdendo e fomos construindo a virada gol a gol até chegar aos quatro a um necessários. Quase cinco, com um chutão do Marcos Rocha que o zagueiro tirou praticamente dentro do gol.

Na semifinal, que delícia! O Flamengo, como o time paulista da fase anterior – historicamente – conta com “erros” da arbitragem para superar o adversário. Outra derrota por dois a zero. O segundo gol, de pênalti, foi na sequência de um lance faltoso a favor do Galo que o juiz “não viu”. De volta para Belo Horizonte, com a esperança de repetir a façanha da fase anterior. Novamente saímos atrás no placar, possibilitando locutor carioca pagar mico com aquele famoso “classificadaço”. Pois, igualmente, fomos marcando gols, um a um, até o limite de quatro necessários.

A final, num clássico mineiro, como de regra e de outras ocasiões, dum-dum. Dois a zero no Independência e um a zero no Mineirão perante a uma frustrada torcida que foi calada por apenas 1800 Atleticanos presentes. Se o time do Levir não era tão louco e alegre quanto o de Cuca, era eficiente e sabia reagir.

Que saudade! Pois agora, em meio a tanta turbulência, nada de futebol alegre e tampouco eficiente. De um ano para cá, foram quatro treinadores. Alguns dispensados em meio a jogos decisivos. O atual, em que pese seu forte vínculo com o Galo e até a conquista da medalha de ouro inédita para o Brasil, ainda carecia de maior experiência. Mas, apesar de tudo, é com ele que vamos até o final, fugindo de zona do desconforto e sonhando com vaga na Libertadores do próximo ano.

Felizmente, depois do início assustador, o resultado frente ao Flamengo devolve uma boa expectativa. As desclassificações têm suas justificativas. Vejamos. Frente ao Botafogo pela Copa do Brasil, precisando de um empate, o time entra com Adilson retornando de contusão e Yago que carece de mais rodagem, deixando Rafael Carioca de fora e Elias atuando mais avançado. Abriu a guarda e tomou uma goleada, quando deveria segurar o resultado.

Já pela Libertadores, depois de perder o jogo de ida para o fraquíssimo Jorge Wilstermann, ao invés de um time ofensivo, o Galo optou novamente por três volantes (Adilson, Rafael Carioca e Elias) e ainda usou Fred em condições precárias na partida. Foi uma quantidade alarmante de chuveirinho sem qualquer objetividade. Eliminado da competição sem fazer um mísero gol nos bolivianos em 180 minutos.

Saudade forte dos times de 2013 e 2014!

Em tempo: daí, vejo Réver bem no Flamengo, Jô arrasando no Corinthians, Guilherme comandando a reação do Atlético do Paraná. Tardelli e Bernard no exterior e sempre postando sobre o Galo. Merecemos isso? Réver e Jô, ao que sei, flertaram para retornar e não foram correspondidos.

Blogueiro

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  • Daqui a alguns anos, veremos estampada em revistas esportivas, fredcone , robinho , ruim man,ze carioca,marlone , com os dizeres de um apaixonado atleticano :
    EU ERA INFELIZ E SABIA.
    Nem tudo está perdido ,notícias informam que fred cone está de volta ao time ; no Galo atual é assim, fredcone , marlone , conceições, santanas , são liberados rapidinho pelo intrépido dm.

  • Bom dia amigos do Galo. Estamos aqui buscando uma resposta para o fracasso do Galo nesta temporada de 2017. Não há consenso, cada um tem uma opinião e alguns, ou a maioria pelo que tenho visto, acredita que o nosso presidente é o responsável . Compartilho da opinião da maioria dos torcedores, acho que o presidente tem sim culpa de estarmos na atual situação, afinal foi ele quem demitiu um técnico campeão da Copa do Brasil e vice do Brasileiro, foi ele quem contratou um técnico inexperiente e sem qualquer conhecimento e capacidade de comandar nosso glorioso Galo.

  • Boa tarde, vamos ver contra o Fluminense se esta esperada reaçao vai se confirmar, ano passado levamos uma traulidada la no Rio, espero que seje diferente agora, que venha uma vitoria em grande estilo!

  • Boa tarde, concordo com o JBHGALO precisamos de um um diretor de futebol capacitado, experiente, que tenha conhecimento e boa aceitação no meio futebolístico. Com relação as categorias de base do galo....é um fiasco falar que esses jogadores que estão sendo integrados ao elenco profissional vão render frutos.....isso é uma utopia, parece que tem algo muito errado nessas categorias.
    Fui assistir um jogo do campeonato mineiro sub 20 na cidade de São João del Rei, e assistir um jogo horroroso não tinha um jogador que colocava a bola ao chão, somente chutões....esperar o que de uma base assim.

  • boa tarde Eduardo e massa,grand post,eu tembem era feliz,2012,2013,2014,depois que saiu o mestre kalil a casa caiu,entrou um estagiário e destruiu tudo,com sua soberba,teimosia,etc,que venha o final do ano o galo classificado na liberta,primeiro sair da degola,reage galo,vai galooooooooooooooooooooooooooo.

  • Olá Eduardo e Amigalos!
    Quando saíram, Jô, Réver, Guilherme e até o R10 tinham que sair, não havia outra alternativa.
    Tal qual acontece hoje com Robinho e Fred, custavam muito mais do que produziam (por isto, fora Robinho e Fred!).
    Tardelli e Bernard também não tinha como segurar, porque eles queriam sair e pelos valores envolvidos nas negociações.
    Acredito que a imensa maioria de nós faria o que a direção do Galo fez em relação a todos os jogadores citados.
    E eu nem em sonho pensaria em ter o Réver de volta (foi um grande capitão na LA, mas no flamerda tá é fazendo muita m....).
    Guilherme (????), não, também muito obrigado!!
    Agora, quem realmente poderia/deveria voltar e dá sinais claros de que tem este desejo é o Cuca!
    Acredito que a volta do Cuca seria um fator fundamental para a melhora da autoconfiança de todos no Galo e para um 2018 de volta aos trilhos!

  • Nostalgia tomou conta por aqui de uma forma nefasta. Se terminarmos o ano no meio da tabela, e só, estará bom demais, pelas circunstâncias. Ainda ocorre a possibilidade matemática da tragédia de 2005, sem falar da mesma possibilidade matemática das marias ganharem mais uma da Copa do Brasil. Seria o fim, o pior dos mundos para o nosso povo.

    • Maria, em primeiro lugar, eu sei que você treme. Mas concordo que se as marias terminarem o ano no meio da tabela estará muito bom para vocês, pois o risco é de queda livre. Quanto a conquistas, contentem-se por terem, finalmente, conquistado o direito de disputarem as finais do campeonato mineiro desse ano. É tudo que terão esse ano, além do vólei naturalmente.

  • Bom dia Eduardo!
    Discordo plenamente de você com respeito ao Jô e Rever. O primeiro caiu no descrédito, foi vendido para a Arábia com passagem discreta e depois vendido para o futebol chinês nao jogando nada por lá. Voltou ao Brasil desacreditado e passou uns dias treinando na cidade do Galo, que tinha na época Fred, Lucas Pratto e Carlos. Como poderia alguém acreditar que este jogador fosse dar a volta por cima? O Corinthians quando o contratou, toda a imprensa meteu o pau da diretoria e a torcida ficou revoltada com.o salário e o tempo de contrato firmado. Muita sorte tanto para o jogador quanto para o time que era desacreditado por todos. Quanto ao Rever saiu daqui com uma contusão crônica, que não passava nunca, pouco jogando e com o surgimento da grande revelação que foi o Jemerson. Sem jogar e tendo um salário altíssimo, foi negociado como Internacional, que lá também não rendeu, ficando sempre no DM e posteriormente negociado com o Flamengo desacreditado e dando a volta por cima. Nenhum dirigente tem bola de cristal para adivinhar que as dispensas e até mesmos as contratações bombásticas vão vingar. Não recrimino em hipótese nenhuma a nossa diretoria, quanto a questão dos medalhões contratados e as dispensas feitas, quando na época a maioria da torcida apoiou. Depois do acontecido é fácil falar e querer justificar o que nao deu certo e relembrar times passados assim como jogadores. Os caras passam e o time tem que ser reformulado com a expectativa de dar certo, quando o que foi pedido pelo estagiário Roger foi trazido. Agora é juntar os cacos e tentar reverter o que não deu certo, que são os títulos cobiçados e arrancar pelo menos o G-6.

    • Bem lembrado as pessoas se esquecem que quando o corinthians contratou Jô aquilo virou piada em toda a imprensa nacional até pelo alto salário que ele ia ganhar, e o Rever o próprio DM do Galo meio que "condenou" o jogador dizendo que ele tinha uma lesão incurável e nunca mais voltaria atuar em alto nível, agora os profetas do acontecido querem tacar pedra na diretoria, só se for por outro motivo pq esse ai não faz sentido.

  • Amigos, o passado é referência para a vida. Mas me perdoem aqueles que vão começar a martelar o passado. Antes era o 1o campeão brasileiro, depois Reinaldo e Cerezo, agora ficar remoendo 2013/2014? Vamos olhar pra frente e referenciar esse belo passado pra ganhar um CB - não abandonando o campeonato como em 2013, administrando melhor o processo de escolha das arbitragens e, sobretudo, ter um Diretor de verdade que se antecipe e monte elenco pra ganhar Campeonatos e Copas. Abs. Roberto

  • Bom dia Eduardo e amigos atleticanos!
    Sempre me bate uma saudade também Eduardo. As referências do passado (avaliando erros e acertos), são importantes. Foi algo que o Daniel Nepomuceno aparentemente não fez.

    Analisando de uma forma geral, os times comandados por Cuca e Levir só foram vitoriosos porque levaram pro campo aquilo que o GALO exige: muita movimentação, partindo pra cima com vontade, talento e honra à camisa. Aquele futebol de posse de bola, burocrático e sem objetivo, jogando por uma bola apenas, pode até um dia dar certo no Galo, nunca se sabe... mas requer um planejamento de elenco impecável, e claro, muita paciência da torcida. Então acho mais fácil apostar na essência do Clube Atlético Mineiro... um time raçudo, veloz, que joga junto com a torcida, aliado ao talento, ainda que conte com apenas um jogador talentoso para comandar a criatividade da equipe.

    Agora analisando tecnicamente, foram dois times que tiveram as seguintes características:

    1) Um camisa 10 clássico: Ronaldinho em 2013 e Dátolo em 2014 em boa fase. É a articulação que se faz necessária. Aquele cara que pega a bola no meio, levanta a cabeça e faz o melhor passe (ou lançamento) para a melhor jogada disponível. Também é fundamental nas cobranças de falta ou escanteios.

    2) Um jogador veloz, que abre espaços e desorienta a zaga: Bernard em 2013 e Luan em 2014.

    3) Uma zaga segura e que faz gols. Leonardo Silva e Réver em 2013 e Leonardo Silva e Jemerson em 2014.

    4) Um meio de campo defensivo seguro, cobrindo bem os laterais, com muita movimentação: Donizete e Pierre.

    5) Um finalizador inspirado: Jô em 2013 e Tardelli em 2014.

    Eu acho imprescindível pra 2018 um time que siga estas referências. O Cazares pode ser este 10, desde que seja bem orientado. Mas não faria mal também uma sombra pra ele, assim como era o Guilherme pro Dátolo. Já para o meio, se o Carioca mantiver a pegada dos últimos 2 jogos, ele é titular fácil ao lado do Blanco ou do Adilson. A zaga, indiscutivelmente, precisa de reforços. No ataque, embora o Luan seja uma opção, não podemos contar sempre com ele, então outro reforço importante seria de um atacante veloz jovem. Para a função do finalizador, o Fred pode ser esse jogador, mas é preciso que o treinador extraia e exija o melhor dele, além de fazer com que a engrenagem do time funcione bem. O Cuca seria o ideal pro Galo, até mesmo pra montagem de elenco, mas em respeito ao Micale e até mesmo pra aguardar o que ele vai conseguir extrair dessa equipe, temos que aguardar. Dependendo do desempenho, não vejo porque não dar continuidade ao trabalho dele, desde que uma coisa muito importante seja feita: Que tomem muito cuidado com essa parceria Micale e André. Não vejo com bons olhos.

    Saudações! Vamo GALO!!!

    • Daniel, para mim nossa zaga ta montada, mas precisa da mesma paciência que você esta dando para o Cazares. Não podemos ter dois pesos e duas medidas. Leo Silva (não acho que precise aposentar), Gabriel, Felipe Santana (que para mim ainda vai ser ídolo no galo, tem todas as qualidades necessárias, raça, vontade, e desarma muito bem), Roger Bernardo, Bremer, Mancini (este sim deveria estar sendo mais usado), Jesiel e Rodrigão. Pra que contratar?
      Se a desculpa é que o Felipe Santana falhou, porque aceitamos o Leo Silva no galo, depois dele ter participado daquela vergonhosa maracutaia do 6x1? (ele falhou mas não se vendeu).

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