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“Não sou freira … nem sou puta”

Essa expressão do título vem da letra de “Pagu”, assinada por Rita Lee e Zélia Duncan, em homenagem a uma mulher – Patrícia Galvão – feminista e ousada dos anos 30 do século passado. Sobre ela escritora, redatora, militante e tantas outras atividades nenhuma relação com o proposto ao debate. Tampouco com o futebol, mas era uma pessoa a frente do seu tempo e que não era santa e muito menos bandida. Discriminada pelo seu modus vivendi.

Pois bem, vivemos tempos difíceis, notadamente no nosso Brasil, onde os extremos passaram a vigiar as pessoas e exigirem delas comportamento que julgam adequados. Meu estilo de vida, nem sempre discreto, incomoda muita gente. Próxima ou mesmo quem sequer nada sabe a respeito do meu dia a dia. Aqui no blog, sistematicamente, aparecem – são poucos, mas existem – cobradores daquilo que nem são credores.

Dito isso, vou ao que me sugere debater nesta terça-feira. O Galo, nossa paixão centenária – que vivemos intensamente e alguns como eu tem mais de meio século – aderiu à proposta de Sociedade Anônima do Futebol. Durante o processo de transformação, com transparência ou não, o tema foi debatido exaustivamente entre Torcedores e gestores. Muitos, não eram poucos, cobravam e sugeriam não trazer aporte financeiro externo (internacional) e que deveria ficar nas mãos de Atleticanos.

Acompanhei tudo isso, não mais e nem menos que a média dos leitores e Torcedores, até que se desencadeasse da maneira agora conhecida. Entre esses que criticavam o risco de moeda vinda do exterior, alguns – agora sim em menor número – seguem resistindo e até insinuando ter havido maracutaia nessa transação. Minha rede social segue recebendo muito material, a maioria memes fake, que sem ler caem na lixeira. São, pelo que demonstram, torcedores de dirigentes. Ex-dirigentes.

Tem até os correligionários de interesses políticos internos e externos, são infalíveis e atentos nas cobranças, que sem se olhar no espelho exigem de conselheiros, imprensa (incluindo o meu caso de estar blogueiro) e quem se atrever em pensar diferente que sigam a sua cartilha. Eu seguirei! Não aos patrulhadores, mas com minha Atleticanidade. No ônibus que me levar aos jogos do Galo, seja onde for.

Quanto aos compradores das ações da SAF, que já foram chamados de Mecenas – por gente que agora critica -, de benfeitor pelo blogueiro durante bom tempo, que sigam como agora os trato como investidores e sócios. O sucesso do empreendimento dos capitalistas será motivo de comemorações do Atleticano. Não creio que irão bancar prejuízo financeiro e técnico como experimentamos – com toda fidelidade – por décadas.

Se a eles o que interessa é lucro financeiro, quero crer, que o resultado técnico irá balizar esse ganho. Continuarei apoiando, indo aos jogos, sendo sócio torcedor e proprietário de cadeira cativa (duas), e tudo que puder contribuir. Não vou jogar pela janela, do apartamento que moro ou do ônibus que nos leva aos jogos, mais de 50 anos de Atleticanidade pelo fato de capitalistas – segundo as regras legais atuais – terem assumido o comando e gestão do meu Galo.

Minha condição de cidadão brasileiro, mineiro, araxaense e belo-horizontino (cidadania honorária) por uma gentil concessão do então vereador Bocão, Atleticano de alma e sentimento, me permitem continuar torcendo pelo time do meu coração. Acho que a direção Atleticana, nas mãos de gente que é também apaixonada pelo clube, pode nos redirecionar aos bons e recentes tempos. Eles são os mesmos que viabilizaram os títulos de 2021. Não são santos (isso nem existe), mas também não são bandidos, como alguns tentam – dissimuladamente – sugerir. Cuidado com o espelho!

*imagens: arquivo do blog

Blogueiro

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  • O atleticano , cansado e perplexo , desanimado ante toda incompetencia e descaso com seu , nosso , amado clube , ver , no ano da ianauguracao da nossa arena , a temporada acabar melancolicamente , EM JULHO , pasmem, amigalos. Nao bastasse o crime perpetrado em 2022 , por estes que estao na diretoria, com perdas astronomicas de receitas , por um abandono de continuar a trajetoria de 2021 , vencedora , lucrativa e que acenava ser o inicio de uma nova era. Nada, acabaram com o time , dia apos dia e seguiram 2023 na mesma, mesmissima toada. E , o crime maior, NADA FOI FEITO PRA MUDAR ESTE QUADRO. Desconstruindo o time, vendendo bons jogadores e trazendo refugos , quase que diariamente. Treinadores do pior nivel , com o aval destes que estao no clube hoje , no comando e nao explicam a ghestao lesiva e prejudicial ao clube , impunes , inclusive , livres de uma investigacao do poder publico . 2022 e este ano , 2023 , anos que implantaram no galo , terra arrasada ; e o que fica , o que sobra ao atleticano , o que restou deste fim de feira , ter que torcer para milagres acontecerem , no brasileirao e libertadores : o nque resta ao atleticano : o pensamento obrigatorio e logico , apos comprarem o clube , sanarem a divida por eles aumentada exponencialmente , o pensamento , logico e obrigatorio : AGORA QUE SAO DONOS DO CLUBE , terao de administra lo de uma forma responsavel e lucrativa , o clube que detonaram e espezinharam neste bienio 22 em 23 . Esta , a nossa torcida
    .

  • Bom dia Eduardo! Como sempre, um brilhante texto. E acho que você tocou no ponto fundamental. Os 4R's são empresários de sucesso, em todos os seus ramos. bancos, financeiras, construtoras e hospitais. Como torço para o Galo, não me interessa se eles vão ficar cada vez mais ricos, desde que o nosso time dispute e ganhe títulos. Nasci em 1.957 e ví o Galo ser campeão em 1.971. Depois disso continuei atleticano independente das vitórias e conquistas. Mas depois de 2.013 gostei do que ví e não quero menos. E aí que você tocou num ponto fundamental. Este processo da SAF, para ter sucesso vai depender de uma base forte, para revelar talentos e automaticamente gerar receitas com as vendas, de um time de sucesso, para que o lucro aumente com estádio sempre cheio, sócios torcedores pagando o carnê, e títulos e premiações. senão estará fadado ao fracasso. E como o fracasso não faz parte da vida dos 4R's, boto fé demais. GALO SEMPRE!

  • Bom dia!
    No caso da SAF tenho, particularmente, exercido o "benefício da dúvida" a favor dos "mecenas/investidores", conhecidos, também, como 4 R's.
    Segue uma entrevista interessante do Rubens Menin!
    Pode ser verdade!? Pode!
    Pode ser mentira!? Pode!
    Contudo, deixo a conclusão a cada um, como eu, atleticano de coração, mas lúcido.
    Sds.

    https://neofeed.com.br/negocios/exclusivo-rubens-menin-detalha-a-saf-do-galo-e-por-que-entrou-nela-sim-e-um-negocio/

  • Concordo com o blogueiro democrático, em gênero, número e grau. Contudo, registro o que o blogueiro certamente sabe, que não existe almoço de graça, neste tipo de negociação. Não estou insinuando nada, só não sou bobo de acreditar em 313 milhões de perdão, até porque, conforme já disse também aqui, não acredito em Papai Noel, Duende e muito menos da Mãe Dinah... Enfim e resumindo: não falo mais deste tipo de problema e vou continuar TORCENDO, E MUITO, ATÉ MORRER, se antes o futebol não acabar... (no sentido de deixar de ser um atrativo que valha a pena ver e torcer, porque, óbvio, não acaba nunca....).

  • Bom dia, todos! No próximo 13/12 farei 50 anos de uma vida muito bem vivida. Desde criança vibrei e chorei pelo Galo, já chegando aos 40 anos imaginava que não viria o Galo ser campeão. Em 2010 um amigo comprou uma casa pelo "minha casa minha vida" e disse: "acho que termino de pagar a casa e o Galo não será campeão". Pois em 2013 veio o tão sonhado título e em 2014 o segundo. Em 2021 aconteceu a apoteose do atleticano. Digo isso, porque durante todo essa história atleticana foi narrada sempre com a palavra "dívida". O medo do Galo sucumbir aos problemas financeiros sempre foi um fantasma para mim. Agora passamos para a SAF, o medo é outro, mas estará presente. Entre a certeza da morte e a dúvida pela vida, através da SAF, fico com a segunda.

  • Bom dia. Acho que muitos estão apenas externando a insatisfação de como foi conduzido todo esse processo. Tem vários pontos escuros, se olhar tudo que aconteceu nestes últimos 3 anos é complicado ver e analisar como tudo se desenrolou e a urgência como tudo foi colocado agora no final. Creio que a maioria que criticou esse processo apenas quis proteger o galo, pois não era 'normal" o que estava acontecendo e aconteceu com o clube. A SAF ia vim de qualquer jeito, mas precisava ser desse jeito? né. Sigamos né, afinal o Clube ainda detém 25% e é sócio da SAF. Me preocupa o que o Menin e o CEO falou sobre as dividas e como será o planejamento para paga-las. Se pegar entrevistas de 2019 foi a mesma coisa, prometeram um planejamento... e agora não falou nada novo, só que nada se confirmou do que ele planejou lá atrás e pelo contrario a vaca sumiu no brejo... E o que mudaria agora? gestão mais profissional? antes não era? ou vão andar com os pés no chão? isso pode limitar o time? pois dinheiro no futebol some rápido dependendo das decisões. Se o gasto não for bem planejado em algum ano, dá zebra, impactando a gestão futura e o time. Parece que vão trabalhar com a corda no pescoço até 2027. Torcer pra tudo dar certo...vamos ver como será isso e continuar a cobrar, não é carta branca. Somos sócios disso tudo ainda, só vale o que vale pela torcida que segue, consome, assiste, acompanha...O clube ainda somos nós, só entra em campo por nós atleticanos. Um clube sem sua torcida não é nada, perde a razão de existência. Saudações...

  • Ontem ( e hoje ) o ATLÉTICO comemora 10 anos da conquista da mais empolgante Libertadores de todos os tempos .

    Data compartilhada nas redes sociais até mesmo por narradores e comentaristas de outras plagas .

    Mas, por aqui , nenhuma lembrança.

    Claro , estão a construir uma nova identidade , a partir do ZERO .

    Porque a HISTÓRIA DO CLUBE ATLÉTICO MINEIRO não entrou no pacote da compra , e nem poderia , pois ela JAMAIS ESTARÁ À VENDA .

    • Barata, qual a sua maior proeza para assistir um jogo do Galo? Com 17 anos arrumei um emprego no armazem do Raimundo Aleixo, la em Bom Despacho. Quando recebi meu primeiro salário, tinha um jogo, no sábado, nove da noite, Galo x Coritiba pelo Brasileiro. Paguei o ônibus da Santa Maria as seis horas da tarde, desembarquei na rodoviaria 20:30, embarquei numa daquelas kombis que iam para o Mineirao. Cheguei o jogo já tinha comecado, mas vi o gol do Romulo, ponta esquerda. Cortou pra dentro e tá no filoooo, diría Fernando Sasso, goooolllllll do Gaaaloooooo, diria Viligonzer. Encerrado o jogo, voltei pra rodoviaria e dormi no banco, para esperar o ônibus de 05:30 do domingo para voltar a Bom Despacho. Então meu camarada, deixa de ser pirracento e vamos seguir com o Galo....kkkkkkkk

  • Bom dia Massa e Guru

    Sobre a SA, mesmo com restrições pela falta de transparência como foi tratado o assunto, continuo com minha pergunta e devidamente comentada pelo amigalo Miguel Schettini.
    Se o time estivesse bem, ganhando partidas, classificado para a copa BR, brigando pela liberta e bem no brasileirão, a gritaria seria a mesma?
    Ruim ou bom, o certo e que ao contrário do que vinha ocorrendo, agora o clube tem dono e duvido que vão rasgar dinheiro em contrações esdrúxulas. Não vão poder mais repassar a culpa pelo endividamento e a farra dos empresários deve acabar.
    SAF ou não, como ja disse, o manto, o escudo, o hino serão os mesmos e quando o time estiver ganhando vou gritar Galo e não ASA ou GSA ou qualquer outra sigla que queiram taxar o clube pós SAF.
    Mas aqueles que estão pulando barco por causa disto, ainda da tempo, façam uma vaquinha e paguem nossas dívidas, claro sem esquecer de fazer os investimentos que precisamos.

  • Eu não queria que Dario, o Peito de Aço saísse do Galo. Eu era uma criança, não entendia muitas coisas. Eu sonhava com uma volta de Dario ao Galo. Vi ele ser artilheiro por onde ele passou. Como pode o Dadá Maravilha ter saído do meu time do coração? Mas eu não era dono do Galo. Cresci, fiquei velho e ainda não entendo muita coisa. Só sei que nunca fui e nem serei dono do Galo. Ouso dizer que nem mesmo os que compraram a SAF do Galo são seus donos. A propósito, no hino mais lindo entre todos os hinos de clubes de futebol, não diz que somos donos do Galo, mas pelo contrário, diz que "Nós somos do Clube Atlético Mineiro".

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