Motivação da Massa em alta

Tem tempos que não sentia uma atmosfera tão interessante para o Galo como para esse confronto eliminatório na noite desta quarta-feira. Coisa parecida, coincidentemente, com o ano de 2013 quando conquistamos a Libertadores e teve origem o mantra do “eu acredito”. Depois vencemos e levantamos as taças no ano seguinte, ainda no embalo da grande conquista, também a Copa do Brasil e a Recopa Sul-Americana.

Aí veio o ano maravilhoso e inesquecível de 2021. Junto ao segundo título do estadual (agora somos penta), conquistamos o tão adiado Brasileirão e ainda de novo a Copa do Brasil. Ambas competições, que durante décadas nos foram surrupiadas por fatores campo e muito pelo extracampo. Por pouco e detalhe de regulamento, eliminados dessa mesma Libertadores, nas semifinais. Se foi uma temporada mágica, imagine se fosse mais essa. Triplete – ou hat-trick – viraria poker-trick? Nem podia, a freguesia local e nacional não ia aguentar. Em 2022, a Super Copa do Brasil, frente ao queridinho flamídia. A cbf e a tv tentaram fazer desse jogo único um tira teima. Vencemos o trio do mal.

Interessante, nessas conquistas, saímos atrás em jogos decisivos. Na Libertadores, líder geral, decidimos sempre em casa. Dum dum no tricolor do Morumbi – agora bis -, Tijuana em dia de São Victor, e nas semi e final, perdendo fora por dois a zero, superando ambas nas penalidades. Na Copa do Brasil, igualmente perdendo por dois gols, viramos em cima da dança do mesmo treinador de logo mais e do classificadaço cheirinho carioca. E tantas outras viradas históricas com em cima do Bahia e na decisão do mineiro desta temporada. Naquele dia me lembrei: o choro é muito livre e o penta é muito nosso!

Dito isso, retornando ao início dessa prosa, diria que o ambiente do mais belo horizonte do planeta – Cidade do Galo – é muito favorável. A direção Atleticana fez um trabalho motivacional louvável com o Torcedor. Quem não se apressou pelo ingresso ficou na mão e implorando para os céus pelo milagre de uma desistência. No vídeo com áudio do Hulk, todos com os quais conversei ontem, se emocionavam com a convocação do grande jogador do futebol brasileiro dessa década. Se nosso super herói atuasse no Rio ou São Paulo, aquela mídia diria isso todo dia. Mas, optam por mazelas que tentam tumultuar nossa vida. Mineirinho come quieto, não se esqueçam.

Cabe agora, essa motivação também incorporar nos onze escolhidos pelo Milito para essa guerra que vale vaga na semifinal. Se os jogadores entrarem em campo com a mesma disposição que os reservas mostraram domingo frente ao Bragantino, diria – sem medo de errar – podemos reservar ingressos e as passagens para as próximas partidas da Libertadores. Será aqui em BH, com o forte River, decidindo lá a vaga para a final. Também na mesma Buenos Aires, se avançar, a partida que decide o título. Ah! A simbiose, Torcida/jogador, é tão boa que ontem à noite – em horário decente – teve até serenata da Massa para o elenco.

Essa quarta-feira, 25 de setembro, tem todos os ingredientes para entrar na história do Galo como das mais importantes de todos os tempos. A derrota na primeira partida, muito sentida por parte de Atleticanos, será apagada da memória. Aos que sentiram tanta dor, afirmo sem medo de errar, tivesse esse mesmo placar ocorrido com o gol adversário no primeiro tempo ou até metade da segunda etapa, não teria incomodado tanto. O fato de ter sido no instante final e num descuido de marcação foi determinante para esse mal humor. Se tudo der certo e conforme a atmosfera mineira prevê, será um dia para ser festejado e lembrado para todo o sempre. Está nas mãos – digo, mãos do Éverson – e nos pés dos jogadores de linha essa missão. Que assim seja!

*fotos: Bruno Souza/Atlético