Jogai com dignidade para fechar a temporada

Encerrando a pior temporada dos últimos tempos, o Galo tem pela frente o Botafogo hoje à noite no Horto. Sem um mísero título, sequer algo que o Atleticano pudesse festejar, temos a obrigação de vencer para assegurar vaga numa fase classificatória da Copa Libertadores.

Pouco, muito pouco, para um elenco que custa R$ 9 milhões mensais.

Menos ainda para uma diretoria que entrou cheia de pompa, levando todos nós – e me incluo sem constrangimento – a acreditar na retomada de grandes conquistas. Tendo como palavra de ordem a diminuição de custos e contratação de jogadores competitivos.

Diminuíram a folha de 11mi para 9mi e trouxeram quase duas dezenas de jogadores, que salvam talvez três. Tem gente que veio e foi embora. Outros entraram e nada mostraram e tem até quem sequer tenha atuado. Falta total de planejamento.

Em que pese à situação, o Atleticano esgotou toda a carga de ingresso no minúsculo estádio do Horto – pelo desdém da diretoria do Galo em acomodar o Torcedor e dar mais espaço – e teria igualmente lotado se fosse no Mineirão. Passamos todo o ano de 2019 sem uma única partida na Pampulha, lendo e ouvindo sobre adiamentos do estádio do Galo.

Levir tem hoje à sua disposição praticamente todo o elenco, com exceção de Blanco, podendo mostrar algo que ainda não vimos na temporada.

Sem suspensão e outros atletas no Departamento Médico, o treinador precisa comprovar que isso que dispõe é suficiente – conforme palavras sua e da direção – para assegurar que temos 80% do elenco definido para 2019. Penso diferente, acho que temos 20% aproveitáveis se for para disputar títulos.

O time carioca, ao que sei, vem completamente desfigurado. Por suspensão e contusão, o Botafogo – sem almejar nada mais no campeonato – vem cumprir tabela.

Nessas horas, durante todo o ano, o Galo demonstrou instabilidade. É um perigo.

Lideramos, caímos para a vice-liderança, depois terceiro, quarto, quinto até chegar à sexta posição. Viramos o primeiro turno na quinta colocação e no returno caímos para a décima posição.

Se na primeira metade, somamos dez vitórias, três empates e seis derrotas foram graças a 36 gols anotados contra 26 vazados.

Já no segundo turno, faltando só o jogo de hoje, foram apenas seis vitórias, cinco empates e sete derrotas, marcando 19 vezes e sofrendo 17 gols.

Foi uma queda drástica, justificada pelas ausências de Roger Guedes (emprestado sem passe fixado), Bremer (que se firmava e poderia ter sido muito útil e ainda mais valorizado), Otero (ao que sei sem volta) e até mesmo Marco Túlio (que não teve oportunidade de mostrar seu valor).

Ainda assim, vamos lá lotar o estadinho do Horto em busca de melhor sorte na próxima temporada.

Acreditando que o bom senso baixe na direção Atleticana e que venha urgente um Diretor de Futebol, digno de se usar letras maiúsculas para a função. Eu e mais de vinte mil pessoas estaremos lá em apoio ao Galo, que é nossa paixão independente de toda e qualquer eventual diretoria que passe em nossas vidas.

Destaco aqui, uma jovem da cidade de Bom Jesus, Atleticana da gema: Thais de Lima, de 21 anos, formada em Letras, viaja cinco horas para percorrer 300 quilômetros sempre para ver o Galo. E hoje, ela, novamente, vai engrossar o coro em busca da vitória. Thais, otimista, afirma:

“Segue o jogo. Vai ser sofrido. Segue o jogo. Tem uma multidão nas arquibancadas. Segue o jogo. Tem gente sofrendo por uma só. Segue o jogo. Uma só o que? Vaga! A gente quer a vaga. Segue o jogo. Gol do GALO. Segue, mas segue bonito. Segue pra Libertadores, meu GALO!”

Jogai pela Thais e por milhões, como ela, espalhados por todo o canto desse mundo.