Marco na vida do Atleticano

Hoje é um dia histórico para a capital de todos os mineiros, conhecida como Belo Horizonte, reconhecida nacional e internacionalmente como a Cidade do Galo. Diferente do planejado, conforme amplamente anunciado, não será uma partida amistosa e festiva, contra um adversário de expressão no futebol mundial. Mas, valendo pontos, frente ao Santos que momentaneamente ocupa a 17ª colocação. Vale dizer, o primeiro na zona da degola.

Nós, depois de instabilidade com o treinador anterior e agora sofrendo com o atual comandante técnico. O que saiu deixou o Galo na quarta colocação, atualmente estamos no 11º lugar. A expectativa, não só para essa partida, mas para a sequência da competição e de futuro, é a de que o nosso time – na casa própria tão aguardada – se torne imbatível.

A mim, desde o início das obras, chamo ali de Estádio do Galo. Nada contra o naming rights, coisa de americano rebatizando em acordo financeiro com marca empresarial. É a regra do mundo capitalista. Tampouco, embora reconheça que o batismo popular sempre prevalece sobre qualquer denominação oficial, em retaliação política interna que em nada contribui com o nosso time do coração. Sou Atleticano e nunca tive vínculo com qualquer gestão do clube.

Reconheço a importância de cada gestão. Sempre destacava três, por ordem cronológica e pelas conquistas. Nelson Campos, campeão brasileiro de 1971; Alexandre Kalil, campeoníssimo da Libertadores de 2013, Copa do Brasil de 2014 e Recopa do mesmo ano; até Sérgio Coelho, multi campeão brasileiro e da Copa do Brasil, ambos no ano de 2021. Doravante, incluindo Tomás Naves, presidente do título reconhecido de 1937. Nesse caso, destacando o trabalho que mencionei aqui ontem do Emerson Maurilio e da ação do presidente Sérgio e seu vice Zé Murilo.

Vou falar pouco e só no final sobre o jogo, que mistura festa e compromisso com a competição, pois tenho de registrar um sentimento. O título de 1937, comemorado com motivos pelo Torcedor, passaria sem muita euforia não fosse a reação invejosa de não Atleticanos. Duas considerações rápidas. Quando 1966, igual a esse, foi anunciado não teve esse tipo de contestação. A segunda, essa gente não está incomodada se foi ou não referendado pela cbf esse pleito que fez o Galo tri nacional. A dor de cotovelo é pelo Estádio do Galo que será entregue daqui a pouco para a Massa Atleticana.

Dito isso, rapidamente, vamos ao jogo. É fundamental que o resultado não pode ser outro diferente de somar mais três pontos na tabela. Muito mais que o primeiro gol, que desejo seja do Hulk – nossa referência do time atual ou se for de outro atleta do Galo – a vitória hoje é fundamental para os objetivos que ainda sonhamos neste 2023. Se o time do peixe, com 21 pontos está no Z4, temos apenas seis a mais que o adversário. Precisamos fugir, afastar de vez essa neura de rebaixamento.

Já para a parte de cima, sonho ainda possível desde que os jogadores incorporem o espírito Atleticano de ser, estamos com sete pontos atrás do G4. Que ao final, sabermos será G5 ou mesmo G6 e ainda mais duas vagas na pré-Libertadores. Nesse caso a diferença, evidentemente ainda menor, porém desde que o Galo reencontre o caminho da vitória. Atmosfera melhor não haverá que nessa oportunidade de hoje. Esse misto de inauguração e responsabilidade na competição, precisa contaminar de entusiasmo jogadores que estão acomodados no elenco.

Imagino eu, sem ter acompanhando treinamentos e mesmo noticiário, que pelo perfil do treinador, que adora sempre uma surpresa quando o time é anunciado, alguma coisa irá acontecer. Entre os jogadores que imagino titularidade, apenas o Zaracho segue fora de combate. Então, a meu juízo, o time ideal seria com Éverson; Saravia, Lemos, Jemerson e Arana; Bataglia, Otávio e Igor Gomes; Pavón, Hulk e Paulinho. Entretanto, esse é o que eu gostaria e até creio que a maioria dos Atleticanos optariam, mas Felipão tem lá suas manias ortodoxas. Via de regra com opções que incomodam o Torcedor. Ele tem seu talismã Edenílson, ainda Patrick, Pedrinho e outros menos citados para surpreender.

*fotos: Pedro Souza/Atlético